Gotejas o orvalho sobre a relva densa...
Numa tarde do frio inverno.
Pássaros recolhem no aconchego de
Seu ninho... Alimenta, aninha.
Toques de emoções emergem de
Um coração sem par... Solitário.
Num olhar através do tempo
Da distância sórdida...
Goteja o amor de um olhar
Terno, transparente que outrora.
Passou por aqui... Chegando
Pelo velho rio de águas claras
Vem o vento...A chuva e o sol
As tormentas que transbordam
Lavando em enxurradas os rastros
De seus passos... Levando o aroma do amor.
Restam agora as marcas de um tempo.
Os vincos de uma saudade cravejada
Na pele, nos contornos que resguarda...
Protege um invólucro do amor perene.
Gotejam lá fora o orvalho.
Numa rua nua, crua sem nome e sem dono.
Resta agora um jardim sem cor, sem aroma.
A espera do amor que faz germinar.
Germinar de novo o sorriso...
O brilho do olhar da esperança
Junto às folhas secas de outono.
Renasce um jardim em flor...
Ge Fazio