Aroma

Foto de Marta Peres

Algo Existe

Algo existe no ar e eu sei, o dia vai lento
E preguiçoso, há fumaça no ar...
Mas há no ar uma fragrância, um frescor
E uma ternura que invade a alma e me acalma...

E meus olhos pousam na imensidão, ar solene
E vejo algo brilhante, estremeço ante beleza sem igual
Nada direi, o silêncio fala por mim, sinto-me sufocar...
Me calo e calada ficarei, sinto que mordaça impede-me a voz.

Deixo que o sentimento fale pelo meu olhar, magia no ar
E ele nasceu do coração que pulsa de emoção, amor!
E palavras se tornam desnecessárias e acumulam,
Lágrimas antes represadas deságuam dos meus olhos...

Tudo é belo e não mais existe o lodo e a lama,
Das minha mãos luzes coloridas e um anjo vem,
Flores e mais flores são colocadas, doce aroma, frescor
E poesia paira no ar, algo existe...

Marta Peres

Foto de Marta Peres

Murmúrio

Traze-me um pouco de alívio, para as dores
que sinto na alma,
quero um pouco das sombras serenas
e muito da tua calma.

Traze-me daquelas nuvens
que deixei na Terrinha,
um pouco de sombra amena
me fará bem e suprema alegria.

Traze-me um pouco da alvura do luar
que só encontrei por lá
e que ajuda sustentar a ilusão,
neste pobre e sofrido coração.

Traze-me todos os aromas do campo
e um pouco da tua lembrança,
aroma perdido, perfume da flor
esperança, sonho, amor!
Marta Peres

Foto de fer.car

DÊ-ME O PECADO, DÊ-ME VOCÊ

Dê-me o pecado, retire minha roupa suavemente
Passe suas mãos sobre minha tez
Una seu corpo ao meu, sinta o calor que corre em mim
Dê-me o fogo, sacie minha vontade de beijá-lo
Percorra curvas, poros, abismos
Chegue ao ápice da loucura
Respire meu cheiro, cale a voz do medo
Coloque sua boca na minha
Sinta o aroma doce do amor
E a febre que arde de nossas almas aladas
Venha como se não houvesse fim
Deite-se aqui para nunca mais esquecer
Que fui sua e de mais ninguém
Na vida e na morte...Nossas mãos unidas
Quero tocar seus cabelos macios
Amar seu corpo perfeito, nu e lindo
Beijar seu rosto que tanto me olha
Olha-me, me invade, me faz toda sua
Dê-me o pecado, a dor que seja
Una seu corpo ao meu
Dê-me você e nada mais

AUTORIA: FERNANDA CARNEIRO
DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS

Foto de fer.car

Dê-me o pecado, dê-me você

Dê-me o pecado, retire minha roupa suavemente
Passe suas mãos sobre minha tez
Una seu corpo ao meu, sinta o calor que corre em mim
Dê-me o fogo, sacie minha vontade de beijá-lo
Percorra curvas, poros, abismos
Chegue ao ápice da loucura
Respire meu cheiro, cale a voz do medo
Coloque sua boca na minha
Sinta o aroma doce do amor
E a febre que arde de nossas almas aladas
Venha como se não houvesse fim
Deite-se aqui para nunca mais esquecer
Que fui sua e de mais ninguém
Na vida e na morte...Nossas mãos unidas
Quero tocar seus cabelos macios
Amar seu corpo perfeito, nu e lindo
Beijar seu rosto que tanto me olha
Olha-me, me invade, me faz toda sua
Dê-me o pecado, a dor que seja
Una seu corpo ao meu
Dê-me você e nada mais

Foto de GotaDeAmor

Deixa-me Te Amar ... Por Uma Noite !!! ...

Tocar suavemente teus cabelos
teu rosto
teu corpo ...

Prometo tocar
Com palavras
Com poemas,
Com beijos, com Amor
Olhando-te
Com infinita ternura ...

Irei tocar os teus lábios...
Saciar meus desejos ...
Soltar meus gemidos,
Meus ais,
Receber feliz
Os teus beijos ...

Vou cobrir-te, com meus braços,
Sem culpas,
Sem mêdos ...
Percorrer teu rosto
Teu corpo
Com minha boca,
Com meus dedos ...

Receber o teu aroma
Em meu corpo ...
E sentir deslizar, na minha pele
Fluídos de nossa paixão ...

Deixa-me te Amar ... Por Uma Noite ...

Ser a tua única Amada
Amar-te no silêncio da noite
Até alta madrugada ! ...

Deixa-me te Amar ... Por Uma Noite ...

Trocar o Sol da Manhã
Pela imensidão do Luar
A teu lado
Meu Amor ..

"Deixa-me Te Amar" ! ...

Sofia Rodrigues
(21 de Junho 2006)

Foto de nelllemos

Quero me queimar

Deveras
Te senti perto
Tua respiração parecia transcender
O espaço e o tempo
Cheguei a sentir o aroma do teu hálito
A carne do teu lábio parecia próximo ao meu
Quão real a sensação da presença do
Teu coração a pulsar junto ao meu

Longa distancia
Louca paixão
Congestionando as linhas
As ondas do celular
Trazendo uma parte sua
Sua voz a me ninar
Acende esse fogo, pois quero me queimar.
Invada meus pensamentos
Invada tudo o que sou
Quero viver esse novo
Permitir-me o teu amor

Nell Lemos
01/05/07

Foto de Fatima Cristina

Camisa Branca!

Assim que cheguei à porta de casa percebi que estavas lá dentro. Rodei lentamente a chave na fechadura e nessa fracção de segundos fui assaltado por mil pensamentos. Estarias mesmo ali? Ao fim de tantos meses, depois de um silêncio tão grande? Claro que sim! O aroma do teu perfume é inconfundível e desde que cheguei ao Hall que fui invadido por ele.
Lentamente abri a porta e, como eu desejava, à minha frente estavas tu. Exactamente como sempre te imaginei. Tinhas a minha camisa branca vestida. Adoro ver-te com ela. E tu sabes disso, por isso a escolheste. As mangas levemente dobradas deixam ver a candura da tua pele, os botões, meio abertos, meio fechados, insinuam a curva do teu peito, a brancura do tecido deixa ver os contornos do teu corpo. Atrás de ti, e devido à claridade que entrava pela janela, visualizei a tua lingerie preta, as tuas pernas, e lá estavam as meias-ligas (huumm que sempre achei tão sexys).
Olhei-te nos olhos e percebi que lias os meus pensamentos. Tive vontade de te tirar a camisa branca, de te despir, de fazer amor contigo ali, no hall de entrada, e matar assim, todos os desejos, todas as saudades que tinha tuas. Mas tive medo de te assustar… (talvez por também eu estar assustado).
Aproximei-me, abracei-te com suavidade, com medo que fosses uma miragem e que eu estivesse a delirar. Com medo de te apertar com força e que tu te dissipasses como uma bola de sabão. «- É bom ter-te aqui.» Foi a única coisa que sussurrei enquanto senti o meu rosto tocar no teu. Senti o teu corpo tremer. Nunca percebi se tremias de frio, porque lá fora a neve baptizava os incautos que passeavam na rua, e tu vestias apenas a minha camisa branca, se tremias de emoção por me sentir ali tão perto. Não sei quanto tempo durou aquele abraço, mas senti que podia continuar assim o resto da noite… o resto da vida… e enquanto o abraço durasse, sabia que não ias voltar a partir.
Desprendeste-te do meu abraço e levaste-me para a cozinha. À minha espera estava uma mesa requintadamente preparada. Não esqueceste a elegância da toalha, a magia das velas, o meu vinho e o meu prato favoritos. Durante o jantar falaste de trivialidades e eu olhava-te sorridente e conversadora, com a minha camisa branca, e senti que não te podia voltar a perder, e que o teu lugar era ali.
Fui preparar o café. Continuei a observei-te e percebi que apesar do teu corpo estar ali tão perto, o teu espírito tinha-se ausentado. Vi o teu olhar perdido na janela, observando a Vida a fluir lá fora. Num flashback recuperei a memória dos dias em que te perdias na paisagem da minha janela.
«- É bom voltar a estar aqui.» Disseste, parecendo regressar. Por um momento senti a tua voz embargada e pensei que estivesses a chorar. Olhei-te novamente. Lá estavas tu, debruçada sobre a janela, com a minha camisa branca… e à contra luz voltei a ver os contornos do teu corpo…a tua lingerie preta… a renda das tuas ligas…Como uma trovoada inesperada de Agosto, aproximei-me de ti e tomei-te de assalto. Não pedi licença, não me fiz anunciar, tomei o teu corpo, no meu corpo, porque é meu, porque me pertence, porque ardia em desejo, porque quis fazer amor contigo desde que te vi ao entrar. E tu, entregaste-te como sempre fizeste, sem perguntar como nem porquê, deixaste-te ir como um rio que corre para o mar, como a folha que se deixa guiar pelo vento. E enquanto a neve gemia ao tocar nos vidros lá fora, tu gemias de prazer nos meus braços.
Fizemos amor ali, na mesa da minha cozinha, com a minha camisa branca a testemunhar aquela união dos nossos corpos. Levei-te para o quarto, para aquela cama tão fria desde que foste embora. Fizemos amor o resto da noite, como se quiséssemos recuperar todo o tempo perdido, como se tivéssemos medo que o tempo ainda nos voltasse a separar.
Adormeci exausto. Adormeci feliz. Estavas ali outra vez, em minha casa, no meu quarto, na minha cama, protegida pelos meus lençóis.
De manhã acordei… sozinho… uma brainstorming assolou os meus pensamentos. Teria sonhado contigo? Terias realmente estado ali? Teria feito amor contigo? Sinto tanto a tua falta que já não distingo os sonhos daquilo que é a realidade… mas parecia tão real… Fechei os olhos na esperança de voltar a sonhar contigo, aninhei-me no teu corpo imaginário, deslizei as minhas mãos pelo espaço que naquela cama te pertencia e senti, debaixo da almofada algo que me era familiar… Esbocei um sorriso. Levaste novamente o teu ser, o teu corpo, a tua alma, mas deixaste o teu perfume… na minha camisa branca.

Foto de KarlaBardanza

Devadasi Amando...

Seda pura, mirra, henna,
sari, kajal, o Taj Mahal...
Sou eu e você na Índia
em alto astral.
Danço Odissi...
Quem te disse
que a Índia não é aqui?
Sou uma devadasi.
A tua face é música carnática...
Enfática te grito flores,
odores, incenso de jasmim.
Você é tudo, enfim.
Meu mundo é essa viagem
de colares, xales e beleza.
A Índia é uma princesa
de cabelos perfumados.
É um templo de deusas e poesia.
Sou eu beijando o teu dia,
com ares de sonho e silêncio.
Divindades, véus e céu...
sou eu te mostrando a vida
por um novo lado.
E nesse instante, nosso sonho é inventado.
Tâmara, româ, especiarias...
Onde irias se não fossem
meus braços de espera?
Mudras e mantras...
Onde irias sem essa
que te encanta?
Minhas mãos e pés pintados de vermelho...
Veja-me neste espelho.
Sou eu com minhas pulseiras,
e tornozeleiras de guizos.
Te aviso,meu tudo...
Nosso mundo cabe entre o beijo e a noite...
Minha alma floresce
e te oferece uma guirlanda de amor.
Abra as mãos.
Entenda o rito.
Abra seu sorriso de erva-doce
e abrace este aroma de canela.
Te devoto esta dança...
Te ofereço esta canção...
Sou eu esta pérola no teu coração...
Lírios de luz e vento,
finas sedas, diamantes de sol...
sou eu me revelando como um girassol...
Sou eu dançando Bharatanatyam...
Sou eu te amando,hoje, sempre
e mais amanhã...
Namaskar,Namaste...
A Índia...eu e você...

Karla Bardanza

*As devadasis eram dançarinas agregadas aos templos hindus e devotadas exclusivamente à adoração do deus Shiva, o “Supremo ator”. Oferecidas ainda meninas aos templos por seus pais, eram consideradas esposas do deus e, de fato, se casavam com ele em uma cerimônia semelhante ao casamento tradicional indiano. Eram educadas por grandes mestres na arte da dança e se apresentavam nas cerimônias do templo.
* Odissi e Bharatanatyam são estilos coreográficos de dança indiana

Foto de Débora Pontes

Sonhos Desfeitos

Meu querido...
Ah, se pudesses me responder aos questionamentos da minha alma, às dúvidas que me cegam e quem furtam as noites de sono...
Ah, amado meu, quisera estar em teus braços e não mais me apartar de ti, pois a primavera chegou e o aroma do campo nos enche de gozo...
Ah, meu amor, tivesse o tempo sido à nosso favor, tivesse a vida te segurado comigo, tivesse meu afeto forças para te deter...
Jamais terias partido, jamais te terias perdido, jamais sentiria o peito arder...
Só me restam os espinhos, das flores que me ofereceste, porquanto não estás mais aqui, e o tempo - nosso inimigo - te tragou para o infinito, e te entregou para o sepulcro frio, onde não sentirás jamais meu calor...

Foto de Hisalena

Sinto saudade

Sinto falta do cheiro suave que o teu perfume te deixava na pele,
de ouvir sussurradas no meu ouvido as tuas palavras de mel,
de mergulhar na imensidão profunda do teu intenso olhar,
de perto de ti sentir o coração feliz a ponto de transbordar.
Sinto saudade do aroma perfumado dos teus cabelos suaves,
dos planos que fazias sem olhar a problemas nem entraves,
dos projectos que fazias para a vida feliz que teriamos os dois,
dos sonhos que abraçavas sem deixar nada para depois.
Sinto saudade daquele abraço onde cabia toda a ternura do mundo,
do nosso silencioso entendimento certeiro e profundo,
do amor sincero que na altura eu era capaz de expressar,
do sentimento mais bonito que um dia poderia encontrar.
Sinto saudade daquela sensação quentinha que me deixavas na alma,
sinto saudade daquela ternura, daquela paixão, daquela calma,
sinto saudade de te ter como a parte mais doce da minha vida,
sinto uma saudade imensa dentro de mim desde o dia da tua partida...

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