Andorinhas

Foto de christiancleber

REALIDADE DE UM SONHO

Finalmente cai a noite, trazendo consigo a esperança de que um dia possa compartilhar com aquela que tanto idolatro, a possibilidade de um amor perfeito.
Amparado pelo meu leito, imagino ela sendo só minha, podendo toma-la em meus braços e ter o privilégio de chama-la de minha amada.
Perco a consciência pensando nela. De repente, me encontro em outro lugar, e presencio uma aparição de total beleza.
Diante da mais linda paisagem campestre, presencio a mais bela imagem criada pela perfeição da natureza.
Era minha amada idolatrada, linda, graciosa, vaidosa como sempre, fazendo-me juras de um amor sincero e puro.
A grandiosidade daquele ser e a transparência da sua alma eram pontos que naquele momento, me confessavam que aquela era a pessoa que sempre procurei.
Aproximo-me dela, e como sempre imaginara, tomo seu delicado corpo em meus braços e uno nossos lábios selando em silêncio um pacto de amor eterno através de sinceros beijos.
Naquela tarde de verão, o céu continha um azul que jamais outrora havia visto. Tendo ele como fundo, brancas nuvens contracenavam com dúzias de andorinhas, que voavam acrobaticamente ao mesmo tempo que nos presenteavam com seu vasto repertório de belas cantigas.
Passam-se alguns instantes, e juntos presenciamos o pôr do sol, que lentamente insistira em se esconder por detrás de uma montanha, dando assim a vez aos integrantes do céu noturno.
Vejo uma estrela cadente atravessar o céu, mas não faço um pedido. Pois o que eu mais queria já tinha se realizado.
Tudo era perfeito, e a DEUS pedia que eternizasse aquele momento.
Mas no auge da minha felicidade, acordo e simultaneamente te procuro por todos os lados da pequena extensão de meu quarto. Não te encontro.
Olho para a janela que brilha com o amanhecer, lentamente retomo os sentidos e percebo que tenho que aceitar o meu maior medo até então.
Tudo não passara de um lindo sonho, que aos poucos se desfizera em proporção à minha retomada de consciência.
Meu coração que há instantes atrás era habitado pela felicidade, agora era prisioneiro quase que perpétuo da tristeza. Lágrimas quentes inexplicavelmente deslizam em minha face, ainda como se sentisse o perfume de seus cabelos, sinto que minha alma não passara de uma indefesa presa nas impiedosas garras da solidão.
Por alguns instantes, esforço-me em lembrar de todos os detalhes da cena ofertada pela minha consciência, na intenção de amenizar a decepção por mim vivida naquele momento.
Levanto-me e me aproximo da janela, na intenção de distrair meus pensamentos.
Lá fora, como nos meus sonhos, pássaros serelepes cantam e voam acrobaticamente dividindo a cena com o azul do céu, que naquele dia acordara mais forte do que nunca.
É, era uma bela manhã de verão. Para completar a coincidência, só faltava a atriz principal, que inutilmente por alguns instantes mais uma vez, fiz questão procurar.
Agora totalmente lúcido e fazendo parte da realidade do momento, à DEUS novamente me dirijo, e a ele suplico seu auxílio. Pois só com a ajuda dele, um dia meu sonho se tornará realidade.

Foto de Rosinéri

HÁ-DE HAVER

Há-de haver um tempo e um espaço só para nós
Há-de ser o vento a trazer-nos a emoção
Há-de ser o Mar a chamar-nos para o Amor
Há-de ser o arco-íris a canção de um trovador

Há-de ser o Sonho a segredar-nos o Pôr-do-Sol
Há-de ser o céu azul a violeta que seduz
Há-de ser a flor do jardim do coração
A mais bela prenda que cultivei só para ti

Hão-de ser as praças e os passeios da cidade
A brilhar meus olhos de encanto e de saudade
Hão-de ser castelos e os telhados destas casas
Os berços de ouro que embalam o Sol poente

Hão-de ser os sinos a juntar-nos num só fogo
E as andorinhas a indicarem os caminhos
Há-de ser o Sol a sorriso destas flores
A fazer nascer a Primavera em todos nós

Foto de Sonia Delsin

FLORES PARA QUEM PARTIU

FLORES PARA QUEM PARTIU

Ela caminhava observando tudo. Os pássaros livres a recordavam que também conquistara sua liberdade.
A máquina fotográfica dependurada no pulso. Os cabelos ao vento, um agasalho de caminhada, um bom tênis, óculos de sol.
Caminhar é tão bom. Respirar o ar da manhã.

Quatro anos se passaram. Quatro anos.
Uma outra vida dentro de sua vida.

Lara ia pensando que a vida é feita de ciclos. Recordou a infância, a juventude, o dia que se apaixonou por Leonardo. Como ele era bonito! Lindo mesmo...

Uma vida ao lado dele e o fim. Quatro anos se passaram desde aquele dia. O adeus doeu demais e ela sabia que precisava esquecer tudo que se passara. Tudo.

Mas esquecer vinte e tantos anos ao lado de alguém?
É possível esquecer do primeiro beijo ao último olhar, as últimas palavras?
O grande vazio que ficou?

Um pássaro tão lindo numa cerca lhe chamou a atenção. Claro que o fotografaria. Claro.
E as buganvílias floridas então! Não podia deixar de fotografar.

Ia distraída a olhar tudo e as lembranças começaram a aparecer como ondas que o mar insiste em trazer para a praia.

Ela era um rochedo. Nada a abalaria. Nada.
Virou a máquina e tirou uma foto de si mesma ao lado de um arbusto. Cadê o sorriso? Ele não chegou, mas a foto não ficou feia. Todos diziam que ela era linda quando sorria. Talvez mais tarde o sorriso chegasse.

Apanhou uma florzinha azul e lembrou do tempo que apanhava flores do campo para levar ao marido. Ele não a acompanhava nas caminhadas. Preferia ficar na cama deitado e depois se levantaria, tomaria um café e fumaria.
Como ela odiava vê-lo fumando tanto. Quando pedia que fumasse menos ele discutia. Nos últimos anos tudo era um pé de briga.

Esmagou as florezinhas na palma da mão. Tanto tempo e o esquecimento não chegava, não chegava.

Não que tivesse esperanças ainda. Não. Em absoluto. Compreendera neste tempo sozinha que não tinham afinidades. Nem conseguia crer que viveram tantos anos juntos. Mas ficara uma dor, uma vontade de mudar o que o já não podia ser mudado.
Não era remorso. Era vontade que tudo tivesse sido de outra forma. Sem discussões, sem lágrimas.
Mas existe um casamento que termina sem brigas? Pelo menos quando acontecia era algo raro. Ou não?
Ela queria que tivesse sido sem brigas. Queria... tanto isso. Sem brigas.

Passou por uma árvore carregada de amoreira carregada e resolveu apanhar algumas amoras madurinhas. Gostava tanto que nem ligava a mínima em sujar as mãos.

Continuou a caminhar e o pensamento mudou de rumo. Pensou noutras coisas. Esqueceu a dor. Era sempre assim. Aquela dor vinha e ia. Como ela e suas caminhadas.
Pegou rapidamente a máquina para fotografar duas andorinhas que revoavam ao seu lado. Esqueceu o passado. Pelo menos por hora.
Olhou o relógio no pulso. Era hora de voltar para casa. O sol já estava ficando forte e ela não passara protetor solar.

Outras manhãs a aguardariam até que o outro ciclo se fechasse. Ela apertou de encontro ao coração a máquina pensando que tirara boas fotos naquela manhã.
Não levaria flores. Ninguém a esperava. Ninguém.

Foto de Sonia Delsin

PORTAS E JANELAS ABERTAS

PORTAS E JANELAS ABERTAS

Lá dentro era sofrimento.
E a vida corria lá fora.
Isto aconteceu há tanto tempo.
Foi outrora.
Por que isso me chega agora?
Porque recordei um voar...
Um revoar.
Eram andorinhas festejando.
No ar.
Deus, como naquele tempo eu sofria!
Quase morria.
E o revoar me renovava.
Com as andorinhas voava.
Pra onde eu ia?
Para um lugar que me salvaria.
E me salvou.
Me levantei... novamente caminhei.
O que no meu caminho encontrei só eu é que sei.
E Deus. Porque ele que me fez de novo caminhar, vive a me acompanhar.
Direito eu nem sei rezar.
Nem quero aprender.
A gente precisa é crer.

Foto de killas

POESIA AOS PÁSSAROS

Pássaros a cantar,
Andorinhas a chilrear,
Galinhas a cacarejar,
Para alguém os matar.

Passar um dia a ouvir,
Simplesmente parar,
E ouvir os pássaros,
No seu ninho a cantar.

Quem nos dera a nós viver,
Sem termos de perceber,
Que vamos morrer.

Mas devemos celebrar,
Levar a vida a cantar,
Pois a morte vai chegar.

Foto de DAVI CARTES ALVES

VOCÊ É TÃO MAR, ÉS OCEANO DE ENCANTOS

Sonhei colher corais
no fundo do mar de esmeraldas
suavemente represado
na doçura de seus lindos olhos
qual oceano de miríades de encantos

Na praia dos apaixonados
A brisa me afagava melíflua, sem demora
fui receber-te pressuroso
Como se ansiavam outrora

o retorno das naus dos amores,
entre lábios a muito ressequidos,
agora gotejantes de amora

buscar-te palpitante,
minha linda sereia
entre as ondas que se estiram preguiçosas,
arfantes e espumosas,

acolher-te entre as andorinhas
que trazem nas asas tão lépidas
os arrebóis carmesins
ter você meu oceano de encantos
assim tão engolfada em mim

poesiasegirassois.blogspot.com

Foto de Marta Peres

Leitura

Leitura

Ando com os olhos cansados
Das leituras dos jornais,
Infectam mentes esclarecidas
Ou não, deixam olhos sem esperança!

Vejo as águas do rio correndo para o mar,
Flores que crescem no jardim, matas
campinas e nas pedras das montanhas,
O céu azul e o verde das árvores e relvas
E samambaias da varanda, a renovação
Das montanhas.

De nada vale leituras sarcásticas!
Perco tempo deixando de ouvir o cantar dos
Pássaros, notícias que os pombos nos trazem,
O vôo das andorinhas, anúncio em folhas verdes
Das minhas mangueiras.

Não quero informações perniciosas,
Pervertidas e mentirosas,
Cansei-me de notícias enganosas!

Marta Peres

Foto de Marta Peres

Leitura

Leitura

Ando com os olhos cansados
Das leituras dos jornais,
Infectam mentes esclarecidas
Ou não, deixam olhos sem esperança!

Vejo as águas do rio correndo para o mar,
Flores que crescem no jardim, matas
campinas e nas pedras das montanhas,
O céu azul e o verde das árvores e relvas
E samambaias da varanda, a renovação
Das montanhas.

De nada vale leituras sarcásticas!
Perco tempo deixando de ouvir o cantar dos
Pássaros, notícias que os pombos nos trazem,
O vôo das andorinhas, anúncio em folhas verdes
Das minhas mangueiras.

Não quero informações perniciosas,
Pervertidas e mentirosas,
Cansei-me de notícias enganosas!

Marta Peres

Foto de Marta Peres

Depois da Chuva

Depois da Chuva

Depois da chuva veio o sol acariciar
rostos e flores e a relva,
os jardins encantaram-se, as árvores
sorriram agradecendo.

Miúdas flores que enfeitam os balcões
dos sobrados sentiram o calor dos raios
e felizes mostraram-se em cores, tingidas
pelas lágrimas da chuva.

Da vidraça que ainda chorava grossas
Gotas vi reflexos das novas cores
E vi o arco-íris pintado de fresco em
Velhos e caiados muros.

Ouvi a criançada em algazarra nos pátios
Do grupo escolar, risadas e cantos se ouvia
Por todos os lados da praça e o asfalto inda
Molhado mostrava-se de coloração negra intensa.

Os passeios quebrados molhavam transeuntes
Desavisados em suas pernas,
Pessoas se cruzando por todos os lados, molhadas
E encharcadas pelo desaviso da chuva.

Na cozinha de minha avó está minha tia,
Sei que depois da chuva
bela sopa encontrarei na panela
que fumega no fogão e fumaça azul
se evola no ar.

Respiro meu ar de criança, sonho
Admirando a natureza e andorinhas voam
Em festa, não é hora ainda de pensar
No futuro.

Marta Peres

Foto de Remisson Aniceto

Substância (para Rosangela de Fátima)

Encontro-me tantas vezes pensando em ti
e visualizo tua perfeita forma de mulher,
o dia a aflorar-te nos lábios de veludo,
a noite a escorrer-te pela seda dos cabelos.
Se estás longe de mim, dia após dia
transformo-te na delícia do fruto que aprecio,
no frescor da água que me sacia a sede
e na substância, enfim, que me permite o amanhã.
Posso te sentir na suave brisa matutina,
nos primeiros raios do sol que me aquecem
e ouso ver-te em cada objeto, em cada rosto,
em cada gota de orvalho da verde grama
e no ruflar das asas das andorinhas...
Sou pequenino ante tua presença
e obscuro ante tua transparência,
mas mantenho os olhos cerrados
enquanto o dia corre,
enquanto a hora vital não chega,
até que te encontro, nascida do nada,
florescida, cristalina ante meus olhos,
e bebo da taça dos teus lábios
e aqueço-me do sol do teu sorriso
e me desfaço em infantil alegria...
E vão-se do meu rosto a sombra e a amargura
e tudo o que me faz sofrer quando não te tenho.
Onda que vem
e que vai
e vem novamente
e torna a partir,
mas que não escoa nunca,
neste oceano de delícias que é o teu corpo,
que banha o meu corpo,
que faz nascente o sol no meu rosto.
És a delícia, a doçura dos meus dias
e a cada hora te espero
para reinar sempre em minha vida.

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