Alma

Foto de Ana Vasques

Sentimento

Já senti muito! E como doeu esse coração. Mas agora, olha só! Consegue ver? Virou uma pedra. Não sinto amor, pena, nada. Tinha uma coisa e achava sagrada. O sentimento. Mas de tanto gastar a toa por ai a fonte esgotou. Então resolvi parar de sentir. Agora ninguém mais abusa da minha alma porque eu não tenho mais alma, nem coração. Ah, também perdi as minhas cores, sou todo cinza agora!

Foto de ALEXANDRA LOPUMO SILVA

A máscara

Quem sou eu?
Não me vejo
Onde está meu rosto?
Não escuto minha voz
minha cabeça dói, no meio de meus pensamentos
não consigo arrancar esta máscara, que dói
grudada em meu rosto
enfincando na carne, na alma , em mim
quero ser eu, mas não sei mais quem sou
chego em casa cansada, consigo dormir
e, sonho comigo,
então eu me vejo
como está bonito meu rosto, limpo
sem máscara
escuto minha voz, estou cantando
e finalmente lembro quem sou eu

Acordo
Abro os olhos, mas não vejo nafa
A máscara me sufoca
Quero me libertar
Mas não posso, só quando sonho

Alexandra

Foto de Carmen Vervloet

VAGANDO NO INFINITO

Minha alma foge de mim
e vaga por sobre o mar!
De mãos dadas com a brisa
afasta-se do meu olhar.

Eu, um trapo! Que contraste!
E ela menina a sonhar...
Pendura-se num raio de luar,
faz travessuras no ar!

Leva em suas feições a eternidade,
Linda! Parece miragem...
No infinito faz sua alegre viagem,
mas volta pra seu lugar.

Volta envolvida em pó de estrelas,
e eu que já nem mais queria vê-las,
coberta por migalhas de sol posto,
abro os olhos e transformo em versos
aquele plangente desgosto!

Carmen Vervloet

Foto de Carmen Lúcia

De um simples olhar...

De um simples olhar, a imensidão do amar...
E a vida se modifica.
Tudo se edifica.
Detalhes nunca vistos
passam a ser percebidos
em desmedida proporção
e se multiplicam em cores,
em flores, em esplendores,
em reluzentes fractais,
refletores de emoções,
sentimentos indescritíveis,
frágeis cristais,
e incandescentes vulcões.

De um simples olhar, a delirante paixão...
E o desejo sufocante de estar sempre perto,
o frenesi inquieto,
os tremores irrequietos,
arrepios, frêmitos, calafrios,
a química que impele,
o calor queimando a pele...
Olhar que atravessa os poros,
desnuda o corpo , invade a alma,
descompassa o coração,
que predomina e só se domina
quando não se dá por vencido
e se vê correspondido.

_Carmen Lúcia_

Foto de Edigar Da Cruz

MINHA ESTRELINHA GATINHA MANHOSA

MINHA ESTRELINHA GATINHA MANHOSA

. Tenho uma estrela gatinha manhosa,..
como manhosa e linda maravilhosa,..
como maravilhosa e cheirosa toda TOTOSA...
que e muito brincalhona adora cheiro de flores
que ama rosas
corre para todos os lados ao esmo de tempo,.
Sem perde seu brilho!
Sem perde seu carisma de gatinha minha estrela de vida !
Que me ensinou a amar..
Que ama a vida! Ama e adora a vaidade
que toca ao amor sua sensibilidade,..
gatinha linda gotosa maravilhosa!
Linda dengosa estrelinha de carinhos,..
essa é gata maravilhosa,..
do eu te amo profundo ..
Fica ali no outro lado dessa telinha fria, olhando quieta,..
pensativa! Com olhar brilhante apaixonado..
Sentindo o contato direto do amor, perfeito,..
falando de amor e vontade,..
com os olhos de lagrimas de saudades.
De um querer de tocar,...e sentir!..
fica toda manhosa essa gatinha linda...
Que puxa a gente de uma forma
para ser acarinhada !...
Essa é a minha gatinha,...
sapeca linda maravilhosa ,...
sapeca inteligente meio moleca referente ,
seu brilho e sorriso do espelho da alma
dessa gata linda que amo muito
referencio com um EU TE AMO
MINHA GATINHA LINDA ESTRELA MANHOSA

Autor:Ed.Cruz

Foto de betimartins

Eu serei a poetisa?

Eu serei a poetisa?

Não me iludo nas palavras
Nem sequer nos meus versos
Não quero saber das rimas
Nem saber dos seus reais efeitos...

Apenas! Eu me visto de emoção
Trago no peito o amor e a gratidão
Resisto às imortalidades e as crueldades
Deixando as minhas rimas! Tão desiludidas...

Meu corpo! Aqui apodrece e se esfuma
Minha alma!Apenas regressa a minha casa
Quem sabe! Talvez um dia retorne inspirada
Em novas rimas e alguns simples versos...

Não sou vaidosa, não, na minha triste sina
Nem sequer crente nas pobres palavras
Apenas deixo fluir o que tem de belo,em mim
Do que minha alma já sofrida, ainda sente...

Poderia aqui escrever muitos mais versos
Quem sabe até fazer algumas rimas bonitas
Poderia colocar enfeites e belas palavras
Apenas sou aqui a simples e eterna aprendiza...

Foto de Marilene Anacleto

Negritude

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Roubaram a minha vida
Arrancaram-me de meus queridos
Separaram-me da minha fé
Tiraram-me o sobrenome
E até disseram que não tenho alma.

Trabalhei de sol a sol
Para que tiveste o melhor
Usei trapos, ou muito pior

Carreguei enormes cargas
Para que tivestes estradas
E eu nem saí do lugar

Plantei sementes, frutos colhi
Para te saciar antes de dormir
E muitas vezes eu não comi

Criastes um padrão de beleza
De brancos e magros. Tristeza!
E são mais belas as nossas negras.

Amamentei todos os teus filhos.
Aos nossos, nenhum carinho,
Afastavam de nosso convívio.

Hoje sou músico, professor, poeta,
Empresária bem sucedida, atleta,
Advogado, arquiteto, escritor
Mas não sou julgado pelo meu valor.

Não quero gratidão, quero respeito,
Quero a educação a que tenho direito
Quero o progresso ao qual me dedico
Porque escolhi este País para criar meus filhos.

Marilene Anacleto

Foto de raziasantos

Onde estou?

Tudo é tão vago...

Tudo que lembro é de acordar em lugar frio abafado.
Não sei como, mas conseguiu sair comecei a caminhar entre as folhas secas: As árvores sem vida...
Tudo era silencioso, não ouço risos, nem choro, nem lamentos, nem agouro.
Não sei onde estou, nem sei quem sou, tento me ver, mas não consigo; não sinto o calor do sol, à noite não vejo o esplendor das estrelas nem o brilho da lua.
Tento descobrir que sou começo a caminhar passo por rios de águas turvas e violentas.
Vago na densa noite quando á luz do sol irar iluminar todo universo.
Mas sem dormir eu me desperto tudo esta frio e nublado...
Espanto-me com silencio e pela primeira vez sinto um arrepio no meu corpo.
Tudo! É tão vago onde estou?Quem sou eu?
Começo a correr tem pressa de sair deste lugar horrendo e vazio.
Não sinto mais meus pés não vejo os pássaros, e nem ouço o seu cantar.
Nem uma só palavra, nem um ser vivem.
Somente eu...
Eu, ‘’mas quem sou eu’’?
Neste imenso vazio e solidão tento encontrar minha alma quem sabe ela me dirá que sou?
Ò minha alma onde estas? Apareça faça-me companhia tira-me deste vazio!
Há minha alma tudo é tão vago nem recordações eu tenho, minhas lembranças sumiram.
Estou cercada pelo silencio, selva da amargura e a selva da solidão.
De tanto caminhar consigo ver a cidade, mas esta vazia e as poucas pessoas, que consigo ver me ignoram, em algumas eu toco pedindo socorro, mas é como se eu não existisse.
Há!Estou me perdendo cada vez mais...
Onde estão minhas lembranças?
Serei eu um ser humano?
Por que fui condenada há este mar de desilusão e tristeza...
Sinto-me tão cansada devo encontrar um lugar para descansar, e onde eu possa me aquecer.

Mas onde?Se tudo é vago e vazio...
Neste longo caminho que tenho percorrido me perdi nos dias nem sei mais contar os meus dias.
Quem me dera poder ouvir o canto da sábia, as garças com sua beleza me alegrar.
Vou seguir sem parar de caminhar até onde meu corpo suportar.
É eminente a dor do abandono e solidão.
Será este o purgatório?
Por quem fui julgada?
Se não tenho lembranças como saber o meu pecado!
Não sinto cansaço só tristeza tudo é sem brilho, sem cor.
Até os rios me rejeitam...
Quem sou eu? O que sou?

Estranhamente sou tomada por um sono incontrolável.
Sinto muito frio parece que estou em congelando.
Adormeço profundamente...
Der repente ouço uma voz suave e sinto mãos batendo lentamente em meu rosto:
Raquel acorde tudo terminou bem você voltou para nós acabou o pesadelo
Você saiu do coma!

Foto de betimartins

O fantasma do hospital pediátrico.

O fantasma do hospital pediátrico.

Era noite o João piorou, o seu câncer alastrava e seu tempo de vida era diminuto o seu caso já era bastante mais avançado, as dores eram muitas e precisava ser de novo medicado. Seus pais, o senhor Alfredo e dona Isabel pegaram no João e arrancaram com ele para o hospital, o seu medico já estava esperando ele, recomendou que fosse melhor internar e vigiar de mais perto.
João fez cara feia, era um menino lindo de olhos verdes, cabeça sem cabelo, mas um sorriso iluminado e franco, era bastante positivo e conformado com a sua doença, às vezes era ele que tranqüilizava a sua mãe. Mala já no carro e foram para hospital oncologia de Lisboa, lá tinham tudo, uma sala, repleta com novidades, desde PC, jogos, livros e até palhaços e pessoas muito simpáticas.
Faziam um bom trabalho, de convívio e auxilio, todos eram simpáticos e o João achou que isso até ia ajudar sua mãe a superar o que vinha ai. Ele sabia que tinha pouco tempo, seu amigo invisível já tinha falado a ele que se preparasse, apenas esperava por ele para fazer a passagem.
Logo lá chegaram, o medico medicou o João e mandou fazer mais uns exames para diagnosticar melhor o estado do João, ele já estava tendo falência de órgãos, seu caso estava mesmo muito mau.
João não era parvo ele lia os olhares das pessoas e sabia o que eles pensavam, sorria e apenas se conformava. Seu quarto era grande, tinha uma cama para sua mãe ficar ou seu pai, olhava para tudo com admiração, mas era muito equipado com maquinas, nada faltava ali. As dores aumentavam à medida que a morfina já não fazia efeito, ele já ficava muito cansado, ele tinha um dom que via o que outros não viam, ele conseguia comunicar com os mortos.
A noite veio e sua mãe adormeceu cansada, ele pode conversar com seu amigo invisível, queria contar as novidades, estranhamente ele o chamou, mas ele não apareceu, nada, estava assustado ele o ajudava a superar o tempo e as dores. A noite já ia alta, eram cerca de três horas da manhã e escutou um riso assustador e um gemido de uma menina, aterrorizada, dizendo:
- Deixa-me, por favor, não faças isso.
Desatando aos gritos, como ela gritava, ele não sabia como fazer, não podia sequer sair da sua cama com os tubos que ligaram nele. Fechou os olhos e pensou no seu amigo com força e pediu a Deus que enviasse seu amigo. Nada, absolutamente nada, que iria ser dele se aquela coisa o atacasse, ele chorou, teve medo, nunca tinha medo, mas naquele exato momento um arrepio atravessou a espinha.
A noite avançava, o silêncio imperava pelo hospital, não se escutava nada e de repente, ele escuta um arrastar de passos, pesados, um cheiro nauseabundo, para exatamente a na sua porta do quarto, o frio percorre seu corpo, queria gritar, não conseguia, a voz sumiu e ficou quieto e dando a impressão que estava a dormir.
A porta abriu-se, entra um palhaço, de aspecto horrendo, mal cheiroso, seus dentes estavam podres e seus olhos esvaiam sangue. Era horrendo, ele caminha em direção de sua cama, rindo de forma assustadora, rindo ele dizia:
- Este aqui vai ser meu, eu o vou levar comigo.
Rindo e maquiavélico, ele saiu do quarto, dando o menino como alma ganha no seu assombroso mundo. Logo ele escutou a voz da menina, chorando e gritando, estava gelado e sem saber o que devia fazer também que ele poderia fazer? Nada estava preso na cama.
A porta se abre de novo e entra uma enfermeira simpática, outra dose para ele ficar sem dor e adormecer, totalmente cansado e sem forças ele adormece.
Entra a luz pela janela do seu quarto, escutando os carrinhos de comida pelo corredor, agitação, vozes, agitação e vida. Satisfeito ele fica agradecido por ser dia, certamente aquela coisa horrenda não o vai chatear, se seu amigo aparecesse logo ele saberia o que fazer.
Na sala estava uma menina linda ainda muito pequenina, teria ai cerca de quatro anos, escutou pela sua voz que era a menina que chorava e gritava. Ela sorriu para o João, nisto ela modificou o seu rosto, ficou pálida, João olhou para onde ela estava a olhar, viu o palhaço horrendo acenando com a sua mão, cheia de sangue. Ele olhou para o João e desatou a rir assustadoramente. Jessica era o nome da menina, desatou a chorar.
- Eu não quero estar aqui, deixa-me ir para casa mama, por favor.
Desolada a mãe ficava sem saber o que fazer ela também estava muito mal já não agüentava mais nenhuma sessão de quimioterapia, já não havia mais nada a fazer, apenas esperar que ela não sofra muito.
João sabia que era naquela noite que algo muito ruim ai acontecer, ele sentia dentro de si, a noite logo veio, sua mãe não parava de chorar, o coração do João estava fraco, os rins quase nem mais funcionavam, os pulmões estavam também falhando, se dessem mais morfina, ele certamente teria falência cardíaca. O câncer ósseo espalhou-se rapidamente pelo seu corpo, a noite estava ficando mais silenciosa, seu amigo nada, sem sombra dele, se ao menos ele aparecesse, poderia o ajudar á Jessica.
Todos dormiam, estava um silêncio pesado, mortal, o ar estava sufocante, o medo invadia seu corpo, de repente escutasse um grito, um grito desesperante, volta o silêncio, que mata. Choros e correria, uma movimentação descomunal, escuta um medico falando no corredor:
- A Jessica, foi forte, apenas não compreendo, ela estava a começar responder ao tratamento e foi-se de repente, estranho.
Desolado ele fica com medo, foi o palhaço e agora sou eu. Olha para sua mãe e afaga seus cabelos, que estava dormindo aninhada em sua cama, ela sorriu dormindo, ele pensa quantas saudades eu vou ter dela e do meu pai.
Um lagrima cai pelo seu rosto, soava a despedida, lembrou as coisas boas e lindas que viveram, com os seus pais, logo tudo ia terminar.
Tudo voltou acalmar, ele queria dormir, mas não conseguia, logo voltou a escutar os passos assustadores, a porta se abre e ele decide não ter medo e lutar contra o palhaço, olhos esvaindo de sangue, voz tenebrosa, o cheiro nauseabundo era tudo o que ele conseguia sentir.
Ele enfrenta o palhaço tenta sugar a sua alma, o menino se defende fazendo uma oração que seu amigo ensinou algo acontece, o palhaço se esfuma e desfaz. Sumiu por completo e estranhamente, ele vê uma luz incrível, dela sai um anjo lindo, era seu amigo invisível, felizes eles, se abraçam e o anjo amigo fala para ele:
- João, tu mereces uma oportunidade, pois superaste a tua doença, foste gentil com os teus pais, foste valente e acreditaste no nosso Pai.
Sorrindo e suas mãos rodeadas de uma luz, uma linda luz verde clara que ele coloca no seu corpo e todo ele começa a vibrar e bilhar como uma magia, uma coisa de anjos mesmo.
Cansado e agradecido ele adormece, logo sua mãe o acorda para ser visto pelo medico, espanto o João estava com os batimentos cardíacos normais. Espantados fizeram exames e verificaram que ele estava curado, completamente curado.
João curou-se e o fantasma tira almas tinha desaparecido de vez, já não voltava para assustar as criancinhas e as levar para a escuridão

Foto de Marilene Anacleto

Enfim, o Abraço

*
*
*

Enfim, a vida!
Tudo palpita
Mente, alma, coração.
Plexo, umbigo
Ah, nem digo!
Um terremoto, parece.
Que não seja de vulcão
Não saberia como
Conter as lavas.
Não saberia, não!

Tudo se torna canção
Envolvida na paixão
Do sentimento contido.
Pensamento colorido
Espalha do pé do ouvido
Ao ouvido do pé
Tudo eletricidade é.

No abraço de corpo inteiro
Explodiu em pó de estrela
A vida, mais uma vez.

Marilene Anacleto

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