Água

Foto de Rosinéri

ELE E ELA

Ele brilhava como o sol
Ela como as estrelas
Ele morreu de um sonho
Ela de realidade.
Ele viveu como rei.
Ela com lealdade.
Ele iluminou os dias.
Ela clareou as noites.
Ele torturou os viventes.
Ela afagou os doentes.
Ele temia a água.
Ela temia o fogo.
Ele amava a lua.
Ela o infinito.
Ele rompeu barreiras.
Ela compôs a imensidão.
Ele adorava o dia.
Ela a noite.
Mas apesar das diferenças.Ele amou a ela
Ela amou a ele.

Foto de Sonia Delsin

OS DOIS PRATOS DA BALANÇA

OS DOIS PRATOS DA BALANÇA

Adoro o silêncio. Minha alma com ele se delicia.
Adoro ficar quietinha observando o vôo de um colibri.
Adoro adentrar nas matas silenciosas.
Quando uma ave interrompe o silêncio de forma prazerosa sinto grande alegria. Como se eu fosse parte integrante do ecossistema.
Gosto das minhas horas quietas, quando medito, quando fico simplesmente a olhar uma estrela que desponta.
Amo observar o sol nascendo, se pondo.
Como gosto de ficar à beira de um lago olhando a água. E as cachoeiras então! E o mar!
Já contei tantas vezes que sou apaixonada pela lua. Que adoro andar pelas ruas. Tudo olhando, tudo observando.
Procuro lugares quietos quando minha alma pede silêncio. Mas também há horas que precisamos do barulho. Gosto de rock, mas tudo a seu tempo, sua hora. Gosto muito de dançar e estar numa danceteria ouvindo belas músicas.
Penso que quando ficamos em silêncio temos um encontro conosco e quando estamos em meio ao burburinho temos um encontro com o mundo.
Precisamos de ambos para estarmos equilibrados.

Foto de EDU O ESPIÃO.

SABIA QUE SOU RICO

É. Sou rico! Rico de saúde ,rico de vida, rico de amigos.
Rico de família. Minha maior riqueza é saber que tenho Deus ao me lado.
As pessoas insistem em ser ricas. Insistem em sonhar alto, algumas se contentam
Com pouco outros quanto mais tem, mais querem. E assim vai se criando
Aquela idéia de ser rico== Apostam em jogos, fazem apostas, sempre com a finalidade de ganhar dinheiro, ser rico, e na verdade muitos chegam a se iludir, anos e anos com essa idéia fixa de ser rico, esquecendo nesse jogo o valor da grande riqueza==Mas me pergunto , será que as pessoas, realmente
Conhecem a verdadeira riqueza.==Não estou dizendo que ninguém tenha direito de ser rico.
De ter os sonhos matérias realizados. Todos têm esse direito, nada melhor que você poder
Desfrutar de uma vida, com uma bela moradia, um carro na garagem um bom emprego.
Poder dar condições de vida subumanas aos seus filhos. Ter direito a um plano de saúde.
Essa é uma riqueza digamos que necessária===
Mas não é dessa riqueza exatamente que falo===Não existe nada mais cruel e triste que a pobreza de espírito de vida de potencial, de caráter===
Quando falo que sou rico, é porque sou rico, não financeiramente, apesar que pra mim o que faço com meu trabalho e esforço me traz riqueza prazer e me da condições de viver.
Me satisfaço com meu trabalho, cuido da minha vida espiritual, cuido de mim da minha família, tenho amigos que são supimpa. Sei que não é fácil, mas tudo que quero luto corro atrás e Deus sempre esta comigo para me ajudar conquistar===porque também tem um porém
Muita gente quer que Deus faça tudo também= sem fazer sua parte e Deus é Deus, mas nem por isso ele é empregado de ninguém, para que as pessoas vivem pedindo, só pedindo mas não fazem por onde se ajudar==Não estou a falar de religião apenas falo de como são algumas as pessoas
Não sabem o que a verdadeira riqueza da vida==Eu não sou perfeito, assim como outro ser humano erro, e sempre vou errar, mas veja a vida como um presente de Deus, onde podemos dar valor a um simples copo d’água, e dizer que é riqueza, riqueza é mesmo==porque não demora muito ela vai valer ouro, e ainda tem quem acha que não==é só desperdiça==
abre a torneira e sai==vai, vai, vai, continua pensando assim, que sua riqueza vai ralo abaixo.
Bom minha mensagem de hoje é essa, já me sinto rico, por poder alertar alguém
Que tenho um pouco de paciência para me ler, já que escrevo muito.
Mas olhem os pequenos detalhes isso é que riqueza. Comece por você pela sua casa
Pelo seu trabalho. Não sou exemplo, nem quero que se espelhem em mim,mas dou muito valor as pequenas coisas da vida, como simplesmente dizer um bom dia. E procurar ajudar a quem precisar, com exceções dos abusados.
Para meu castelo ficar completo de riquezas, só me falta um verdadeiro amor , para compartilhar minha vida, minha tampa da panela, que vive a esconder de mim, mesmo assim=Eu sou rico!

===e.espião edu.com

Foto de Sonia Delsin

VINTE ANOS... VINTE

VINTE ANOS... VINTE

Ele a beijava e Laura pensava. Vinte anos...
Como pesam vinte anos!
O convite para dançar viera inesperadamente naquela tarde.
Os dois a conversar no ponto de ônibus.
A chuva que caía sem piedade.
-- Não me importo com a chuva. Até gosto.
-- Eu também. Notou que não está uma chuva fria?
-- É mesmo. O calor é tanto.
-- Vamos dançar hoje à noite, Laura?
-- Dançar com você?
-- Por que não? Não quer? Não gosta?
-- Adoro.
-- Então...
-- Mas dançar com um jovem?
-- Não vejo problema algum. Você vê?
Por que não aceitar um convite tão tentador?
Os olhos de Fábio a deslizar em seu corpo. Uma diferença grande de idade. Vinte anos. Mas ele vivia afirmando não ver problema algum nisso.
-- Aceito.
-- Nos encontramos lá às vinte horas.
Despedindo-se rapidamente ela falou olhando-o nos olhos:
-- Estarei sem falta. Meu ônibus.
Deram-se um beijo rápido no rosto e Laura entrou no ônibus com a face afogueada. Não era mais uma menina. Cinqüenta anos nas costas. Mas a alma... A esta era de uma menina. E o coração então! Um menino travesso que jamais cresceria em seu peito.
Ia pensando. Colocaria um vestido bem bonito pra encontrar-se com Fábio.
Belo jovem.
Fazia um ano que se conheciam e nunca tiveram uma proximidade tão grande como naquela tarde embaixo da chuva. Os olhos dele correndo em seu corpo.
Os dela buscando aqueles olhos escuros.
Sentia-se tão só ultimamente.
Sim, colocaria um vestido bonito. Capricharia na maquiagem. Se bem que era bonita aos cinqüenta. Muito bonita. O corpo bem cuidado. O rosto bonito.
Quando ele a viu chegando com aquela saia leve e a blusinha rosa elogiou de imediato.
-- Está tão bonita, Laura.
Os dois entraram de mãos dadas na danceteria e subiram a escadinha.
-- Muito melhor lá em cima, não?
-- Sim, é melhor.
Os olhos escuros não despregando dela. Laura gostava daquele olhar quente, mas ao mesmo tempo ficava um pouco apreensiva. Há meses não saia com um homem.
Sentaram-se na última mesa do lado direito.
-- O que vamos pedir?
-- Uma água sem gás.
Quando Fábio buscou sua mão ela estremeceu. A mão tocou seu pulso e subiu de leve pelo antebraço. Subiu mais um pouco e ele a puxou para um abraço.
-- Você é tão bonita.
-- E você tão jovem.
-- Já vem você de novo com esta estória.
-- Está bem, vou tentar esquecer.
Estreitou-a nos braços e buscou seus lábios, depositando um beijo leve.
No peito dela o coração pulava como doido quando ele buscou sua mão delicada e levou-a até seu peito. Precisava entregar-se ao momento. Precisava...
A sensação de estar encostada a ele era boa demais. Um homem a desejá-la. Bonito e jovem.
Quando ele buscou sua boca ela não apresentou resistência alguma. Também estava querendo beijá-lo. Como estava.
Ele quis mais beijos e levou-a até uma das vidraças.
Viam dali a cidade que dormia.
Ele a puxava pra seus braços e Laura podia sentir como estava desejoso dela. Os corpos tão próximos. Aquele contato provocava uma ereção no rapaz. O que não passava desapercebido dela, que também ardia por ele.
Achava errado esta atração que sentia pelo jovem. Já estava de novo a pensar na diferença de idade. Isto era prejudicial e ela sabia. Mas que fazer se tinha filhos da idade dele e não aceitava uma relação com uma diferença tão grande de idade?
Desejava-o.

Foto de Sonia Delsin

A FORÇA DA NATUREZA

A FORÇA DA NATUREZA

Os mais velhos sempre me disseram uma frase que hoje me voltou nítida à memória. Que ninguém pode com a força da natureza. Minha avozinha me mostrava o fogo e falava: Quem o domina? Os elementos têm poder. Não brinque com fogo.
Meu pai me ensinou a amar e a respeitar a natureza. Quantas vezes assistimos juntos temporais acompanhados de raios, de trovões. Quantos estragos vimos juntos e quanto falamos a respeito.
Quem consegue segurar com as mãos a água? Um bem tão caro, mas que pode nos tirar a vida; tão benéfico e tão traiçoeiro tantas vezes.
Eu que quase morri afogada aos doze anos sei bem como é. Eu queria me segurar, me dependurar em alguma coisa e esta coisa simplesmente não existia dentro daquele rio. Não era a hora de minha morte, porque meu irmão que sabia nadar me retirou de lá quase sem vida. Depois aprendi a nadar, mas junto com a natação aprendi algo muito importante, a respeitar a água.
Ontem tivemos aqui em minha cidade uma chuva repentina e acompanhada de forte vento. Um vendaval.
Eu e meu filho ficamos olhando as antenas que balançavam e nosso pé de acerola que tombava todo.
Por sorte os galhos são bem flexíveis e tombam, mas não quebram facilmente.
Está tão bonito este nosso arbusto e eu não queria vê-lo por nada deste mundo ao chão caído.
Pois bem, vou adentrar agora no que me levou a escrever esta crônica. Quando cheguei hoje no local aonde estudo a primeira coisa que vi pelo portão entreaberto foi que uma de nossas belíssimas árvores, uma cuja sombra tantas vezes praticamos tai-chi ao ar livre, estava tombada. Os galhos retorcidos...
Pareceu-me que um gigante andou por lá ontem. Torcendo galhos como educadores maus torcem braços de aprendizes.
Foi esta a minha sensação, mas não acredito que a natureza venha se vingar em cima de belas criações como aquela árvore tão linda. A idéia me passou e o motivo nem sei. Também nem sabia se devia citar aqui isto, mas citei e está citado.
No chão estava o filhote de João-de-barro e os pais aflitos revoavam por lá.
É duro descrever a cena. Nos ponteiros da bela árvore algumas flores azuladas permaneciam lindas como ela se ainda estivesse de pé.
Senti vontade de chorar. A dor daqueles pobres passarinhos que tantas vezes vimos carregando material pra fabricar o ninho chegava a doer no meu peito.
Ficávamos admirando, conversando sob a árvore e os dois tão empenhados em construir a casa.
Olhando-os revoando conseguia trazer de volta os dias que os via trabalhando na construção do ninho, a alegria deles.
Uma cerca de segurança foi colocada, pois uma das outras árvores estava com o caule totalmente trincado e perigava cair.
Fui triste para a sala de aula, porque deixamos no pátio aquela árvore tombada. Fiquei imaginando se vão cortar as que ficaram de pé, porque me parece que apesar de imensas, elas são frágeis. Ou o vento foi tão forte?
Acredito que exista sim uma fragilidade naquelas árvores, mas são idéias minhas. Não conversei a respeito com nenhum entendido. E também não sei como encontrarei tudo lá amanhã.
Não teremos mais aquelas sombras tão aconchegantes? Será muito desolador encontrar aquele local vazio.
Mas se elas podem colocar as vidas das pessoas em risco...
Algo a pensar, realmente.
Bem, quem pode com a força da natureza? Algumas vezes vemos um céu tão azul, tão quieto. E de repente algumas nuvens se formam, chega um vento e o que parecia que ia durar eternamente se acaba.
Eu tinha que contar. Eram simples e lindas árvores, mas fazem parte do meu dia-a-dia. Ajudam a enfeitar o tempo que passo lá; pela beleza; pela sombra; pelos pássaros que nela se abrigam; pelas parasitas grudadas nos caules.
Senti vontade de chorar...senti vontade de contar e contei.

Foto de EDU O ESPIÃO.

NUNCA ESQUECEREI O SORRISO DA MENINA NATALIE.

Não existe nada, mas belo que um sorriso de criança.
Sorriso solto espontâneo puro que traduz o verdadeiro sentimento
Infantil.
Ainda mais quando essa criança tem seu fantasminha animado.
Um amiguinho oculto, toda criança tem um amiguinho oculto.
Depois do amiguinho oculto, vem o amor ao um bicho de estimação.
Conto isso porque essa semana presenciei o sorriso, mas belo e alegre.
Atendi semana passada um cachorrinho poodle na clinica, este foi atropelado.
O cachorrinho chamado Elvis, é de uma menina de 4 anos, chamada Natalie.
Ela junto ao seu avô, chegaram à clinica apavorados pois o Elvis, havia
Sido atropelado chegou à clinica em estado tão deplorável, que nem eu mesmo
Com meu conhecimento veterinário, saberia se esse cãozinho teria salvação.
Pra se ter idéia ele se quebrou todo ainda teve grande parte da pata traseira esmagada.
A menina Natalie, desesperada me abraçou e num gesto de desespero, naquele momento eu era o Deus pra ela para salvar seu cão. E seu avô vendo o desespero de sua netinha.
Me dizia a todo tempo que esse cãozinho não poderia morrer.
Eu me senti, responsável três vezes, por dar alegria a menina pelo seu cão.
E por dar a alegria ao avô da menina para que não deixasse o Elvis cão morrer.
E a outra responsabilidade, deixar a pena de lado, nessas horas temos que ser um pouco frios. Deixar os sentimentos de lado e fazer o que tem que ser feito, coloquei em prática
Junto minha equipe para fazermos uma cirurgia na perna do Elvis e ver se Deus também nos ajudava, porque até eu pedi a Deus que me ajudasse que eu tinha que salvar o cão da Natalie.
Mas o que mais me preocupava, é que o cãozinho não reagia. E lembrava aquele choro
Triste da Natalie confiando em mim.
Bem fiz cirurgia tomei todos os procedimentos, e dispensei a avô e neta, para irem para
Casa, pois o Elvis não seria liberado naquele dia nem se sabia quando.
Aquele dia, eu não fui pra casa, passei a noite toda na clinica de olho no Elvis.
Fiquei me sentindo responsável pela responsabilidade de ver o sorriso da Natalie.
Deitei no sofá, dormi bem cansaço e de tanto pensar. No dia seguinte pra minha surpresa
Acordo com um latido, achando ser uma cadelinha que estava internada também.
Quando vejo, era o cãozinho da menina Natalie, ele olhava para mim como se estivesse
Me agradecendo mas deitadinho, tinha sofrido uma cirurgia não podia se levantar e estava com uma proteção. Fui até ele fiz carinho conversei com ele, ele com aquela carinha de
Poodle safado essa raça é bem safadinha, dei água ele bebeu muita água e me deixou muito feliz e logo de imediato liguei para o Sr° Nestor avô da menina Natalie.e dei a boa noticia.
Se passaram uns dias, o Elvis, teve alta, e vim ver novamente os olhinhos lindos da Natalie
Que junto ao se u avô foi buscar o Elvis. Pois os dias em que o Elvis, esteve internado,. Seu avô não quis levá-la na clinica para ver o Elvis, até que ficasse bom.
Quando olhei aquela carinha linda da Natalie, ela só falou assim pra mim.
Tio Eduardo eu vou La fora trazer um presente pra você que não deixou meu cão morrer.
A Natalie deu uma saída com seu avô, e quando voltou ela falou assim:
Tio Eduardo eu tenho uma surpresa pra você, mas você tem que lavar a mão antes.
Eu fui lavei a mão ela pedindo para que eu não demorasse.
Depois das mãos lavada, ela abriu o sorriso lindo, esticou as mãos pra mim que estava atrás das costas, e nas suas mãos pequenina de menina tinha um sorvete de pistache o meu favorito.Eu fiquei embabacado, não esperava.....Ela me deu o sorvete, era minha surpresa
E depois me deu abraço, deu aquela gargalhada pra mim com o seu cão no colo
E disse assim;
Tio Eduardo obrigada ta, toma o sorvete todo porque no meu sonho papai do céu disse
Para eu te dar um sorvete que você não iria deixar o meu cão morrer.
sabe tio Eduardo====Elvis não morreu!. O avô dela deu risada e também esperta para sua idade. Apenas 4 aninhos.====logo em seguida eles foram embora, e fiquei com aquele
Sorriso lindo nos olhos, como é bom fazer uma criança sorrir .
Mas o que, mas me intriga como ela sabia meu sorvete preferido, sendo que eu nem ninguém contamos? Será que também foi nos sonhos dela que papai do Céu disse que
Meu sorvete preferido é Pistache? Ai fica a pergunta? Deus conversa com as crianças, e os anjos que ele envia.
Como a Natalie iria saber minha preferência no sorvete? E aquele sorriso de anjo.
Acho que a menina Natalie era um anjinho em forma humana, porque nunca um caso
Mexeu tanto comigo como esse. Olha que tenho vários casos na clinica.
E depois desse dia Ela liga pra clinica pra falar comigo e me sinto tão leve.
Sei La, ó Deus sabe o que pode ser==== mas me sinto muito feliz.
Menina Natalie, nunca vou me esquecer dela e do Elvis, como ela falou.
Elvis, não morreu.

e.espião edu.com

Foto de carlos alberto soares

MUSA DO POETA

EU QUERIA VER-TE
LINDA COMO É...
E VIAJAR COMO VOYER,
NO SEU CORPO DE MULHER.

E SER A ÁGUA A CAIR
PELO SEU CORPO NO CHUVEIRO...
A CARICIA DO SHAMPO NO SEU CABELO...
OU O MANSO DESLIZAR DO SABONETE...

E TE ENVOLVER COMO TOALHA...
DE MANSINHO TE SECAR...
PERCORRENDO OS CAMINHOS,
ONDE QUERIA TOCAR.

E LHE ACOMPANHAR AO SE VESTIR...
A CALCINHA MAIS CHEIROSA...
O VESTIDO MAIS DENGOSO...
E O PERFUME MAIS GOSTOSO.

E DE TANTO VER...
QUERER TOCAR...
DESVENDANDO OS SEGREDOS,
QUE SEU CORPO TEM PARA MOSTRAR.

ALUCINADO DE TESÃO,
JÁ DESMANCHO O SEU PENTEADO
E TE APERTO COM CARINHO,
TE BEIJANDO DE MANSINHO...

NUM AMASSO ARRETADO,
SEU VESTIDO É RETIRADO...
E SEU CORPO SEMI-NÚ, LINDO...
ME CONVIDA AO PECADO...

ENTRE BEIJOS E UM MILHÃO DE ABRAÇOS...
VOU DESCENDO CORPO ABAIXO...
MÃOS E LINGUA VÃO TROCANDO DE LUGAR...
É INSTINTO, NÃO CONSIGO MAIS PARAR...

NO SEU SEIO UM GEMIDO...
NO UMBIGO UM ARREPIO...
NESTA SANHA DE DESEJO,
MEU CORPO É SANGUE VIVO...

E DESCENDO MAIS UM POUCO,
JÁ TE DEIXO TODA NUA...
SEM PALAVRAS ME CONVIDA...
SEM PUDOR VOU ATREVIDO.

NESTE INSTANTE, JÁ NÃO PENSO...
FAÇO TUDO QUE DESEJO...
SEU PRAZER É MINHA META...
SEU CORPO É O PAPEL, ONDE TENTO SER POETA.

Foto de Miqueias Costa

Pesadelo nem sonho apenas a realidade

Pesadelo nem sonho, simplesmente a realidade

Estava em um quarto, o qual não era o meu. Um quarto privado de calor com uma pequena janela e uma porta em madeira. Tudo parecia branco... Verossímil aos sentidos de minha visão, pois a alvura da própria luz me impedia de ver o que realmente queria ver. Tão era sua brancura que, em muitos momentos, me confundia se estava deitado ou em pé. A cama e a decoração padrão, me levavam a lembrar algum lugar, o qual naquele momento se tornava novidade aos meus olhos. A luz, não sei de onde vinha, apenas a concebia e perceptivelmente ela me dizia... “Pesadelo nem sonho, simplesmente a realidade”. Ouvia, num entender confuso, quase mudo, calado, um sofrer sem dor, sem lágrima, um sentimento novo... Tudo se tornava novo sem nem saber o porquê de tudo.
Aos poucos a porta se abriu... Vultos passaram por ela sem que fossem identificados por meus olhos. É como se não enxergasse mais. Mas como? Não me lembrara de ter perdido a visão. Uma dor estranha, nunca sentida antes, tomou conta de meu corpo, o qual eu não sentia. Momentos em pé, sentado ou deitado... Confusão é a forma exata para se definir esse momento.
O que acontecia? E os vultos? Ah! Os vultos foram tomando forma, o frio do quarto desaparecia, e o branco generalizado foi tomando cores fortes, mas o que eu via me assustava, pois continuava sem nada entender.
Que cena estranha, que momento mais obscuro... Minha mente lutava contra si mesma para buscar o entendimento. Um entender, o qual estava longe de meus conhecimentos. Uma aula nova, com uma lição de vida única. Uma lição onde poucos entendem e muitos não terão a oportunidade de tê-la. Comecei a ter uma certa nostalgia, uma nostalgia regressivamente rápida, como se assistisse minha vida inteira num único milésimo de segundo...
E de repente... Pá! Um, estralo! É como se tivesse acordado, mas continuasse no mesmo lugar. Agora não via mais os vultos e sim pessoas. Onde era branco percebia as cores, e sentia que estava deitado em uma cama de hospital.
Depois de outro susto identifiquei as pessoas. Uma, suponho ser o médico e a outra minha noiva. Ela estava linda! Mas eu não conseguia falar-lhe. Eles conversavam e eu não escutava. Queria gritar – e até gritei por várias vezes – mas eles não me ouviam. Chorava, mais as lágrimas não caiam. Queria levantar mais não existiam os movimentos...
Loucura? Confusão? Lembrei o que ela – a luz – dissera momentos atrás... “Pesadelo nem sonho, apenas a realidade”.
Refleti... Tudo parecia passar tão rápido e ao mesmo tempo uma eternidade se passava aos meus olhos. Coração batia, podia ouvi-lo. Mas havia algo de errado, e era comigo, podia sentir, mas não conseguia desvendar...
O corpo não obedecia, a mente borbulhava como água em um bule preste a explodir. Quando os meus olhos avistaram lágrimas a cair do rosto de minha querida noiva. O médico nos deixou a sós, sem nada entender, ela se aproximou e começou a falar comigo. Raiva era o sentimento... Pois não conseguia ouvi-la. Não entendia... Chorava sem lágrimas e sem o entender ela continuara a falar comigo e isso me deprimia.
Talvez sabia, mas não queria acreditar. Talvez soubera, mas não queria me entregar. Talvez, fosse só talvez... Mas não era! Suas lágrimas caiam sem parar, quando carinhosamente passou sua tenra mão em meu rosto vagarosamente, quando percebi que na sala não havia nada mais além da cama, onde supostamente estava...
Acordei... Acordei no sentido simbólico e figurado da palavra em si, pois percebi nesse exato momento que não estava mais ali. Estava partindo... Caminhando para uma outra vida. Uma vida desconhecida, mas esperada por todos nós. Um mistério ronda a morte. Assim como infinitos contos perseguem a vida, a morte chega para todos, mas cada uma com seu significado.
Por que morrer nesse momento de fraqueza, sem nem ao menos lembrar o motivo de estar ali? Por quê? A vida é boa conosco e na maioria das vezes nem percebemos, só pensamos em reclamar, e muitos de nós ainda deseja o mal para o próximo, como se isso construísse um ser melhor do que o outro. Para querer ser o melhor basta simplesmente com toda a sinceridade, força, perseverança e fé, ter a humildade, compaixão e a simplicidade nas atitudes mais duras que a vida colocar em seu caminho. Prejudicar um semelhante é machucar seus infinitos sentimentos sem perceber, porque tudo se mistura como as substâncias percorrendo por nossas veias.

Acabara de entender as lágrimas a cair do rosto lindo de minha noiva. Rosto com sorriso tão simples e cativante, tão sincero, que quando brava, nervosa comigo, mesmo assim, seu sorriso era magnífico. Beleza natural, olhar sensacional. Sensualidade de mulher, olhar de criança. Bonança era admirável nos momentos infrenes.
E agora o que me dói não é a morte. Não é a minha partida desse mundo, para o desconhecido. É ver a pessoa que amo chorando e não poder dizer a ela a grandeza de meu amor. Tantos momentos juntos que teríamos, talvez esperei demais... Retornei! Enfim reminiscências de minha vida, talvez Ele permitiu-me tê-la. Lembrara agora que no início de nosso namoro, fiz uma promessa a ela, a qual nunca cumpri... Esse sentimento nesse momento torna-se dor. Uma dor que será minha alegria, minha despedida... Meu adeus à minha amada.
Uma certa vez, num parque, num banco de cimento, muito verde, eu segurei a mão dela e fiz com o meu dedo indicador um desenho imaginário de um coração. Como se tivesse desenhado no centro de sua mão fiz o coração e disse: “Sempre que eu fizer esse coração imaginário, saiba que é a prova de meu amor eterno por você”. Prometi sempre fazer esse desenho, mas depois daquele dia, sem saber o motivo, nunca mais o fiz. Errei? Coisa de momento? Besteira? Quem vai saber? O que sei é que me arrependo muito de não ter feito. De não ter dito a ela o quanto eu a amava. O quanto gostava dos seus beijos. O quanto a sua companhia era importante. E os seus abraços que confortavam o meu corpo, eu como um louco, um desentendido, talvez vendido pelo tempo acabei deixando passar vários e vários momentos sem nada dizer.
Num esforço inacreditável levantei vagarosamente minhas mãos. Ela assustada chorava. Eu tremia sem sentir o tremor. Como no banco de cimento, onde tudo começou, ali terminava o nosso amor. Fiz o coração imaginário em sua mão, ela gritava, eu não ouvia. Ela me pedia, mas não entendia. Num segundo eterno aquela minha atitude foi à última de minha vida. Meus olhos fecharam para o mundo... Eu a via, só que agora não mais em meu corpo... A parti desse momento pude ouvi-la gritando, chamando o médico, dizendo que eu havia partido.
Triste é olhar para você mesmo... Olhava para mim naquela cama fria de hospital. Observava a pessoa que tanto amei derramar lágrimas desesperadamente sobre meu corpo agora também gelado como o quarto. É triste, mas como tudo na vida tem o seu lado bom, agradeci a Deus pela última chance de dizer a ela o quanto eu a amei. E pude sentir que o meu recado foi dado. Tenho a certeza que ela lembrou... Pois quando desenhei o coração em sua mão, o meu parou e o dela disparou. Uma sincronia súbita que lacrou uma vida num só momento. Momento esse repleto de angústia e dor, o qual pôde ser transformando num segundo de alegria. Lembranças de um doce e belo amor, às vezes não tão valorizado no tempo em que deveria ser valorizado... Sempre! É o meu último dizer...
Não importa de qual tipo de amor possamos falar. Desde que possamos lembrar sempre do amor, de qual tipo for, lembrar e dizer é e sempre será importante. Então antes de se arrepender, antes de perder a última oportunidade... Diga! Não tenha medo, diga: “Eu te amo”. Diga, pois talvez não tenha a oportunidade que tive... Agradeço por ter tido, mas doeu demais e vou carregar essa dor para toda a eternidade, sem ao menos conseguir entender o motivo da vida ser assim, da vida nos ensinar certas coisas da forma mais dura que há... Com a dor da perda.

Foto de Sonia Delsin

É DOCE MORRER NO MAR...

É DOCE MORRER NO MAR...

Água salgada a me tragar.
É doce morrer no mar.
Estou me afastando da areia.
Ouvindo a sereia.
Um convite.
Vem.
Lá no fundo há um mundo.
E eu não sei?
Mergulhei.
Nem ao trabalho de colocar máscara me dei.
Mar, ó, mar!
É doce morrer no mar.
É doce sonhar.
Deixo minha alma escorregar.
Na rede estou a descansar.
Com o mar vivo a fantasiar.

Foto de Enise

Surpresa! Duo Enise & Hilde

.
.
.
.
Eu queria ser...
O seu sabonete, a sua lua
Seu cotonete, seu espaguete, a sua rua
Sua frase, seu capacete, o seu sorvete.

Sua surpresa, a alegria, o seu começo
O copo de cristal, a sua palavra, o endereço
Sua escova, a alcova, seu varal...

Sua toalha, sua mortalha, uma muralha
Sua esteira, a peneira, a sobrancelha,
Sua fogueira, a lareira, a sua maçã...

Eu queria ser...
O seu chão, sua emoção, a sua paixão
Sua cama, seu pijama, sua blusa de lã
Seu brinco, seu vício, o seu benefício...

Sua água, suas lágrimas, o seu suor
Sua pele, seu cachecol, a espuma
Sua pluma, seu costume, seu clamor...

A agulha, sua fagulha, sua luxúria
A languidez, a loucura, sua lucidez
Seu lençol, o anzol, o seu sol...

Seu carinho, sua ternura, a travessura
Seu ninho, um vinho, o seu apetite
Seu cobertor, sua morada, o seu amor...

Eu queria ser...
Sua seda, o seu pano de mesa, sua loucura
Seu garfo, sua faca, sua sutileza
Seu fogão, sua mão, toda sua beleza...

Seu piano, a flauta, seu violão
Seu paraíso, o regozijo, sua sacola
Todo tempero, sua sanha, o seu travesseiro.

Sua vontade, sua lubricidade, sua sensação
O seu xodó, seu paletó, todo seu lume
Seu batom, seu dentifrício, seu perfume.

Eu queria ser...
Sua moeda, seu para-queda, sua sedução...
O tesão, sua canção, toda sua emoção
O seu prazer, seu êxtase, e a sua satisfação...

Enise & Hilde

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