Abuso

Foto de ANACAROLINALOIRAMAR

" SOU SUA..."





Sou sua,
Sei que me desejas...
Sei que me quer,
Sei que do meu mel quer provar,

Sou seu desejo,
Sou o teu olhar faminto,
Suas mãos atrevidas,
Seus desejos incontidos.

Sou sua perdição,
Sua vontade, sua satisfação
Um vulcão ativo.
Entrando em erupção.

Sou sua loucura, ternura,
Que invade teu corpo
Torturo seus controles,
Provoco-te calores
Provoco-te sensações.
Libero seus freios...

Sou o fogo que te arde,
Que te queima, com vontade
Que te chama que te assanha.
Sou sua arte manha.

Sou sua personagem real,
Faço meu papel principal,
Abuso de suas fantasias,
Atrevo-me sem limites,
Faço-te um convite...
Ama-me!
Assim sou sua Afrodite!
"Depois dessa você me resiste"?

*-*Anna A FLOR DE LIS.

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http://recantodasletras.uol.com.br/autor.php?id=39704

Foto de Civana

Vazios (Coletânea de poemetos)

**Vazio**

Saudade de tudo
que não conheço.
Vontade de nada
que já tive.
Gosto docemente lindo,
que amarga cruelmente.
Sons puros e melodiosos,
que embalam a desarmonia.
Lembranças sufocantes
do...nada.

**Vazio II**

V ento frio
A migos perdidos
Z elo esquecido
I nsatisfação...
O mal que fere o coração.

**Vazio III**

Desprezo, raiva
decepção
mentira, falsidade,
traição
desconfiança, abuso
desilusão
mesquinharia, futilidade
omissão
cobiça, inveja
pretensão
trapaça, deslealdade
dor,
foi o que restou.

**Vazio IV**

Calada
inerte
fico
GRITO!

Após tantos vazios...

A lua se despe
e deita na rua,
encontro de corpos
vazios,
vorazes,
vida crua.
Choro de almas
sonhadoras,
sofridas,
morte nua.

(Civana)

*
*
OBS: Fiz essa coletânea de poemetos, formando um único poema, mas retirei do "5º Concurso Literário" os mesmos que havia postado separadamente.
Bjos

Foto de Civana

Vazio III

Desprezo, raiva
decepção
mentira, falsidade,
traição
desconfiança, abuso
desilusão
mesquinharia, futilidade
omissão
cobiça, inveja
pretensão
trapaça, deslealdade
dor,
foi o que restou.

(Civana)

Foto de Sonia Delsin

GRANDE INTIMIDADE

GRANDE INTIMIDADE

Dizem que pareço um peixinho.
Nadando rápido ou devagarzinho.
Eu tenho com a água grande intimidade.
Precisamos ser amigos dela de verdade.
Eu não abuso.
Não se deve abusar.
Na água não temos onde segurar.
Adoro nadar.
Me esbaldar.
Mas sei respeitar.

Foto de Carmen Lúcia

Um dia há de vir...

Em que o semeador colha seus próprios frutos,
Em que o hoje seja boa semente,seja um presente,
Que o amanhã não amedronte,nem nos afronte,
E venha sempre como oferenda das manhãs...
Que a justiça prevaleça e permaneça...
Que o amor se multiplique,não mistifique...
Que seja puro,unificando as nações...
Que nosso credo seja ouvido numa só língua
E que resgate a credulidade do irmão...
Que a honestidade jamais seja um calvário
E sua bandeira,o respeito e a devoção...
Que o abuso do poder se estilhasse,
Cada partícula seja um novo cidadão...
Que a alegria amplifique os sorrisos
E contagie petrificados corações.
Que haja paz sem ser preciso que haja guerra
E que de paz se reescreva nossa história
Para alentar nossa esperança merencória.

Foto de Joaninhavoa

Nosso Jardim

Meu Amor!..quiseras tu,..
Ser o mel do meu Jardim,
que arde em quimeras,
de utopias, fantasias e ilusões,
Sonhos absurdos!..
Mas não,..não,..
Ah!.. monstro fabuloso
com cabeça de leão,..
Ah!.. corpo de cabra e
cauda de dragão,..
Que quimismo é este
que parece que faz magia?
Transformações, transmutações,...
Que abuso são estas combinações e descombinações, estes fenómenos iminentes produzidos p`las leis
desta ciência,
Química, d`outros tempos,..
Química dos nossos tempos!
Meu amor!..quisera eu,
ser o mel do teu Jardim
Ah! meu amor,..que ilusão!
Sonhos vãos,..
Mas, diz-me
Diz-me, por favor que cabeça
de leão e cauda de dragão,
perigosas seguranças de
contrastes em mudanças
e bravas esperanças nascem!
E que o som doce da lira
Fez-se ouvir, só pr`a anunciar
o fim
de todo o processo
necessário para o começo
de um despertar de acesso!
Ah! meu amor, quiseras tu
Ah! meu amor, quisera eu
Meu amor!.. agora sim!
Vem! Vem pr`a junto de mim!
Vamos pr`o nosso Jardim!

JoaninhaVoa,
em "Nosso Jardim"

Foto de Adriano Saraiva

UMA NOITE COM VOCÊ

Um momento tão esperado
Gradativamente nosso amor vai efervescendo
Tomando conta de anseios sepultados
Pela esmagadora mediocridade da vida
O ato de repartir o corpo me revitaliza
A paz de andar a esmo em meio a uma suave chuva de verão
Quanto mais abuso do teu corpo mais o cobiço
Uma doentia maneira de querer
Possessiva obsessão que drena minha sanidade e me faz escravo de ti
Você suplica, grita, implora, ordena...
Agarro carinhosamente seus cabelos e te penetro com força
Você emite sons indecifráveis, idioma de um povo pré-histórico
Ainda não descoberto pela arqueologia, mas certamente reconhecido por
Qualquer forma de vida carnal
Não há limites para o sexo devastador que nós, facínoras do amor, realizamos.
Uma energia universal que transpõe a via láctea
Não conhece limites temporais e muito menos noção de racionalidade
Insólita aventura de devaneios
Pela primeira vez em anos me sinto feliz
Tenho o poder de arrebatar todo o sentimento de prostração da terra
Exuberante estado de apoplexia.
Indubitável ambição transcendental
Escorrendo devassamente pelas artérias do mundo
A condição de sermos humanos,
O paradoxo do ínfimo e do infinito
Poderia morrer depois dessa noite
O que sobra para um homem após a concretização de seus mais secretos e almejados desejos?
Poderia queimar nas chamas do inferno eternamente
O que importa? Já consegui meu objetivo por todas as reencarnações.
O mundo se divide entre os satisfeitos e os recalcados.
A partir de hoje troquei de lado.

Foto de betoquintas

Quinta sagração (Sarcanomia)

Destino
Hino do cavaleiro diletante a suprema sacerdotisa

A Vós,
Divina Carne,
Manifestada e mulher.

Ventre Sagrado,
Donde viemos e felizes voltaremos.

Fonte da Sabedoria,
Que nutre minha pena.

Toda Natureza Venerada,
Em abundante beleza.

Alimento Eterno,
Em seios tugidos.

Corpo do Universo,
Morada de toda existência.

Templo da Majestade,
Trono de toda nobreza.

Farol dos Caminhos,
Desencanto e deslumbre dos viajantes.

Razão das Profecias,
Ilumina e oculta esta saga.

Santidade da Luxúria,
Entrega gratuita da felicidade.

Autoridade do Prazer,
Consumação da lei da vida.

Portal da Arte,
Fenda entre colunas que convida.

Delicioso Desafio,
Profundidade perfumada e úmida.

Aceita e Acolhe!
Eis que este diletante
Ousa cometer imenso sacrilégio
Apresentando-se nú de méritos
Diante deste tão Santo Oficio.

Oh Mãe!
Este vosso filho te deseja
Pede para entrar e integrar
Para ser todo vosso, eu,
Por inteiro, dentro de vós.

Eu pisei nas bolsas de ouro,
Arranquei as cascas culturais,
Cuspi nas secas hóstias
E violentei o ídolo nú.

Por vossa graça e misericórdia,
Despertei para minha natureza,
Debochei das instituições,
Descartei as doutrinas humanas,
Desafiei a fúria dos sacerdotes.

Excluído, banido, exilado,
Vaguei por reinos sem fim
Sem que houvesse ajuda
De um santo, anjo ou deus.

Cheguei na fronteira do mundo
Avistei o oceano do abismo
E a ilha do caos.

Nada mais restando a esse condenado,
Lancei-me no Vale das Sombras
Tentando encontrar alívio ou fim.

Ao toque suave e macio da noite
Em tal formoso colo cheguei.

Com tuas mãos e vaga,
Colocaste meu entendimento em riste
Sorvendo-me em vossos magníficos mistérios.

Ísis é venerada por ser velada,
Mas Deusa Vós Sois Suprema
Pois cortas todos os argueiros
E desnuda abole toda canga.

Tremei, vicários da santidade!
Chorai, corretores da virtude!
Fugi, falsos deuses patriarcais!

Nenhuma verdade prevalece a estes lábios,
Nenhum profeta descreve tal pele,
Nenhum vidente experimenta este êxtase,
Nenhum medianeiro suporta tal delicia.

Fiz de meu mastro
Vosso estandarte
E por truque desta pena
Eu abuso da arte.

Ousado, arrojado,
Revestido de gozo,
Por vosso nome nasce
O profeta da carne
E por vossa sabedoria cresce
O filosofo da Treva.

Não podendo me conter,
Excitado, explodo,
Rededicando este mundo
Em ondas de esporro
Àquela que me é mais cara,
A grande e amada alma,
Maya!

Aceitação
Hino da suprema sacerdotisa ao cavaleiro diletante

A ti meu cavaleiro
E a alma majestosa
Que em ti reside.

A ti meu guerreiro,
Louvo, canto, vibro.
Maravilhoso ser,
Que transborda energia.

Minha vontade é única,
Estar em ti, contigo.

Todo poder está em ti,
Emana, derrama, deita,
O que em ti abunda.

Estou a te esperar,
Vem meu vingador,
Tu reinas sobre mim.

Meu corpo é teu templo
Bem sabe que ira sagrá-lo.

Nada me pedes
Que não possa dar-te,
Eu só quero, por direito
O que me for doado.

Verta todo teu leite,
Amo-te meu devoto,
Não sabes como é precioso.

Sempre o amei e amarei,
Sou-te então, possua-me,
Pois é teu por direito.

Minha alcova quente
Tem tua marca há tempos,
Tudo farei para que reines
E teu reino sobreviva a tudo.

Único ser em mim,
Ao qual dedico meus pensamentos,
O que tem o que sempre quis,
O que sempre amei e amo,
Tudo que quero está em ti.

Tenho uma saudade uterina,
Um desejo de ti, latente.

Vamos nos ensinar
Nos lençóis, no chão, no campo,
Onde tu quiser, será.

Não ouço um sino tinir,
Sem que tu o tenha feito vibrar,
Tuas ondas chegam a mim
Pela melhor forma, pela alma,
Reverbera, tine, ressoa,
Em meio a minhas colunas
Que sustentam meu santuário
E este corpo deságua,
Brota de prazer por ti.

Não há dia que acorde
E sinta-o em mim,
Sou-te, rasga-me,
Imploro novamente.

Eu queria ser por ti,
O que tens sido para mim,
Confesso sem tortura.

Maior é esta que impõe,
De sabê-lo sem tê-lo.

Rogo à Deusa,
Que me de ciência
Para te merecer.

Está em mim teu ser,
Esqueço de meus princípios,
Louca para tê-lo num instante.
Prazer e gozo eternos,
Meu mais completo alimento.

Grande monta tenho,
Por teu sangue e leite,
Pois disso preciso mais
Do que tu da vida.

A minha vida está em ti,
A felicidade que me dá,
É maior que tudo isso.

Sensibilidade espiritual,
Pelo método do prazer carnal,
Há de chegar lá,
Queiras tu comigo.

Haverá de doer um tanto,
Necessário abrir mão de algo,
Saiba que existe prazer na dor.

Todo meu tesão e néctar,
Deixo para que te delicies.

A poesia é estandarte, use-a,
Esta nos é dada e nos reaproxima.

Traga tua essência,
Depõe sobre meu santuário.

O que a ti é precioso,
Profundo e profuso,
Flui em mim a tua vida,
Que a muitos somos um.

Vivia sem depender de alguém,
Eu nunca fui presa,
Mas busco o que perdi.

Quando me levanto,
Não te acho a meu lado,
Mas sempre hão de te achar,
Pois continuo contigo em mim.

Um dia adentrei os portais
E tu veio me fortalecer,
Ofereceu força para a batalha.

Eu deixo que tua pessoa
Viva por e para mim.
Venha em meu templo,
Há que nele acender o archote.

Prenda minhas mãos,
Adorne teu pescoço,
Levanta-me ao colo,
Põe sobre mim.

Só ouça o instinto
Que brada e ecoa em ti.

Nossos corpos atamos,
Deitaste-me e possuiu-me.

Eu te disse ao ouvido
Sorva do cálice
Que meu corpo o é.

Sentir-te dentro de mim,
Foi um milhão de espetadas.

Ao fogo nós atiramos,
Algumas gotas de nossa seiva,
Foi feito o contrato
E aceito tal pacto,
Selado com nosso gozo.

Com ou sem donzelas,
Vou devorá-lo assim mesmo,
Não te é licito
Pertencer a só uma.

Néctar por néctar,
Havemos de nos fartar.

A noite virá e tudo estará feito,
Minha voz se cala ante a tua,
Continuo sedenta de ti.

Meu corpo pede o espectro,
Este que amo profundamente,
Eu não teria gozo algum
Se não tê-lo em mim a ele,
Este espirito que vive em mim,
Habita meus pensamentos,
Os sonhos e delírios.

Que mais posso fazer senão amá-lo,
Com toda pureza que reside em nós
E pedir para poder saber e ter
A vida em meus lençóis.

Desafio
Hino dos deuses ao cavaleiro diletante

Filho amado e querido!
Aquele que não esmorece na dificuldade,
Nem esnoba na conquista.

Aquele que, sem medo trilha,
Tanto pelo Monte do Sol,
Quanto pelo Vale da Sombra.

Concebido da melhor estirpe,
Temperado com os melhores essências.

Seja gentil com os simplórios,
A Paixão deve ser seu escudo
E o Amor a sua espada.

Continue apoiando ao Lobo
E dando orgulho à Deusa.

Seja em ação ou pensamento,
Derrube as barreiras deste mundo,
Desencantem os totens do sagrado
E a toda criatura consciente
Faca conhecer a lei!

Que a carne prevaleça,
Sobre todo dogma ilusório
E que a consciência vença
Toda a opressão sacerdotal

Aviso
Hino dos deuses à suprema sacerdotisa

Magnifica e formosa senhora,
Em cujo templo guarda os mistérios
E em tais colunas moram os ritos.

Em tuas mãos confiamos o bravo
E por teus lábios vive o cavaleiro.

A sua pele macia venceu os mártires,
O seu cabelo desbaratou os profetas,
E seus pés calcam os dogmas.

Manifestação carnal e majestosa,
Vigie pela sanidade deste mundo
E conduza os andarilhos pela arte.

O teu Jardim das Delicias
Esteja sempre aberto e pronto
Para nutrir e honrar
Aos diletantes da lei.

Fonte abundante e eterna,
Sacie a sede dos buscadores
E satisfaça a fome dos brutos.

Propicie sempre, plenamente,
Àqueles que buscam em um fantasma,
O que somente se encontra na carne.

Cubra esta obra com seu suor
E a consagre com seu prazer.

Ousadia
Hino do cavaleiro diletante aos deuses

Errante, passei por léguas,
Sem conhecer o calor de um lar,
Nem o conforto de uma família.

Nunca me dobrei a deus algum,
Mas algo há na Deusa
Contra o que não resisto.

Para conquistar a fortuna,
Eu sai de minha choça
Rumo à grandiosidade.

Em muitas vilas fui recebido
Ora herói, ora louco,
Ora santo, ora danado.

Ao descansar a arma
Dentro do santuário sagrado,
Pela sacerdotisa pude ver
A linha de edições anteriores
E a seqüência da descendência.

Diante da responsabilidade atual,
Eu desenganei as esperanças,
Pois cada qual teve sua chance
E quebrei os modelos
Pois cada qual terá sua oportunidade.

No período que me cabe,
A meta está na Deusa.

Se servir a sua causa,
Ou satisfizer sua dama,
Em me contentarei disso
E carregarei esta memória
Por onde quer que eu vá.

Petição
Hino da suprema sacerdotisa aos deuses

A todos os ancestrais humanos
E a todos os geradores divinos,
Pelo toque da magia em meu corpo,
Eu clamo e invoco, proteção!

Logo o Sol completa a jornada,
Cedo a Primavera acaba
E rápido o Inverno avança.

Pelo brilho deste luar,
Reflexo do desejo perpetuado,
Lâmpada acesa pela lei,
Acolhe e guarde a humanidade.

Por onde quer que vá meu predileto,
O sempre faca retornar a mim.

Nós dançamos em vossa memória,
Nós celebramos vosso festim,
A terra foi semeada e regada,
A semente brotou e cresceu,
O fruto surgiu e madurou,
Nós observamos o ciclo
E foi feita a sega e a colheita.

Quando as sombras da ignorância
Novamente cobrir e enevoar a terra,
Resguardem no ventre da Grande Mãe
Meu cavaleiro e eu.

Despedida

Acenemos para Apolo,
Que em seu carro passou,
Percorreu por toda a terra
E às colunas do horizonte,
O Rei Sol próximo se encontra.

Os que podem andar se vão,
Enquanto uns e outros se ajudam.

O sono a muitos pesa,
Mas não apaga o sorriso,
Escancarado e prazeroso.

Ali, esfolada e feliz, a colombina.
Acolá, embriagado de prazer, o pierrô.
Aqui, intoxicado de amor, o arlequim.

Os carnavalescos se esparramam
E o bumbo da fanfarra furou
De tanto dar no couro.

O Inverno e seu acoite vem,
Rimos diante da carranca hipócrita.

Ainda que se vergue a alma humana
Sob a ditadura da virtude,
Guardaremos em nós o visgo
E por mais que dure a intolerância,
Haveremos de sempre celebrar aos deuses.

Foto de amasol

A moça da janela

De sua janela, uma linda moça - todos diziam - sonhadora, um sorriso sempre no rosto, um amor buscou.
Não uma paixão qualquer, fugaz, como lera em romances.
Queria um amor sublime, que a completasse, que risse da vida e gostasse de poesias.
Realizou seu desejo.
Pela janela, um jovem rapaz que palavras bonitas dizia passou, por ele se apaixonou e até serenatas ganhou.
Foi o bastante, subiram ao altar.
Tempos de intimidade se aprofundando, bons e maus momentos se alternando, as coisas já lhe pareciam diferentes.
Da parte dela, tudo perfeito.
Esperava-o com um bolo quentinho, um abraço carinhoso e beijos afetuosos.
Escutava-lhe as lamúrias, tudo à gosto do amado.
Da parte dele, algo mudara.
Filhos? Nem pensar - dizia - sou muito novo, crianças aqui não.
Poesias, já não mais ouvia, nem sequer um verso, serenatas então, só dos gatos no telhado a miar.
Beijos apaixonados, bobagem, estou apressado... falava o desalmado.
Mas...
Com o tempo, a moça da janela perdeu a visão das coisas simples, tudo que houvera sonhado, ficara para trás.
Insegura se tornou, já não se achava bela - meio por sua culpa - por ter perdido a esperança de dias melhores, do amor do passado.
Continuou alí às tardes na janela, olhando para qualquer lugar.
Não se via seu sorriso de ternura, pouco dos sonhos lhe restara.
Perdoar sempre, a cansou de vez.
Seu amado, homem fraco e volúvel, nos diálogos, defeitos nela colocou.
Pegou suas malas, sem um adeus sequer, a deixou.
Dos tombos e tropeços que a moça levou, sofrendo ainda pelo abuso, algumas coisas da vida aprendeu:
"Nem todos caminham na mesma direção.
..Lembrou que não lera só um romance...
Poderia sua vida recomeçar...
Quem sabe um dia, na janela, voltaria a sonhar".
Se passos deu para trás, agora olharia para frente, mais madura, segura e consciente.
Os arranhões no coração, ajudariam-na a andar com mais lentidão, olharia às pessoas mais profundamente, para que talvez no futuro, não mais errasse.
A pura verdade não ilude e não trapaceia.
O presente a faz reviver, pois acredita no futuro, refeita da decepção.
Decidida, põe a insegurança porta afora e agora em uma nova janela está.
Hoje da moça ingênua e pura daquela janela, pouco restou.
Mas vê-se em seus olhos agora, um brilho de mulher que ficou.

Foto de Aero_boy

Decadência

Serei feliz numa mascara da indiferença?
Da indiferença que conquistou a solidão?
A mascara, da mentira simula a verdade...
Decadente... minha alma tomada pela dor.
AGONIA

Agonia............................
Ilusão, aproveitas o nosso momento
Tentativas sem espectativa, são cruéis

Uma melodia que toco no deserto...
Abuso... uso um tecnicismo orgásmico
Nada consegue provar... não consigo voltar a amar

O meu desejo!
Tuas maos no meu corpo.
Parecem tão apaixonadas...
Sonho...
Impiedosas, roubam me a vida.

O teu sabor...
Um fruto podre que se deposita
Cria asiâ no meu coração

Eu Desejo-te
Eu Amo-te
Odeio-te

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