Abismo

Foto de Bárbara Cristina.

Amor Negro

Não se rompe uma noite sem que eu totalmente
Desmotivada morra por entre lágrimas chorando
A distância que friamente insiste em nos separar.

As noites são longas e frias...

Elas ocultam ao longo de suas horas sombrias
Momentos de desequilíbrios constantes que me levam
Há lapsos de memória agonizantes.

Será esse um amor maldito...?
Será esse o sentimento que me mata todos os dias apenas
Trazendo-me de volta para mais uma noite de suplício...?

Estou com frio, as sombras que hoje me sufocam já não são
Mas delírios...
Mas sim a brisa gélida da solidão soprando em meus ouvidos
Que você já não passa de um sonho vazio e distante que insiste
Em atormentar-me em meio a essa vasta escuridão que é o amor
Que sentimos um pelo outro.

Um amor negro... Porém totalmente real, capaz de resistir ao mais
Profundo abismo...

Um amor negro... Porém verdadeiro...
Um amor negro... Que apenas nós dois sentimos.

Foto de SATURNNO

Quem sou!?

Sou uma duna no deserto
Aberto às transformações
Sou parte do futuro incerto
Que não acata as previsões

Sou Morte e Vida Severina
Morte à vida aberta
Sou bumba-meu-boi Catirina
Vida e desejo alerta

Sou a busca da salvação
Fácil de conhecer
Sou a certeza da condenação
Difícil de entender

Sou ciência e saber
Face da construção
Sou riqueza e poder
Herdeiro da destruição

Sou um abismo profundo
Um anjo na contramão
Sou esperança no mundo
Um demônio na redenção

Sou dia
Sou tarde
Sou terra
Sou marte

Sou vida
Sou verdade
Sou mentira
Sou arte

João F..R. 15/10/2007

Foto de Sonia Delsin

O AMOR É COMO UM RAIO

O AMOR É COMO UM RAIO

O amor é como um raio que corta os céus.
Ele chega e muda tudo.
O branco e preto se colore inteiro.
O amor é tiro certeiro.
O coração de quem ama se despedaça quando o ser amado parte.
Algo nele se reparte.
E um todo nunca volta a ser em todo seu viver.
O amor é loucura doce.
É bem que mata.
É mal que cura.
O amor é isto que não se explica.
E que tudo esclarece.
O amor é silenciosa prece.
O amor é cavalo galopando em noite enluarada.
É estrela caída na calçada.
O amor é lareira em noite gelada.
É um raio que atravessa mundos...
O amor é isto que me faz sobrevoar o abismo.
E observar o istmo.
E observar a bailarina novata na corda bamba.
Temendo o tombo.
E ainda assim arriscando...

Foto de tadeu paulo

P E N T A G R A M A

P E N T A G R A M A

Eu, só, cismo;
Eu sofismo;
Sofro, sangro e supero..

À dor me crismo,
Na cor escura
Do escarpado abismo.

A brancura impura,
Esse pecado, eu quero!

O meu grito só ecoa aflito
No aflito flerte
Do meu grito
Com o toque doce e reto
Do meu túmulo

Pois na rima rica
Desse rito,
Que me verga
E que me veste
Desse mito,
Sinto o acre
E ácido acúmulo
Em que me fito!

(Tadeu Paulo -- 2006)

Foto de Ana Dias

Doce Abismo

Pule!! Vá!!! Arrisque!!
Que voz é essa que me atira nesse abismo?
Será a sua? Sim! Mas por que você?

Para cair no aconchego dos seus braços,
No embaraço do seu laço,
No doce afago do teu amor.

Pulei sem olhar para trás
De olhos fechados, de braços abertos
No último sopro de vento,
No que restou do meu tempo.

Pularia, mil vezes, se preciso fosse,
Para me aconchegar nos seus braços,
Me embaraçar no seu laço,
Viver afagada pelo teu amor.

Foto de POETISA SOLITARIA

CARTA A SOLIDÃO

Muitas pessoas, mal sabem o que vem a ser isso, outras vivem sob a eterna sombra da solidão. Eu sou uma delas que mesmo cercada por pessoas vivo na solidão. Sem mais nem mesmo bate dentro de meu peito uma dor...
É estranho, pois de repente quero me isolar, ser só neste imenso mundo...fugir!
Não dá vontade de sorrir, apenas de chorar! Não dá vontade de viver, parece a única solução é morrer...
Preciso de alguém para me consolar, nem amigos, nem mesmo família!
Alguém que esteja sempre a meu lado, para que eu seja feliz novamente.
Sonhar é preciso, pois é minha única opção, já que na realidade o amor ainda não pousou sobre mim.
Senhor, Criador do céu e da terra... Tu que fizeste o homem e a mulher para se amarem, trazei para mim alguém para amar e ser amado, para transmitirmos felicidade um ao outro. Só para que eu não me jogue no abismo do esquecimento.

Foto de Fernanda Queiroz

Voar...

Voar...

A paisagem passa depressa
Patas velozes rasgam o caminho com flecha
Diminuindo a distância entre mim e o mundo
Meu corpo se eleva em ritmado balanço
Pés firmes desprovidos de açoite
Mãos apertadas junto ao cabresto livre
Desprovido de freios
Ganhando liberdade
Correndo para o mundo
Ou do mundo fugindo
Correndo contra o tempo
Ou do tempo fugindo
Fugindo de mim
Ou do que restou de mim
Apenas vultos em minha paisagem
Cores se confundem
Cinzentas se agitam ou gritam
Como se tivesse vozes na cor
Como se entendesse de dor
A velocidade aumenta
Voar é minha meta
Mais depressa
Tenho pressa de chegar
Mesmo que seja o abismo
Meu destino certo
Onde tudo é incerto
O ar que foi brisa
Tornou-se vento
Que mesmo em tormento
Calça-me de coragem
Tira a dor de minha bagagem
Preciso continuar
Fugindo de mim
Ou do você que existe em mim
Do meu passado presente
Ou do meu presente passado
Do meu vazio intenso
Onde transborda solidão
Apenas por um momento
Senti a sensação
Que seguravas em minha mão
Mas eram as rédeas do destino
Que se encarregou de atá-las
Que fecundas como as marcas
Batentes cravadas no solo
Impõe-me o peso real
Da realidade mortal.
Eu não posso voar.....

Fernanda Queiroz
Direitoa Autorais reservados

Foto de JGMOREIRA

DA GRANDE DECEPÇÃO DO HOMEM AO VER-SE SÓ, CONTEMPLANDO O ABISMO

DA GRANDE DECEPÇÃO DO HOMEM AO VER-SE SÓ, CONTEMPLANDO O ABISMO

Estou só no mundo com todas as alegrias resguardadas
De contaminações humanas. Estou só e porto uma espada
Para desafiar os perigos que encontro na jornada
das adagas insanas.

Estou só. Tenho nas mãos as cartas que me envias
Não as respondi com medo de revelar
Quem em mim não mais residia.

Todos os laços estão rompidos
Todas as flechas lançadas
Todos os corações partidos
Mas ouço nas lembranças
Uma canção de amor evoluindo

Estou à beira do abismo
Enquanto as rochas resistem
À investida das águas insistentes
A distância entre mim e as pedras
É a desse amor dissente
Que em ti sobrevive

Tenho nas mãos a espada
As cartas e o vento no rosto
Enquanto olho estupefato
A violência das águas.

Queria o amor, sim
Como desejei amar
Mas queria que entendesses
Um amor sem carne dentro
Que tivesse palavra por alimento
Que se deixasse amar
Para que amasse o corpo
Como se linimento
Para todos os sofrimentos
Infligidos por esse tempo impiedoso
Que sorri ao desamarrar mãos de amantes
Como se sua maior obra fosse o desgosto.

Estou à beira dessa profundidade
Dessa altura estonteante
Completamente enlouquecido
Pela certeza da inutilidade
Desse amor por ti enaltecido

Defendes o grito do gozo
Enquanto aguardo o silencio do êxtase
Derramo-me em ti para escapar da morte
Enquanto te abres para esquecer do dia.

Passo os olhos nas tuas palavras
Que nada comovem em mim.
O homem a quem as dedicava
Há muito retirou-se de ti
Evadiu-se de mim
Esquecendo essa espada
Largando essas cartas
Que não servem para nada

Foto de JGMOREIRA

A FALTA

A FALTA

A falta que amo
Adormece em nácar
Desperta sob marfins.
A falta hedionda que mata
Dorme ao meu lado, impune.
Incólume, na distância do
Meu desejo.
Pela minha falta de ti
Calculo tua falta de mim
E morro pensando que morres
Da minha saudade de ti.

A falta que amo tanto
Sussurra seu nome nas conversas
Dos amigos; abraça-me
No vazio do abrigo.
A falta, que é tanta
Cavalga-me em leitos em cio
Sob o som de mil chicotes
Em noites de trêmulo pavio.
Noites a fio.

Desafio a falta que não sei se me ama
Na minha falta, que ama.
Desejo-a em todas as minhas palavras,
No leito imenso dos solteiros.
Sob edredons em desalinho
Na feiúra do linho,
Quando penso na blusa
Da sua pele morena
Me abraço sozinho
Desespero solitário.

Ardo em outros corpos
Bebo outras bocas
Aceito palavras
Mas não perco o senso
Que reside na falta
Que amo.

Topométrico, meço minhas subidas e descidas.
Faço mil cálculos sem obter a medida
Exata da falta
Que não sei se me ama.

Assalto mil castelos
Atravesso os inimigos
Com a espada do silencio.
Lanceio meus amigos
Com desejo enorme da falta,
De tão imenso.

Ela ressona em azuis
Cavoucando meu abismo.
Conduzo meus demônios e archanjos
Para o pasto verdiço
Como fora apascentar
O desejo da falta que angustio.

A falta retoma a jornada dos anos.
Prossegue comigo, massacrando-me,
Desfazendo cada carapaça, armadura
Da sua longa pele moura
Renasce meu desejo infinito.

A falta me rouba o tempo,
A respiração, o sono, o amor.
Ela levou o amor.
O amor foi, cordeiro,
Ao chamado da falta.
Correu ao seu encontro
Como se ela fosse a presença
Que ama. E não falta.

O que ama a falta, soluça
Na pele escura da blusa
Da falta obscena.
O homem acena à falta
Que não ama: recusa
O que ama na falta da cor
Além da bruma, blusa,
Que nem sei se ela usa.

Foto de Marta Peres

Indecisão

Chego perto
bem perto
olho
o abismo,
penso um pouco
sem saber
sem entender
a mim mesma,
não sei se é certo
ou o que é certo.
Fico ali,
parada
sem saber o que fazer,
perdi tudo
uma vida
uma história
se foi,
partiu.
Olho o rochedo,
vejo o mar
que vem ao seu encontro,
travo comigo luta íntima
forte barreira.
Não quero pular
mas quero pular
indecisão cruel,
dura,
não sei o que pensar
nem o que fazer,
quero vencer o medo
seguir minha estrada
sonhar,
ou pular no abismo profundo.
Marta Peres

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