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Foto de Paulo Gondim

Lições do tempo

Lições do tempo
Paulo Gondim
26/11/2014

O que se aprende com o tempo
Se as lições são sempre reais
Nelas não há fantasias
A lições do tempo são frias.

Mas é preciso aprender
Nelas não há disfarce
E o tempo não espera nosso viver
Com o tempo, tudo é face a face

E o tempo cobra e não espera
Ele passa de forma invisível
Sem aviso, do que seja possível.
Ele passa. É imprevisível

Mas o tempo serve de remédio
Quem sabe esperar atinge a calma
O tempo cura as feridas da alma
E um desamor que nos faz sofrer
O tempo nos faz esquecer.

Foto de Siby

Sintonia

Sintonia

Quando existe sintonia...
É só em alguém pensar,
E esse alguém chegar
E ambos sentir alegria.

Quando existe sintonia...
É conseguir adivinhar
O que alguém quer falar
Pensamento em harmonia.

Quando existe sintonia...
É alguém um sorriso soltar
E um outro sorriso voltar
É um momento de euforia.

Quando existe sintonia...
É um lindo sentimento no ar
Afinidades e desejos de amar
Envoltos na mesma magia.

(Siby)

Foto de Paulo Gondim

Conforto

Conforto
Paulo Gondim
20/11/2014

Sigo por vias indecisas, alhures
Como vaga-lume na escuridão
Minha presença pouco importa
Sou apenas mais um na multidão

Falta-me o carinho que foi seu
O afago, o afeto, você por perto
Preenchendo meu ego
E agora me apego
Na sua saudade
Esse fardo que carrego

Mas fico por aqui e ali
Esperando você passar
Mesmo em sonho
Sei que vem
E me vejo além
De sua vontade
Só uma possibilidade
De que seja meu bem

E mesmo que não veja
E por lá sempre eu esteja
Fujo de sua ausência
E nessa impaciência
Meu pensar viceja
Quero ver você
Me conforta, apenas, querer

Foto de Maria Goreti

ADEUS OU ATÉ BREVE!

Foi com imensa tristeza que recebi a notícia do fim do site Poemas de Amor.
Não tenho entrado para postar meus escritos nem, tampouco, tenho deixado aqui comentários para os textos lidos, porém tenho vindo sempre que posso para lê-los.
Acontece que havia perdido minha senha e não estava conseguindo recuperá-la.
Passei por momentos maravilhosos aqui, fiz muitos amigos, mas a vida pessoal às vezes exige que nos afastemos por uns tempos. Alguns momentos difíceis, de perdas significativas, minha mãe foi a maior de todas elas, mas a vida segue seu curso. E, finalmente, consegui entrar aqui. No entanto, deparo com a mensagem de Miguel Duarte. Que pena!
Deixo aqui o meu carinho, o meu fraternal abraço, a minha gratidão pelas amizades que aqui fiz e que deixarão saudades e recordações para todo o sempre.
Obrigada Miguel Duarte e Fernandinha pelo carinho e consideração, que sempre recebi de vocês.
Adeus... ou, até breve!

Um grande abraço,

Maria Goreti Rocha

Foto de Paulo Gondim

O homem e o tempo

O HOMEM E O TEMPO
Paulo Gondim
19/11/2014

Seguimos incertos em nossa caminhada
Na rotina diária de nossos dias
Apegados ao futuro, que ainda nem chegou
Esquecidos do hoje e lembrando o ontem que já passou

E o hoje? Quando vemos, já é passado, ficou para trás
Nossas ocupações nos tomam por inteiro,
Não há tempo para nós
O futuro primeiro

E o homem questiona sua origem. De onde vim?
Para onde vou, o que faço, o que sou?
E o tempo passa lento, mas passa
Viver? Quem dera....
E por mais que se faça
Ele, o tempo, não espera

E em meio a tantos cuidados, o homem só
Se sente só. O tempo não lhe traz companhia
É preciso correr, juntar, amealhar
E nessa porfia, esquece de amar

E esse mesmo tempo, lá na frente, lhe faz pensar
No que correu, no que ganhou, no que não viveu,
Não se entregou, não se afeiçoou, não se doou
E agora chora, triste, porque não amou

Foto de Paulo Gondim

Saudade fria

Saudade fria
Paulo Gondim
17/11/2014

A inquietude de meu pensamento
O pulsar acelerado de meu peito
Um sonho desfeito
Um descontentamento

São assim meus dias sem ti
A lembrança boa de teu beijo
O despertar de meu desejo
De tudo que contigo vivi.

As noites são longas e o frio doído
Me fazem perder o sentido
E o sono não vem
E meu pensamento foge
Viaja por estanho caminho
À tua procura, sem fim
E me vejo mais uma vez assim
Desoladamente sozinho

Aí, me vem a lembrança de teu sorriso
Que me levava ao céu, ao paraíso
Quando me envolvia em teu abraço
Me fazia esquecer o cansaço
Era tudo o que tinha e agora preciso

Mas tudo acabou e você partiu
Um adeus frio e curto se ouviu
E seu vulto apagou-se na curva do rio
E me restou a mágoa, a dura realidade
A perda sem qualquer possibilidade
De reaver seu amor, sua companhia
Me restou apenas a saudade dolorida e fria

Foto de Rosamares da Maia

Sonetos para Arco,Guerreiro e Flexa

Soneto I - Para Arco e Flecha
Meu arco eu sou a tua flecha.
Se me disparas em desatino,
Voo trajetória perdida, sem destino.
Logo eu que só sei pertencer a ti.

Tanta flecha tem atirado a esmo,
Quando feres mortalmente a caça,
Alimentas teu guerreiro e a sua raça.

Mas a mim, guardou para hora especial.
Não para caça do dia, ou inimigo comum.
Meu arco, tens-me cuidado com zelo total.

Então, finalmente me disparas – está feito.
Nesta viagem, apartada de ti, me transformo.
Já não sou flecha, mas agora bumerangue.
Que retorna, cravando-te o próprio peito.

Rosamares da Maia – 15.11.2014

Soneto II Para Guerreiro, Arco e Flecha.

O tolo arco pensava agir sem tua mão.
A flecha tonta sonha - o arco é seu destino.
O guerreiro é forte, mas não conhece o coração.
Com as mãos controla arco, flecha e direção.

Escolha a caça, mata e alimenta seu povo.
Orgulho da raça não conhece ou teme perigo.
Invencível é invisível à flecha do inimigo.

Bravo guerreiro, desconhece a flecha da paixão.
Banhava-se ela no rio, facho de luz – armadilha.
Dourada Flecha Morena, ao alcance da sua mão.

Quebra-se o arco, em desatino a flecha é perdida.
Flecha Morena disparada a esmo de sua vida.
Tolo encontro em uma aventura proibida.
A flecha inimiga crava-lhe no peito mortal ferida.

Rosamares da Maia 15.11.2014.

Soneto III Para Flecha Morena

Flecha Morena de veneno encharcada,
Do arco inimigo certeiro foste disparada.
De outro guerreiro que não conhece o coração.
E o primeiro, morto, de joelhos pela paixão.

Exulta toda tribo em dança, honra e glória.
Mas tu Flecha Morena, não cantas vitórias?
Tua raça te rende tributos contando a história.

Flecha morena soma lágrima às águas do rio.
Só há o sabor do engano, fel da sua traição.
A sua luz se apaga, só há frio no seu coração.

Flecha Morena também sangra por este amor.
Disparada sem tino na viagem se transformou.
Retornou bumerangue transpassado pelo guerreiro.
No seu peito achou abrigo e como flecha se cravou.

Rosamares da Maia 15.11.2014.

Foto de Paulo Gondim

Ainda existe

AINDA EXISTE
Paulo Gondim
02/11/2014

Ando por caminhos diversos, longos, vazios
E neles, sempre encontro tua lembrança
Os mesmos caminhos que outrora passamos
Aqueles caminhos de nossa esperança

Fomos felizes. Uma descoberta nova
Difícil, quase impossível, verdade!
Mas um belo presente da vida
Apaixonamo-nos, ainda, nessa idade

E os caminhos agora se bifurcam
Andam em rotas paralelas
Se não te procuro, tu te escondes
Como barcos que perdem suas velas

Mas continuo por aqui, e não me canso
Insisto nessa saudade que persiste
Quem sabe te veja, talvez em sonho
Sonho de um amor que ainda existe

Foto de luzJr

Sem título

Se fosses rosa, cuidaria de ti
te regaria com amor
Toda manhã, daria calor e carinho;
...tudo em fim.

Se fosses rosa, cuidaria de ti
toda noite te cobriria de estrelas
protegeria do frio da noite
e, mesmo em sonho, sentiria o perfume que sai de ti

Se fosses a minha rosa,
te guardaria dentro de mim;
e eu, que quase nada tenho, seria o homem mais rico e feliz,
contigo, o meu lar seria mais reluzente que o ouro e mais perfumado que o jasmim.

Foto de Elias Akhenaton

Divina Primavera

Quão doce e colorida é a primavera,
Com suas flores suaves e delicadas,
Que exalam essências perfumadas,
Deixando um frescor na atmosfera!

Que magia é essa que agora impera
Pássaros mais alegres nas alvoradas,
Caminhos com florzinhas encantadas,
Num belo quadro qu’ o mundo venera?

Apenas sei que é de Deus a concepção,
Pois exala amor desde a primeira flor,
Não só no ar, mas também no coração.

Deixando a vida leve, alma de beija-flor,
Mantendo-a eterna, em renovação,
Semeando a Paz do Bondoso Criador.

Elias Akhenaton

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