Blog de Zaruquita

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Poema sensual

Poema sensual

Deitada em lençóis de linho
Roupas espalhadas no chão
Chegas-te a mim de mansinho
Me tocas com tua mão.

Nos teus olhos o desejo
Na tua boca a paixão
Nos lábios um terno beijo
Me incendeia o coração.

Nossos corpos enlaçados
Ao sabor da emoção
Nós dois ali abraçados
Na mais doce sensação.

Arlete Anjos
11/01/2010

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Falando com Deus

Falando com Deus

Perguntei um dia ao Sol
Porque brilha só de dia
O Sol me respondeu
Que ele também não sabia
Então perguntei à Lua
Porque brilha ao anoitecer
A Lua me respondeu
Isso queria eu saber!!!
E fui perguntar ao Vento
A razão do seu soprar
O Vento me respondeu
Porque me vens perguntar?
Depois perguntei à Chuva
Porque chove sem preceito
E ela me disse assim
Sei lá...nem eu sei direito!!!
Fui então falar ao frio
Porque nos deixa tremendo
Ele também não sabia
E acabou não respondendo.
Entre todos os elementos
Mais ricos vindo dos Céus
Só encontrei as respostas
Quando fui falar com Deus.

Arlete Anjos
12/01/2010

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Bateu-me à porta o amor

Bateu-me à porta o amor

Não sei como hei-de amar
Alguém que não me diz nada
Não consigo acreditar
Receio ser enganada.

No amor não acredito
Nem em quem me diz amar
Dou o dito por não dito
Na hora de os encontrar.

Evito homens que me querem
Amar e até dar carinho
Penso no que eles preferem
E afasto-os do meu caminho.

Por mais que tentem não vou
Acreditar seja em quem for
Porque o que eu fui já não sou
Bateu-me à porta o amor.

De Arlete Anjos
02-05..2010

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Amor adolescente

Amor adolescente

Era uma jovem de quinze anos
Vivia um amor apaixonado
Para ela não havia desenganos
E se dedicava ao seu amado
Jovem inocente e pura
Não sabia bem o que era amar
Mas sentia-se segura
Que um dia iriam casar.
Seis anos e meio namoraram
Enquanto ele ausente pouco a via
Mas a guerra o levou e ambos choraram
Enquanto ela esperava noite e dia
Quando ele voltou ela sorriu
E voltaram a seguir o seu caminho
Até que um dia ele surgiu
E foram os dois para o seu ninho.
Viveram felizes por uns anos
E deles nasceu um filhinho
Mas a vida nos tras desenganos
E outro já vinha acaminho
Veio a tristeza invadir seu peito
Com a dor de perder o seu amor
Com seu pobre coração desfeito
Em lágrimas amargas de dor.
Num fatal acidente ele morreu
Deixando dois filhinhos sem pai
Um no ventre da mãe sobreviveu
E a dor atroz que do peito não sai.
Com a dor no coração a pobre mãe
Deixou a casa onde vivia com os filhos
E para aqueles que ainda não sabem
Cruzou na vida muito difíceis trilhos.
Em casa de sua mãe se foi guardar
Pensando encontrar a proteção
Mas a vida tinha para lhe dar
Muito mais sofrimento e decepção.

De Arlete Anjos
25/03/2010

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Desencontro com a sorte

Desencontro com a sorte

Sou prisioneira de mim
Não sei como me soltar
Meu tormento não tem fim
Eu não sei como hei-de andar.

Dou voltas ao pensamento
Não encontro solução
Nem sequer por um momento
Sinto qualquer emoção.

Nos tormentos que vivi
Ao longo da minha vida
Em cada um eu senti
Que tinha a vida perdida.

Morro um pouco a cada dia
Sem saber qual é meu norte
Se nesta vida que eu queria
Desencontrei-me da sorte.

De Arlete Anjos
02-05-2010

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Perdi o meu coração

Perdi o meu coração

Vagueei por entre vidas
Sem saber quem eu serei
Em amarguras infindas
Muitas lágrimas derramei.

Chorei por minha ausência
Sentindo os olhos molhados
De quem tem a consciência
Dos sonhos nunca sonhados.

Meus olhos que por alguém
Choram lágrimas sem fim
Em triste e grande emoção.

Acharam nos seus também
Quando olharam para mim
Que perdi o meu coração.

Arlete Anjos
21-10-08

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De olhos vendados

De olhos vendados

Não quero ver
Nada à minha volta
Não quero ouvir
O que tu me dizes
Não quero sentir
O que tu me fazes
Não quero falar
Da dor que eu sinto
Não quero mostrar
Que não sou feliz
Não quero que vejam
A minha tristeza
Não quero viver
De sonhos passados
Prefiro esconder
Em silêncio sofrer
Fingir que não vejo
Que estás ao meu lado
E passar a viver
De olhos vendados.

Arlete Anjos
13/11/2007

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LAMENTO

LAMENTO

Lamentando a minha sorte
E a sina que Deus me deu
Chego a desejar a morte,
Que um destino igual ao meu
Eu sei,..não há quem suporte.

No meu triste coração
Tão cheio de desilusão
Já não consigo ser forte
Depois de tanto sofrer
Eu vouvivendo sem querer
Lamentando a minha sorte.

Meus olhos choram,que importa
Porque em vida eu já estou morta
Meu corpo já não é meu
Se o meu viver acabou
Lamentando agora eu vou
A sina que Deus me deu.

Choram tristes os meus olhos
Vivendo num mar de escolhos
Sem saber qual é meu norte
A minha alma anda perdida
Por não ser compreendida
Chego a desejar a morte.

No meu peito só há dor
Em tão grande desamor
O meu coração perdeu
Sinto minha alma tão triste
No mundo não mais existe
Um destino igual ao meu.

As lágrimas dos olhos meus
Quando choram pelos teus
Sentem que não muda a sorte
Vivo sem crer no futuro
Sem ter um lugar seguro
Eu sei...não há quem suporte.

Arlete Anjos

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Ciúme

Ciúme

Meu marido é ciumento
E eu sinto tal sofrimento
É tão grande a minha dor
Nesta vida de tormento
Eu sinto que não aguento
A tua falta de amor.

Quando eu sei que ele prefere
Maltratar, e até bater
Mais aumenta meu tormento
Vejo a vida num segundo
Sinto mais raiva do mundo
Meu marido é ciumento.

Odeia-me, simplesmente
Acha que eu sou atraente
Não me dá paz, um momento
Por ser alegre, e brincar
Sou uma cabeça no ar
E eu sinto tal sofrimento.

Eu gosto do meu marido
Quero tê-lo sempre comigo
Compreensivo e com amor
Mas eu sei que não consigo
Ter nele o melhor amigo
E é tão grande a minha dor.

Deixa-me viver a vida
Eu não sou mulher perdida
Não te esqueço um só momento
Nós temos nossos filhinhos
Que já sofrem, coitadinhos
Nesta vida de tormentos.

Não me trates mal amor
Não vês que eu morro de dor
Eu sou tua amiga e tento
Dar-te amor, dar-te carinho
Não te quero deixar sozinho
Mas sinto que não aguento.

Não creias no que te dizem
Não deixes que eles me pisem
Confia em mim por favor
Porque não me queres ouvir
Tu só me fazes sentir
A tua falta de amor.

Arlete Anjos

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Minha infância

Minha infância

Comecei de pequenina,
A enfrentar o destino,
Ainda eu era menina,
Ainda quase não tinha tino.
Era frágil e indefesa,
Para viver em conflitos,
Mas resisti à tristeza,
Com meus irmãos pequenitos.

Tinha sete anos de idade,
De manhã ia pra escola,
Depois na parte da tarde,
Tinha de ir pedir esmola,
A minha mãe trabalhava,
Mas mesmo assim não chegava,
Para nos dar de comer.

Meu pai nos abandonou,
A mim e mais três irmãos,
A minha mãe nos criou,
E educou como cristãos.
Meu irmão mais velho tinha,
Oito anos, coitadinho
Como para a escola não vinha,
Arranjou um trabalhinho.

Mal vestido e com pés nus,
Por entre matos e tojos,
Andava a guardar perús,
Por esses matos a rojos.
Lembro quanto ele ganhava,
Só quinze escudos por mês,
O patrão,comer lhe dava,
Minha mãe,aos outros três.

Eu era tão pequenina,
E como era rapariga,
Ia pedindo a esmolinha,
Para encher a barriga.
A minha mãe trabalhava,
Do nascer do sol ao pôr,
Parece que não se cansava,
E nos dava todo o amor.

Foram três anos assim,
Mas todos sobrevivemos,
Mesmo com a vida ruim,
Muito ou pouco nós comemos.
Muito tempo não tardou,
Sem que meu pai regressasse,
Minha mãe o aceitou,
Na esperança que ele mudasse.

Meu Deus,como se enganou,
Logo andou em desacatos,
Desde que em casa ele entrou,
Começaram os maus tratos.
A nós ele maltratava,
Sem ter dó da nossa pele,
O pouco que trabalhava,
Ou ganhava ,era para ele.

Se a minha mãe lhe pedia,
Dinheiro ele resmungava,
E se ela um pouco insistia,
Dois ou três murros lhe dava.
Com tanta força batia,
Que ela ficava a sangrar,
E depois,no outro dia,
Não se queria levantar.

A minha mãe coitadinha,
Lá ia para a sua lida,
Não parava a pobrezinha,
Para ganhar a comida.
Desde que o meu pai voltou,
A vida não melhorava,
E mais um filho arranjou,
Era assim que ele ajudava.

Esse filho veio trazer,
Para mim muita alegria,
Porque afinal veio a ser,
A irmã que eu tanto queria.
Já eu tinha onze anos,
E aquela criancinha,
Foi nesta vida de enganos,
A boneca que eu não tinha.

Arlete Anjos

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