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Estranho é desejar
Quando se deseja voltar
Voltar à lugares onde jamais antes
Estranho é pôr os pés numa terra sem chão e distante
Onde o vácuo é alguma coisa.
Estranho é querer
Querer estranho de fazer tudo outra vez
Quando jamais fizera
Estranho é gana em sonhos sem quimera
Confundir-se no próprio imaginário.
Estranho é saudade
Saudades do que já passou
Quando nada do que sente falta viveu
É lembrar da criança que nunca nasceu
E chorar como uma criança.
Estranho é vontade de perceber
É desejo de tocar e ver
É fé em coisas que não carecem de fé
Estranho é degustar o que há de mais insosso
E sentir prazer em sentir o gosto
O estranho gosto do vazio.
Estranho é se arrepender!
Xaverloo