Meu amor, não viste quando acenei?
Acaso não ouviste quando te chamei?
Ah, meu distraído amor, como deliras!
E quem era a pessoa com quem sorrias?
Teus gestos iluminavam o mundo,
E que olhar quente lhe davas!
E com que voz doce lhe falavas!
Eu não entendia as palavras,
Apenas à melodia adivinhava.
(Oh, que linda canção que de teus lábios soprava!)
E minh’alma, por se sentir vazia,
Gemia... tão só... e fria, fria, fria...
Ai, meu amor, tua visão me matava e eu não morria!
Com que pesar eu via a tua alma leve e esvoaçante,
Que subia, subia, subia...
E da minha, se despedia.
Meus braços abertos abrem uma avenida na úmida neblina.
Eu queria, agora, voar... bem alto... bem pra cima...
(Ai, como dói parir um Adeus!)
Amor dos sonhos meus, meu peito nú
Recebe a luz divina e crua do dia.
Amada luz solar! Que vem iluminar-me a vida...
Oh, tão desejado dia! Renascemos – eu e tu.
É hora de acordar...
E levar nossa alma a passear
Por novas e distantes e verdejantes colinas.
Queridos pés, iniciemos a caminhada...