FIM DE TARDE
Deitada na rede eu assisto a tarde morrendo.
Ouço uma música suave e num som bem baixinho.
Parece que alguém me faz um carinho.
Ninguém.
É só o vento.
Voo com o pensamento.
Para um dia tão distante deste.
Para uma tarde em que eu ia ao teu encontro.
O dia estava morrendo.
E meu coração pulava como cavalo selvagem no peito.
No mundo eu não via defeito.
Ia te ver, ia.
Que alegria teus olhos me percorrendo.
Teu beijo, tuas palavras.
Agora o silêncio e a tarde que parece morrer comigo.
Quero de volta aquele dia.
Quero de volta a alegria.