A ilusão da modernidade
Pelas ruas da cidade
Uma multidão de concreto
Seres em preto e branco, dispersos
Em série,vão passando,sem saudades
Velocidade,vazio,vertigem
Nos vãos da existência
Caminham,em vão,sem identidade
Desmancham-se no ar
Fluídos,sem consistência
Abstrata solidão
Que se materializa
De humano,vestígios apenas
Aglomerados de sombras
Visivelmente solitárias
Tudo é penumbra e demência
Em meio ao caos das metrópoles
O horizonte persiste ,em silêncio
Contornando os vazios infindos
Trazendo a lua no firmamento
Lua que é o nosso inconsciente
Nossos desejos e tormentos
Adormecidos no tempo
Silenciados todos os dias,a cada poente
Sinal de quê ,talvez,em algum lugar
A alma humana possa um dia
Das cinzas renascer
E o cinza ,em azul, se trasformar...
Raiblue