Quero uma página em branco.
E um tinteiro cheio.
Uma música relaxante.
E da varanda sentir o cheiro
Do café que é passado na cozinha.
Morder os lábios e escrever a primeira linha.
Na empolgação não perceber.
A noite que devorou o clarão do dia.
Quero brincar com o lápis nos dedos.
Enquanto sorrio para o horizonte.
Saboreando o desenrolar do enredo.
E assim escrever sem medo das palavras.
E como diretor, observar e coordenar.
Vivendo cada virgula da tinta que marcou o papel.