Numa linda tarde de abril com o sol já quase a se por, o casal hora corria, hora parava entre a plantação de lavanda, e lançavam-se aos braços um do outro, colando suas bocas num beijo cinematográfico.
Depois caminharam de mãos dadas, mudos, integrando-se ao silêncio que vez por outra era quebrado apenas por um ou outro tallha-ferro, que arriscava-se entre as hástes à procura de grãos.
Em dado momento, pararam, olharam-se com uma cumplicidade perfeita que dispensava qualquer palavra. Ele tocou em seu ombro, convidando-a a ajoelhar-se. Mãos entrelaçadas em pescoços...mais um beijo.
Por fim deitaram-se por sobre a lavanda que gentilmente curvou-se dando aos amantes um leito perfumado.
Com sutileza, ele desabotoou o vestido azul claro da mulher linda, que de olhos fechados saboreava cada toque,sempre acompanhado de um beijo curto.
Corpos colados, entregaram-se a um amor macio porém profundo, intenso porem delicado, tendo por testemunhas um céu já quase alaranjado, uma brisa tépida e claro lavanda.
Quase chegando ao êxtase, ela abre os olhos, para ver a alegria do amante, porem o que vê é na penumbra de seu quarto um berço onde dorme seu netinho.
Cola as mãos à boca, sufocando um gemido, que se transforma em lágrimas que escorrem por rugas em uma face perfumada... e claro...perfume de lavanda.