Contidos em nosso próprio conjunto,
Envolvidos pela anestésica sensação do silencio,
Rasgávamos o vento, sedento!
E, nossas pupilas acompanhavam com emoção
A euforia dos acordes que bailavam para nós,
Êxtase interrompido pela gravidade da imaginação.
E, entre o grito agudo e grave,
Entre o medo e a ansiedade;
Ilhas do amor, instante de saudade...
Os ruídos embaralhados, desritimados,
Insistiam em tirar-me a calma
Não pensei em mais nada, trapalhada!
Tudo ficou para trás, naquela noite escura,
Largados entre o silêncio do som dos faróis,
Vinho de boemia, premeditada loucura.
Contidos no grito agudo e grave, lentos como caracóis,
Marcados pela insônia, fechada!
Envolvidos, apenas, pelo frio entre os lençóis.
Então, o vento começou a nos “rasgar”,
Não havia o que fazer além de lamentar,
Aceitar o destino, e viver para a história contar.
Escrito em 20/07/11.
Comentários
Nailde Barreto
Nailde Barreto, que bela sinfonia. Se bem que se bem entendi o seu poema divide-se em duas partes: o momento em que os acordes são confortantes, emotivos e/ou hipnotizantes (1º e 2º terceto) e o momento em que os acordes passam a ser 'destruidores', como se os seus 'graves e agudos' demolissem e aterrorizassem aquela noite (do 2º terceto ao fim do poema). Contudo, tudo tem o seu lado introspectivo(:
Gosto de desafios(: de feitos que me façam ler e voltar a reler.
Boa continuação,
P03tiza.
Rute Mesquita
P03tiza
esse poema é a descrição de um acidente de carro que eu sofri, numa viagem de fim de semana, que tinha tudo pra ser perfeita...enfim...não era pra ser..
bjinhooo
Nailde Barreto.
De P03tiza p/ Nailde Barreto
Cara, Nailde Barreto,
lamento imenso... mas, alegre-se pela dádiva que a vida é. A noite pode não ter sido perfeita mas, está aqui hoje connosco e expressa-se libertando essas más recordações, essas marcas... é enfrentando o que nos aterroriza que nos tornamos mais fortes.
Abraço,
P03tiza.
Rute Mesquita