Crianças fazem festa na água:
Arriscam longas braçadas,
Agitam a água calma.
No outro lado, peixinhos parados
Sequer percebem o alvoroço criado
Pelas crianças, no refúgio encantado.
A máquina corta a grama, sem dó;
O neto chora, não quer o colo da avó:
A vida não pára, haja silêncio ou furor.
Enquanto se escolhe o batom, a vida acontece.
Enquanto se chora uma mágoa, a vida segue.
Enquanto se pensa “o que será da vida?”,
O destino, em vida, em nós se tece.
Na água, na terra, na mata,
Sou amor da criança a fazer festa.
Viver o momento poetiza a vida
Que pensa a vida quando ela acontece.