Preciso ler Fernando Pessoa
Ou, Cecília Meireles,
Senão endoido.
Penso pela metade,
Decido pela metade,
Como sem sentir gosto,
Visto-me sem que aprove.
Ai! tende de mim, piedade!
Preciso ler o Pessoa
Ou, Cecília, quem sabe.
Corro para o trabalho,
Não paro para ver a vida,
Nem para sentir a pitanga
Que está tão bem colorida.
Preciso saborear a amora,
No Fernando Pessoa
De agora.
Se a pitangueira brilha
No sol do céu tão aberto,
Lembro-me da Cecília
E seus versos descobertos.
Compenso a saudade do amado:
Entre os versos de Cecília
E os poemas de Fernando,
Minhalma se encontra tranqüila.
E com o corpo entorpecido,
De sonho bem realista,
Volto a Ser, só em pensar
No Fernando e na Cecília.
Marilene Anacleto