Minha cachorra se foi.
Chegou ela, ao meu portão,
Com uma filhote na boca.
Comida boa, ração,
Uma casa com telhado,
Passeios manhã e tarde.
Choro, lamento, saudade.
Lá fora mataram o moço,
Um menino para criar.
O pai trabalhador chamou-o
Para com ele trabalhar.
Mais que eu, esse pai e essa mãe
Não conseguem dormir, por certo,
A pensar que ódio tamanho
Tirou-lhes o filho de perto.
Seja o que for lá fora,
É sempre o filho querido,
Nem mãe, nem pai geram filho
Para tornar-se bandido.
A minha cadela preta
E o mocinho sofredor
Foram-se cedo na vida
Mas, com certeza sentiram
Momentos de muita ternura
E doces abraços de amor.