Asas de manteiga, atraídas pela beleza
Das ondas esmeraldadas, mergulha com firmeza.
E, com as asas pesadas, traída pela pureza
Da luz, pelo sol acesa, crê-se no mar afundada.
Mão generosa chega, toma firme a borboleta.
Com um sopro delicado torna-lhe as asas secas.
Leva-a às dunas distantes com vigorosa relva.
As asas já movimenta, retorna à vida primeva.
Quisera que em meus amores, esfacelados de sonhos,
Houvesse uma mão amiga para me tirar do abandono.
Voaria sobre dunas douradas e, com brilhantes asas leves,
Viva um novo amor no tapete orvalhado de relva.
Estive assim tão presa num espelho que não era.
E, meu intenso amor foi apenas uma quimera.