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Cantam! gritam! gemem! trepam! amam!
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«Amam-se.
Meu Deus! Como se amam
Eram olhos nos olhos a dançar
a música suave dum Bethoven a delirar
Mão direita, com mão esquerda.
Mão esquerda, com mão direita.
E os lábios a roçar devagar
sem pressa, a saborear
E foi num choque
ao dobrar a esquina franzina,
que se fez praia, espuma
maresia, e os dois...
Como se amam! Meu Deus
Rodopiaram sem parar
de sempre vivos!
Amén
Uma maçã! Um amante
Mas um amante
nunca poderá ser uma maçã!
Assim como a dália, outra flor...
Deslizaram areais fermentes
frequências eloquentes
Cantam! gritam! gemem! trepam!
Amam!
Costas e ombros e terra areada
florada amada.»
Joaninhavoa
(helenafarias)
05/10/2009