O quão gostaria de ser indiferente
Ao meu coração Atlântico e masoquista:
Emotiva tempestade oceânica
Que me domina, deixando
A temeridade ganhar substância
Para depois, de maneira imperativa,
Singrar toda a estrada da minha sina
Como se fosse a inexorável, vampírica
Csarina, A Grande Catarina!
Conforme uma febre irascível, raivosa,
O passionalismo, em mim, aflora:
Portanto, os assentes pilares da prudência
Comutam-se na mais moribunda geleira.
Assim, ao simples desabrochar
Dos olhos da aurora,
A sensatez cai morta
E descerra as comportas
Para a plena vazão
Da vontade indômita, furiosa!
Então, levianamente,
As palavras pululam
Do cérebro, convergindo
Célere e torrencialmente
Á malograda boca, impertinente.
A sinceridade dá o tom da retórica:
Os vocábulos grossa e sumariamente quedam
Tal um toró de chuva
Que rebenta do celeste ventre
Da soteroplitana primavera.
Afinal
Falo quando ela declara
Seu amor a outrem:
Sim, infelizmente,
Foi no momento adverso
Que os meus lábios de epicédio
Abriram o gás do verbo.
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
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