qualquer coisa arranha
(as paredes neutras, o re-
lógio que corre), qualquer
coisa desanda.
já me atiro em pelo
contra a calma
dos moinhos de holanda.
percebi meus passos muito tarde.
agora é tarde, todo abraço
já espanta,
já não importa.
agora é selva!
o aço dos moinhos
me abraça.
guardo comigo dos beijos
o ranço
e os inumeráveis espaços
de holanda.
guardo comigo o desencanto
e dalgum úmido sexo
a lembrança.
Poema do livro Filhas do Segundo Sexo
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