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Estou me sentindo nu,
Despido de todas as vestes,
Deixado com uma multidão,
Que me conhece pelo que vê,
E nada mais reconhece.
Todos os meus sentimentos,
Eu jogo em suas mãos,
Sob forma de muitos poemas,
Sob forma de poesias,
Sob forma de canção.
Despi-me de toda vergonha,
Lancei-me de braços no mundo,
Me tornei um livro aberto,
Onde todos só lêem a capa,
E esquecem do conteúdo.
[...] Suspiro
Que adianta eu me despir?
Se ninguém mais se importa?
Se os sentimentos se foram com o tempo?
Se o coração endureceu?
E o livro que todos liam...
Enfim, desapareceu.