Perdidos no tempo ficaram
todos os sentimentos e emoções
como pétalas secas de uma flor
em lembranças, frustrações,
rancores, tristezas, alegria
e dor...
Em teu semblante vago e
distante, me vias tecendo
a nossa colcha de retalhos
cerzindo pedaços de nosso amor
e da varanda observavas um
mundo de um vazio sem cor
E agora, envelhecida olho
pra caixa de costura empoeirada
lembrando do último suspiro
que emudeceu tua voz...
sem agulhas, linhas e alfinetes
no vão oco de minha memória
ali jaz sómente um quebrado retrós
Única recordação da vida e morte
que foi costurada por nós...
Sinto agora a brisa suave que
vem minhas lágrimas secar
dessa saudade indolente,
sinto tua essência que deixa
o teu perfume disperso no ar...
Lu Lena
Paira perfume indelével no ar
Com a fragrância suave de jasmim
Fazendo-me com saudade recordar
De quando meiga olhavas para mim.
Enquanto continuavas a costurar
Uma colcha de retalhos de cetim
E dizia-me com seu modo de ostentar
Que aquela manta era para mim
E que eu deveria sempre relembrar
Dela entre as flores do belo jardim
E nunca deveria olvidar e chorar
Por ter o carretel chegado ao fim
Eis que sempre ela estaria ali a costurar
E então eu saberia por que a vida é assim.
Eu vou novamente mudar o vídeo-poema
Vou recolocar uma linda rosa vermelha
Pois, senti no coração o seu estratagema
Ao perceber que a picadinha d’uma abelha
Dói e forma em nosso âmago um edema,
Replicamos com o franzir de sobrancelha,
Fazemos de desentendido do problema
E não deixamos transparecer a centelha
Da luz do ciúme num “flash” ilumina e queima
Nossa face que ruboriza e assim espelha
O que sente o coração que implora e teima
Para se fazer sua vontade que emparelha
Sob o mesmo signo a paixão e o amor como lema
Da amizade que é o seu principal emblema.
Pensamentos, recordações oscilam
num destino desfiado de renúncias
grilhões que me prendem num exílio
enleada em ti a tua e a minha vida.
Indeléveis cicatrizes em minha memória
em carretéis e linhas opacas e sem cor
na caixa de costura toda nossa história
alfinetes agulhas ludibriando nosso amor.
Cerzindo versos, exalando nossa essência
assim vou tecendo estática nossos pedaços
entre gotículas de lágrimas em reticências...
Vozes, murmúrios, sem viços e transparências
bordando prolixa nossa colcha de retalhos...
Aguardando o tempo esvair nossa existência.
***
Soneto de Dirceu Marcelino
Ainda em minha tenra e singela adolescência
Sonhava com ti e minha vontade era tecer
Com os parcos fragmentos de minha inocência
A colcha que te cobriria em teu adormecer
Hoje recordo com fragmentos de consciência
Dos belos sonhos e então deixo me esvanecer
Em devaneios poéticos que com insistência
Injetas-me com teu lume e em mim faz nascer
A inspiração que surge da tua proficiência
Em belos versos que estimulam meu alvorecer
Fazendo com que encontre nas regras da ciência
Poética esta arte que me faz rejuvenescer
E encontre nos retalhos de minha inconsciência
Os pedaços da colcha que tu estas a cerzir.
Pensamentos, recordações oscilam
num destino desfiado de renúncias
grilhões que me prendem num exílio
enleada em ti a tua e a minha vida.
Indeléveis cicatrizes em minha memória
em carretéis e linhas opacas e sem cor
na caixa de costura toda nossa história
alfinetes agulhas ludibriando nosso amor.
Cerzindo versos, exalando nossa essência
assim vou tecendo estática nossos pedaços
entre gotículas de lágrimas em reticências...
Vozes, murmúrios, sem viços e transparências
bordando prolixa nossa colcha de retalhos...
Aguardando o tempo esvair nossa existência.
***
Soneto de Dirceu Marcelino
Ainda em minha tenra e singela adolescência
Sonhava com ti e minha vontade era tecer
Com os parcos fragmentos de minha inocência
A colcha que te cobriria em teu adormecer
Hoje recordo com fragmentos de consciência
Dos belos sonhos e então deixo me esvanecer
Em devaneios poéticos que com insistência
Injetas-me com teu lume e em mim faz nascer
A inspiração que surge da tua proficiência
Em belos versos que estimulam meu alvorecer
Fazendo com que encontre nas regras da ciência
Poética esta arte que me faz rejuvenescer
E encontre nos retalhos de minha inconsciência
Os pedaços da colcha que tu estas a cerzir.
Descalça caminho no campo verdejante
Enquanto cantam aves e os rouxinóis
Nua coberta com um véu esvoaçante
Acenando pra mim sorriem os girassóis.
Em contraste com o azul anil e o branco
Esfuziante solto pipa colorida ao léu...
Na relva o frescor dos lírios do campo
Contemplo a beleza na imensidão do céu.
Esbaforida brinco com a cabeleira do mato
Esse amor lírico que em ti eu almejo...
Alguns lírios enfeitam o córrego e o lago.
No reflexo da água tua imagem eu beijo
Influxo de um delírio senta ao meu lado
Divago novamente entre o sonho e desejo.
É sonhando contigo...
Que os lírios do campo...
Eu vejo!
( LU LENA)
ANJO IMPLUME
É sempre assim, basta-me dirigir teu lume
Através de tua arte deslumbrada em poesia
E pode ser sob a luz do sol ou negrume
D’outra noite eu sempre sinto o que me extasia
Através do ar impregnado com teu perfume,
Que me incita e rejuvenesce com a magia,
Que me aviva e faz com que algo em mim se avolume
E nos satisfaça em êxtases de delícia.
E começam em tua boca como de costume
E percorrem os teus seios fonte de volúpias
De desejos e também da vida incólume
Do ser fruto desse amor que em ti principia
A sobrevivência como fosse anjo implume
E expõe a forma de como a vida se inicia.
Gostaria como teu cavalheiro protetor
Desembainhar meu cetro de espadachim
E descrever versos em teu corpo com ardor,
Em formato de soneto como faço assim:
Em doze estocadas silábicas com fervor,
Marco o ritmo inicial que seguirei até o fim.
Após sempre em forma suave, mas com destemor
Fecho os quartetos com você abraçada em mim.
Prossigo com o florete e em toque sedutor
Marco a tua pele com o aroma do jasmim
Que lanço em ti com as pétalas dessa flor
Viçosa e cheirosa que engalana meu jardim
E de onde tiro meu poder e todo o amor,
Que me permite possuí-la assim como Arlequim.
É sempre assim, basta-me dirigir teu lume
Através de tua arte deslumbrada em poesia
E pode ser sob a luz do sol ou negrume
D’outra noite eu sempre sinto o que me extasia
Através do ar impregnado com teu perfume,
Que me incita e rejuvenesce com a magia,
Que me aviva e faz com que algo em mim se avolume
E nos satisfaça em êxtases de delícia.
E começam em tua boca como de costume
E percorrem os teus seios fonte de volúpias
De desejos e também da vida incólume
Do ser fruto desse amor que em ti principia
A sobrevivência como fosse anjo implume
E expõe a forma de como a vida se inicia.