Blog de Delusa

Se dissesse que te quero
Então mentia
E para ser sincera
Eu só fico à espera
Duas horas por dia

Amor verdadeiro
Dizem que há
Esse eu queria
De noite e de dia
E não sei onde está

Se gosto de ti
É pura verdade
Porque uma mulher tem
De gostar de alguém
Por necessidade

Depois de duas horas
Eu fujo de ti
E no outro dia
Com a mesma alegria
Eu corro para ti

O amor de hoje
Em breve se esquece
Porque um já foge
Logo outro aparece

Delusa

Não me sais do pensamento
Amor da minha paixão
És o fogo do sentimento
Que trago no coração

Deus deu-me o teu coração
Mal acabaste de nascer
Para seres a minha paixão
A maior que pode haver

Isto não é ilusão
Nem um leve pensamento
É verdadeira paixão
Que não se apaga no tempo

Sou como barco encalhado
Que ali quis ficar
Talvez por ter amado
As ondas daquele mar

Tudo é escuridão
Escuro que faz sofrer
Se o calor desta paixão
Não se vê corresponder

Mas ao ver-te chegar
No mundo faz-se magia
Nasce tão depressa o luar
E a noite torna-se em dia

Delusa

Sou apenas como o vento,
Que não se vê só se sente,
Sou como o pensamento,
Que se oculta na gente.

Sou como alguém que vai,
Arrastado pelo vento,
Sou o eco de um ai,
Os suspiros do sofrimento.

Sou fogueira que se apagou,
Que ardeu e já não aquece,
Sou cinza que o vento levou,
Que nunca mais aparece.

Sou pena solta a voar,
Que da ave se depenou,
Vôo suspenso no ar,
Sou pena que a ave deixou.

Mas quem sou eu,
Que não sou chuva nem vento?
Sou um dia que escureceu,
Ou uma noite perdida no tempo.

Delusa

O meu paraíso,
É o coração a palpitar,
Que se dá a alguém,
Para o desfrutar...
Quando na verdade
Se quer amar.

Nele existem árvores maravilhosas,
Fantásticas e viçosas:
A árvore da esperança,
Que nos abre o caminho com persistência,
Com fé,
No futuro e no destino,
Que é a própria existência;
A árvore da saudade,
Criada pela ausência;
A árvore da alegria,
Regada pelo carinho
De um sorriso de magia;
A árvore da amizade,
Criada pelo bem querer;
A árvore da união,
Até morrer;
A árvore do sacrifício,
Por alguém
Que desejamos engrandecer;
A árvore da paixão,
Por alguém
Que não queremos perder.

São estas as árvores mágicas,
Que acendem e alimentam
O fogo do amor,
Que é o paraíso
De quem é um sonhador!

Delusa

Este fogo que arde em mim
É chama que não faz doer
É ciúme que sinto de ti
É calor que me faz viver.

Amor
Não olhes p'ró sol
Que ele é atrevido
E quer-te queimar

Amor
Não olhes p'ró mar
Que ele está perdido
E quer-te beijar

Amor
Não sorrias p'ró mundo
Que ele é vagabundo
E quer-te enganar

Amor
Sorri só p'ra mim
Que eu quero ser tua
P'ra sempre te amar

Esta fogueira ardente
Não se consegue apagar
Incendeia-se constantemente
Com a luz do teu olhar

Delusa

Amor feito de sonhos
Que ânsia
Que dor de morrer
Até abrir os olhos é medonho
Porque abertos deixam de ter
O que só a sonhar podem ver

Que suspiros
Que loucura
Que sofrer
Que feridas no coração a doer
Que ferem o próprio olhar
Vazio como tiros de fogo a arder
Que se perde no esquecimento
Sem querer
Quando só a sonhar longe se pode ver

Dissolve-me a confusão
Sem saber decifrar este nada
Não sei se o amor é sonhar
Ou se amar é estar acordada

Delusa

Numa cascata te banhavas,
Enquanto eu para ti sorria;
A água onde nadavas,
Era de sonho e magia.

Água pura e cristalina,
Em abundância a nascer,
Eram lágrimas dos meus olhos,
A chorar por te não ver.

Aquele lugar encantador,
Tanta beleza envolvia,
Onde todo aquele amor,
Era sonho e fantasia.

Passarinhos a chilrear,
Traziam-me os teus segredos,
E para mais me encantar,
Nasciam rosas nos rochedos.

Mas ao acordar, fiquei
Ainda mais encantada;
Nunca beleza eu sonhei,
Como a que vejo acordada.

Nenhum sonho pode igualar,
A magia que me é dada,
Ao ver-te julgo sonhar,
Duvido estar despertada.

Delusa

És a minha própria vida,
Onde só encontro guarida,
Na angústia de te querer.
Tenho-te amor profundo,
E sinto que tu és o mundo,
Onde eu desejo viver.

Tanto amor te quero dar,
Que sempre te hei-de amar,
Mesmo que seja em segredo.
Este amor faz-nos felizes,
Porque ele tem fortes raízes,
Sólidas como um rochedo.

Delusa

Perguntei por ti à lua,
E ela me respondeu:
Viste por aí o sol,
Que de mim se perdeu?

Perguntei às estrelas do céu,
Se acaso te viram passar,
A mais bela me respondeu:
Está onde houver luar!

Perguntei por ti ao vento,
Que passava a uivar,
Também eu neste sofrimento,
Não encontro onde parar.

À chuva no chão esmagada,
Lenta, triste e miudinha,
Também em lágrimas alagada,
Sob os pés de quem caminha.

Perdi-me de ti e então,
Por ti ando a perguntar,
Com tanta luz no coração,
E não te consigo encontrar.

Delusa

Abri as asas, lancei-me ao vento
Num vôo alto a planar
Já não vejo solo para pousar
Alto voa meu pensamento

E assim vou fugindo ao tempo
A este mundo que me faz penar
Por isso enquanto voar
Esqueço o meu tormento

Se eu pudesse um dia pousar
Num campo de múltiplas cores
Isento de maldade e dor

Ficaria ali sempre a sonhar
No puro perfume das flores
De mãos dadas com o amor

Delusa