Blog de Carmen Vervloet

Foto de Carmen Vervloet

Brincando com o Poeta

Na passarela, em gingados de samba,
A donzela encantou o poeta sentimental
Levantou a poeira sob olhares de bambas
Balançou as cadeiras, sua arma fatal!

O poeta em delírio soltou a imaginação
Desenhou imagens e rimas ardentes
Mostrou sua alma, entregou o coração
Com essência de rosas perfumou o ambiente.

E a sambista sestrosa caiu em seus braços
Esqueceu sua escola, deixou o carnaval
Com pingos de mel fez um açucarado laço
E amarrou o poeta num abraço sensual.

Carmen Vervloet

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Imagem

Leve a alma flutua vigorosa e afetiva
Entre espaços inatingíveis pelo corpo
Carrega a semente fértil do aborto
Da velha estrutura sem nenhuma alternativa.

No espelho uma imagem distorcida se reflete
Espreito-a em queixume, com insistente atenção
Mas foge a mim qualquer maior avaliação
Mesmo que eu teime e troque a toalete.

De quem são as rugas que hoje eu vejo
Se minha alma é ainda graciosa menina
E a vida tanto ainda me encanta e fascina?

Será que me perdi em algum distraído bocejo
Diante do tempo e seu voraz arpejo?
Não reconheço a imagem que agora vejo...

Carmen Vervloet

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Água - Essência da Vida

Em louco acometimento
os homens esmagam a esperança,
sem dó, nem sentimento...
Poluem as cristalinas
doces águas da vida...
Invalidam a decência
na sua demência...
Não ouvem o pedido
de clemência
das agonizantes águas,
cheias de mágoas...
Existência... Essência...
Sopro da terra,
fios de vida em guerra
com poluentes...
Rios doentes
destempero de lixo
esguichos de loucura
e tortura...
Esgotos adentram
ao seu leito...
Sem nenhum respeito!
Levam saúde... Sonhos... Vida...
Deixam o planeta sem saída...
Apagam em sordidez
um alvorecer risonho...
Matam a mão armada
águas esparramadas...
Poluídas... Perdidas...
Na terra acometida...
Ressentida...
Que grita por vida!

Carmen Vervloet

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Céu de Verão

Nos jardins do céu
voejo ao léu
nos acordes do tempo
que solfeja um acalento...
Busco-o na imaginação...
Quem sabe no coração...
Visto-me bonita
laços de fita
vestido rodado
cabelos dourados
solto minh’alma
qual pássaro branco
sem dor e sem pranto
viajo com calma
na paz desses versos
no infinito universo
qual nuvem solta
soprada em emoção...
Meu coração leve
livre ao vento
entoa a canção.
Você me toma a mão
faz giros e valsados
tira-me o chão...
Flutuo em seus braços
viajo sem rumo
sem leme, sem prumo
por este céu de verão.

Carmen Vervloet

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Porto de Tubarão - Um Grito Solitário

Acordo nesta ensolarada manhã de segunda feira que teria todos os motivos para ser mais uma agradável manhã de verão. Moro no bairro mais nobre de Vitória, a Praia do Canto. Uma belíssima vista para o mar, hoje calmo e azul. Da minha janela vislumbro uma paisagem capaz de inspirar os mais lindos versos de amor e devoção à natureza. Mas não. O que grita dentro de mim é a revolta de ver minha cidade coberta por nuvens negras vindas do Porto de Tubarão. Nuvens que poluem minha cidade e trazem em suas garras graves problemas de saúde à população. É o nosso “famoso” pó de minério, um pó preto que cobre os pisos, os móveis, as cortinas das nossas residências. Que as invade sem dó nem piedade. Que chega ao sopro do vento nordeste. Entra por portas, janelas, passa por entre frestas e causa danos irreparáveis a nossa saúde. Pobre coitado do nosso aparelho respiratório! Ele já não suporta mais tanto pó! Mas esse pó preto não é apenas sinônimo de luto. Ele também faz com que algumas pessoas fiquem cada vez mais ricas. Ah!... E como ficam... Pessoas envolvidas no processo de camuflagem dessa devastadora poluição. Basta passar a mão sobre qualquer canto da casa e a mão fica negra do maldito pó. É um negro que nos remonta a triste morte e ao luto dos nossos corações face ao descaso de tantas “autoridades” envolvidas em altíssimos jogos de interesse. A imprensa fala superficialmente sobre o assunto. Ela tem na Companhia Vale do Rio Doce um de seus maiores anunciantes e precisa de anúncio para sobreviver. E então a quem recorrer? Ao bom Deus, incomodá-lo lá no céu? Creio ser a única alternativa que nos resta. Conversando casualmente com uma funcionária de determinada Secretaria (que deveria zelar pelo meio ambiente) disse-me ela que apenas em véspera de eleição é que o referido órgão “abre os olhos” numa campanha eleitoreira. De vez em quando, creio que quando o povo pressiona mais, durante o dia o pó é mais ou menos filtrado e a noite os filtros são desativados para que se dobre ou mais a produção. Mas daqui eu tudo observo. Nada me passa despercebido. E sofro na carne esse tormento. Falo como cidadã que paga seus impostos, que com seu voto ajudou a eleger esses dirigentes que fazem “vistas grossas.” Falo porque esta é a terra da qual tiro meu sustento e eu a respeito. Falo, sobretudo porque amo essa cidade, minha terra mãe, sempre tão calorosa e acolhedora! Vou gritar sim... E brigar pela minha querida Vitória e pelo seu povo que também é o meu. Ninguém mais agüenta respirar tanto minério de ferro. Afinal nosso pulmão não é contêiner para carregar tanto pó! O nosso grande cientista e ambientalista capixaba, conhecido internacionalmente, Augusto Ruschi, na época ainda do projeto para a construção deste Porto, foi totalmente contra a sua atual localização. Já previa todos os malefícios a que viria ocasionar a população de Vitória. Mas o jogo de interesses prevaleceu e o Porto nasceu no lugar errado. Já condenado por antecipação, pelo grande cientista. Agora é limpar a casa no mínimo duas vezes por dia e carregar nos nossos pulmões, que todos juntos já devem valer uma pequena fortuna, todo o minério de ferro que inspiramos em cada segundo das nossas cada vez mais curtas vidas. E conviver cordialmente com bronquites, rinites, sinusites e tantas outras “ites”. Hoje tenho a mais absoluta certeza de que os PODEROSOS não sentem com o coração e nem pensam com a cabeça. Pensam apenas com a conta bancária ou quem sabe com a BUNDA que se instala na poltrona do PODER e fica viciada e defeca sobre a cabeça do povo.

Carmen Vervloet

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Branco

Branco é o sêmen que dá origem a vida
Branco é o leite que alimenta a criança
Branca é a paz que revela a margarida
Branco é o reflexo de todas as nuanças.

Branca é a água que brota da fonte
E que em rio escorre do alto do monte
Branca é a luz que invade a natureza
E inunda minh’alma com tanta beleza!

Branca é a alma que navega expandida
E que lança sua essência em paragens desconhecidas
Branca é a página inicial da vida
Onde tudo se escreve até a hora da partida!

Carmen Vervloet

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Um Sopro de Amor - (no jardim dos sentimentos)

Jazia no chão quase sem vida
a murcha esperança,
tal qual prematura criança
abortada em ferida.
Ingênua... chamava-lhe o mundo!
E ela buscando sair
do desmaio profundo!
Levante-se flor... respire fundo...
Soprava-lhe ao ouvido o amor...
Receba o calor do sol
no infinito horizonte...
A vida é um jardim colorido...
E sou a inesgotável fonte
que rega o gerânio perdão.
Só ele é capaz de apontar
o caminho lírio da paz...
O ciúme só trás confusão,
esmaga a rosa felicidade,
e com vileza e maldade
atormenta o frágil coração...
Por favor, não lhe dê atenção!
O ciúme é o espinho
que fere a violeta relação...

E então a flor esperança suspirou...
E ao jardim do amor retornou...
Guardou no baú das lembranças
a feia e velha desconfiança
e qual alegre menina
deu a volta por cima
em gingados de dança
com uma orquídea na trança.

Carmen Vervloet

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Poesia com Endereço

Hoje quero tudo evidente,
pouco surpreendente,
um olhar sorridente,
palavras complacentes...
Sem entrelinhas...
Quero apenas a poesia rainha
como a rosa no seu jardim...
Quero te enviar
o sentimento mais puro
que sai de dentro de mim...
E com caminho reto,
o teu coração concreto,
que por certo
sentirá meu perfume
de jasmim!

Carmen Vervloet

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Sedutora

Escrevo como se fosse
Para salvar a vida de alguém...
Escrevo como se fosse
Para salvar minha vida também.

Escrevo porque o sentimento
Fala mais alto do que eu...
Escrevo porque o momento
Num outro instante já morreu.

Escrevo porque o tempo urge
E a manhã varada de luz
Nem bem no horizonte surge
E já se apaga em meia luz.

Escrevo porque cada emoção
Que em letras bordo o papel
São palavras do coração
E giram em mim qual carrossel.

Escrevo apenas porque escrevo
E se sem motivos me atrevo
É porque da poesia sou cativo
E pleno me sinto vivo!

Carmen Vervloet

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Canção ao Luar

Nem sei o que aconteceu naquele dia
A lua surgiu, no céu, silenciosa e plena
Em luar pôs-me em estado de poesia
Embriaguei-me com essência de alfazema!

Caí sobre o tapete relva no jardim,
Entreguei-me flor, alucinada de luar
Formosa, eu me abri em lascivo jasmim
E conjuguei em êxtase e paixão o amar!

Sobre meu corpo quente, um beijo doce,
Carícias e sensações que o vento trouxe,
Nos raios de prata da lua cheia...

Que então me cobria com seu manto
Enquanto você me embalava com seu canto
E minha alma fluía silente em suas veias!

Carmen Vervloet

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