Por mais que o sentimento passeie por entre bosques antigos,
por mais que o seduzam as límpidas cascatas,
meu coração cerrado não quer lhe dar abrigo,
deixou-o ao relento sob um luar de prata.
O vento vem e bate em meus cabelos,
a melancolia paralisa meu olhar perdido...
A alma vazia não ouve o seu apelo,
o poema estagnado fica adormecido.
Mas se a alma está vazia
e a inspiração represada
por que insistir nessa poesia
tão sem encanto que nasce agoniada?
Faz tanto calor... e a rede da varanda me convida.
Talvez seja melhor o seu chamado aceitar.
A poesia jaz, sob meus escombros, desfalecida,
quem sabe amanhã ela volte a pulsar!
Carmen Vervloet.