O menino de Itabira,
filho de dona Julieta,
sonhos cor de safira
arrebatado tão jovem
ao encantado mundo das letras.
Entregou-se tão criança
à sedução das palavras
e entre rimas e versos
foi criando um particular
e rico universo.
Aos treze anos de idade
causando perplexidade
começou a realizar conferências
e na sua sapiência
foi criando seu estilo.
Desafiando as palavras,
aceitando seu combate,
do embate não guardando sigilo
fez-se escravo e general.
E neste mundo abissal
sangrou profundamente o vernáculo,
vencendo seus obstáculos,
antecipando o gozo,
guerreiro sem repouso,
deste seu deleite e tortura.
E assim foi descobrindo
das palavras o mistério,
o desdém, o anseio...
Colhendo-as de sua infinita lavra
com até exagerado critério.
Uma essência capitada
com sutil prazer e queixume.
Sua sensibilidade o lume
que o fez crescer... crescer... crescer...
E brilhar!... E pode crer...
Drummond tornou-se das letras referência
e da poesia excelência!
E eu pergunto:
E agora, Drummond?
Como encontrarei a palavra mágica,
a senha dos versos,
para declarar para todo o universo
como é grande minha admiração por você?