Blog de Carmen Lúcia

Foto de Carmen Lúcia

A vagar...

Sem planos...
Investindo nos sonhos,
Apostando na sorte,
E na sensibilidade
Que excita a pele
E aos devaneios impele,
Vou seguindo por aí
Buscando o que me abastece ...
Sem rumo, sem norte,
Sem pensar no amanhã,
Sem pensar no mais tarde...
Vou levando meu barco
Pro lado que me aprouver,
Do jeito que me convier,
Destino de um bardo...
Enfrentando as marés,
Desafiando dilúvios,
Com bravura, sem alarde,
A sofreguidão me invade...
Em noites de lua cheia,
Sob o luar que prateia...
No início das manhãs,
Oferendas louçãs
Que trazem o silêncio sagrado,
Momento tão esperado
Pra alma de um menestrel...
Que louva, enaltece, faz prece,
Olha pro céu e agradece.

Foto de Carmen Lúcia

Senhora (Tributo à Cora Coralina)

As marcas no rosto não denotavam desgosto,
Nem vinham do cansaço,
Mas de caminhos percorridos e vividos
Sem nunca haver desistido.
As mãos calejadas, rudes, deformadas
Lembravam cânticos da terra...
Mãos que cavoucaram, plantaram, roçaram,
Prepararam terrenos para o cultivo
Sem ambicionarem os frutos a serem colhidos,
Mas pra quem quisesse neles semear...e sonhar!
Mãos que merecem um poema-emoção,
A ser imortalizado, eternamente lembrado!
Seus cabelos brancos representavam desafios...
As lutas e desenganos, no decorrer dos anos,
Retrato de sua presença-terra,
Exemplo de coragem aos inconformados...
Em sua escalada pela vida,
Driblou dores, removeu pedras, plantou flores...
Deixou um rico legado, precioso aprendizado...
E mesmo no tarde da vida, poetizou a sua história,
Recriou seus sonhos, gravou-os em sua memória,
À sertaneja, meu tributo e toda a glória,
A ela, Cora Coralina, Aninha, Cora...
E denominada por mim, agora...
...Senhora!

Foto de Carmen Lúcia

Retrato falado

Procuro por você,
Que sem razão ou querer,
Eu perdi...
Enquanto buscava meus sonhos
Deixei de sonhar o maior:Você!

Seu nome... Amor;
Sua boca... Me deixa louca;
Seu corpo... Meu devaneio;
Sua alma... A minha!
Sua voz... Me alucina;
Suas mãos...Que acariciam;
Seus olhos... Minha luz;
Seu calor... A me aquecer;
Sua ausência... Me deprime.
Seu cheiro...É o que respiro;
Seu gosto... Meu bel-prazer;
Sua volta...É meu querer;
Sem você...Não sei viver!

Mesmo sendo abstrato
Esse retrato falado,
Quem sabe de sentimentos,
E compreende meus lamentos,
Vai me ajudar a encontrar
E trazê-lo de novo ao meu lado!

Foto de Carmen Lúcia

Eu creio...

Eu creio...
No azul sereno do céu
Mesmo ao anunciar tempestade...

Eu creio...
Na calma que traz o mar
Mesmo quando um furacão o invade...

Eu creio...
No amor entre os homens...
Que o ódio é uma estranha forma de amar.

Eu creio...
Que a distância não mais persiste,
Que o longe não mais existe...

Eu creio...
Que a paz há de reinar
Mesmo em tempo de turbulência,
Em que a violência se estampa no ar...

Eu creio...
Na conscientização global,
No fim da desigualdade social...

Eu creio...
Nos sonhos e na esperança
No sorriso ingênuo de uma criança...

Eu creio...
Na luta perseverante e eficaz
Por um mundo melhor e capaz...

Eu creio no bem que vence o mal.
Eu creio na vida, afinal...

Foto de Carmen Lúcia

Retrato da Vida

Num canto da sala balançava a cadeira.Por cima dos óculos ela só observava.Não dava palpites.
A rotina diária...Muita algazarra, correria. Todos apressados, em tropeços, passavam por ela.
Nem sequer percebiam que ela percebia.Olhava a todos e a tudo.Sem que ninguém a visse.
Os dedos já cansados esboçavam um bordado.Pareciam mecanizados, de tão acostumados a esses traçados.Chegavam à perfeição.
Seu rosto, sem expressão, semblante enrugado, eram marcas que ficaram, que o tempo lhe deixara.
Um tempo ausente que corria lá fora.Agora mais veloz, levando embora a vida, que ela via caminhar, além da janela, afastando-se cada vez mais.
Vieram-lhe as lembranças.Ricas lembranças.Criança correndo pelo campo, sem tempo, sem marcas, só esperança.Só risos.Sonhos.Fantasias.
Então cerra os olhos.Começa a imaginar.Ouve uma música suave.Esboça um doce sorriso e se pega a rodar, a girar, por entre flores, pés descalços na grama úmida...com o vento acariciando seu rostinho de criança feliz.De repente a criança põe-se a correr...para um lugar belíssimo, indescritível, inimaginável...
A cadeira já não balança.Permanece imóvel no canto da sala.
Caído ao chão, um bordado perfeito e já terminado.
Repousa de lado aquele rosto sem expressão, marcado agora pela morte.
A lida prossegue lá fora. E lá dentro, a rotina de sempre.É a vida!
Ninguém percebe a partida.

Foto de Carmen Lúcia

Tua sombra

Colei-me em ti, fui tua sombra noite e dia
Cegou-me teu luzir, a tua luz sorvi...
Banhei-me de tua aura, de teu carisma me servi,
Andei teus passos, tua distância percorri...
Sonhei teus sonhos, me deserdei de mim...
Soprei tuas lágrimas, teu pranto dissolvi
Sorri tua alegria, o teu sorriso absorvi,
Te busquei na noite, te dei amor sem fim,
Quis teu querer, ser teu querer, fiz-me querer
A ti roguei...e implorei...e te amei!
Dei-te meus braços pra me envolver os teus abraços
E minha boca, quente e louca por teus beijos...
Fui teu descanso, teu remanso, teu abrigo
Fui o teu cais, ancoradouro de teu navio
Perdido ao léu, entregue a mares tão bravios...
Voei teus vôos, transcendi os teus limites
E ao pousar, perdi o chão, onde pisar...
Não percebi que ao viver a tua vida,
Eu me esqueci...e me perdi...e te perdi!

Foto de Carmen Lúcia

Mudanças

É noite e não vejo o céu,
Não o mesmo céu de antes,
Aquele a me proporcionar, radiante,
Emoções esfuziantes, profundamente vividas e sentidas,
Que me (e) levavam a vários mundos
Distantes, delirantes, irradiantes
E me traziam ao chão, onde meus pés levemente,
Docemente tocavam, após essa viagem transcendente.
E tudo era magia, era alegria, era poesia...
Pretensa recompensa daquele meu viver
Contagiante, inebriante, aconchegante...
Nem vi a minha estrela brilhar como antigamente,
Minha cúmplice a piscar maliciosamente...
Se escondeu por entre nuvens, evitando meu olhar.
Nem mesmo a lua veio me beijar,
O que era de praxe, sorrateiramente,
Perdeu-se com a prata do luar, sem vida, ressentida...
Tudo se entristeceu, escureceu...
O céu perdeu a cor...
Amedronta o mundo, a dor,
O universo fica mudo...
Afasta quem outrora sonhava junto
E nos arrasta ao abismo imundo, fecundo,
Apresentando-nos à solidão, à imensidão
De um oceano negro, sem ondas, nem espumas, onde a velejar
Estão a sombra, a amargura, o desacreditar.
Então, mais que nunca, é preciso remar, remar, remar...
Para de novo começar...

Foto de Carmen Lúcia

Uma história de amor

Um dia tu surgiste em minha vida,
E o céu se abriu em cores, no esplendor da aurora,
Como Romeu e Julieta, ouvi cantar a cotovia,
Num presságio de amor que nunca vira outrora...

Até então eu mergulhava em sombras,
Não via estrelas, nem percebia o luar,
Aprisionada ao meu próprio ego,
Entregue ao medo de deixar-me amar!

E tu chegaste, como a poesia,
Que sensibiliza e nos faz sonhar,
Dancei com as flores, me explodi de amores,
De peito aberto, fui de encontro a ti!

Mas, de repente, o sonho acabou...
Teu sorriso aos poucos foi se apagando...
Teu olhar vazio foi me definhando...
Ouvi teus passos se distanciando...

Mas fui feliz, não há como negar,
Intensamente esse amor vivi...
Só que a história teve um novo fim,
Pois do veneno, só eu bebi...
-----------Só
--------------eu
------------------morri!

Foto de Carmen Lúcia

Noite sombria

Noite de breu, sem lua,
Estrelas não querem acordar,
Mistérios pairam no ar...
Fantasmas assombram
Esquinas vazias, sombrias...
Nos becos, sombras a vagar...
Vaga-lumes receiam piscar,
Corujas espreitam, não piam,
Lobos se escondem, não há luar...
O silêncio acentua a escuridão
E sugere, insinua à solidão.
E os poetas, onde estão?
Mais uma noite em vão!

Foto de Carmen Lúcia

Louca Mente

Loucamente... tentei livrar-me dessa triste sina,
Me equilibrei num fio da esperança incerta,
Com a mente insana, fruto da vida profana,
Que a pressão do mundo oprime e a sociedade aperta.

Loucamente...tentei juntar palavras desconexas,
Dar um sentido a elas e ser compreendida,
Mas o que sai de mim a todos vexa,
Fazendo-me voltar ao ponto de partida.

Loucamente...a mente louca que me foi legada
Traçou o meu perfil, mostrou a minha alma,
Gritou aos quatro cantos:-Quero ser amada!
E um silêncio mudo calou a tresloucada...

Loucamente...transpus as raias da loucura,
Busquei desesperadamente a minha cura,
E entre um delírio e outro, próprios de um ser louco,
Eu transcendi à dor, transgredi as regras e me enlouqueci de amor!

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