As marcas no rosto não denotavam desgosto,
Nem vinham do cansaço,
Mas de caminhos percorridos e vividos
Sem nunca haver desistido.
As mãos calejadas, rudes, deformadas
Lembravam cânticos da terra...
Mãos que cavoucaram, plantaram, roçaram,
Prepararam terrenos para o cultivo
Sem ambicionarem os frutos a serem colhidos,
Mas pra quem quisesse neles semear...e sonhar!
Mãos que merecem um poema-emoção,
A ser imortalizado, eternamente lembrado!
Seus cabelos brancos representavam desafios...
As lutas e desenganos, no decorrer dos anos,
Retrato de sua presença-terra,
Exemplo de coragem aos inconformados...
Em sua escalada pela vida,
Driblou dores, removeu pedras, plantou flores...
Deixou um rico legado, precioso aprendizado...
E mesmo no tarde da vida, poetizou a sua história,
Recriou seus sonhos, gravou-os em sua memória,
À sertaneja, meu tributo e toda a glória,
A ela, Cora Coralina, Aninha, Cora...
E denominada por mim, agora...
...Senhora!
Senhora (Tributo à Cora Coralina)
Data de publicação:
Domingo, 2 Dezembro, 2007 - 13:19
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Comentários
P/ Carmen Lúcia
Querida Poeta...
Entendi este poema como uma lenda. Mas uma lenda que nos preenche o coração e deixa que cada vez mais acreditemos que mesmo nas situações mais dificéis... tudo pode ainda acontecer!...
Parabéns pelo teu talento!
Beijos
(Albino Santos)
A.S.