Blog de Carmen Lúcia

Foto de Carmen Lúcia

*Um olhar de criança*

Com olhinhos deslumbrados
capta toda a beleza...
Com um olhar prolongado
percebe a essência, a natureza...
Não se contenta em olhar;
é preciso tocar, ver, sentir a pureza
que muitos não sentem, nem vêem...

Em suas frágeis mãozinhas
uma simples florinha, singela,
muda de cor, tamanho, valor...
Enfeita o lugar, onde quer que for,
torna-se azul, amarela, furta-cor...

Criança tem nos olhos o encantamento
como ponto de partida para o pensamento.
Colhe da vida, o essencial...
Usa a sensibilidade, razão primordial!

“...a capacidade de se assombrar
diante do banal.”
(trecho de Rubem Alves)

(Carmen Lúcia)

Foto de Carmen Lúcia

"Oferendas"

Não só as manhãs
trazem oferendas...
O sol de um novo dia,
prenda que extasia...
Página que reinicia...
Esperança ...
Poesia!

Também as tardes
arrefecem os olhos...
Tecem cenários
furta-cores...
Estimulam amores
renascidos,
entardecidos...
Reacendidos pelo entardecer...
Levam a tristeza
que antes doía...
Trazem
à nostalgia
outra performance...
Poesia!

(Carmen Lúcia)

Foto de Carmen Lúcia

Uns minutos com você...

Preciso de uns minutos com você...
A sós...
Ouvir a sua voz
bem perto...
Estremecer...
Sentir seu hálito quente
a arrebatar-me o momento
e num devaneio eloqüente
pensar que faço parte de seu ser...

Preciso de uns minutos com você...
Longe do mundo...
Acima de qualquer querer...
Pôr sua mão em meu peito,
mesmo sem jeito...
Deixá-lo transparecer,
transcender...
Fazê-lo sentir meu coração
extasiado...
O frêmito de minha emoção,
desencadeado...
Amor e paixão!

Ficarei calada, hipnotizada...
Meus olhos falarão por mim;
eles sabem exatamente as palavras
que não conseguiria dizer...
Revelarão meu sentir...
Se acaso ouvir uma canção,
é minha alma a sorrir
solfejando o do, re, mi...

Apenas uns minutos com você
Será o bastante para perceber
desse meu amor, a imensidão...
E depois desse meu ato atrevido,
mesmo que não tenha entendido,
porei meus pés no chão...

(Carmen Lúcia)

Foto de Carmen Lúcia

Assalto???

Senti a arma
me ameaçar
vi-me forçada
a me entregar...
Fiz de rogada
sapateei...
e desarmada
quase gritei...
mas des amada
me segurei...
Encurralada
não quis fugir
(e nem tentei)
fingi não ver,
dissimulei
e falseei
me defender...
Até que enfim
me entreguei
a esse assalto
à mão armada
(nem precisava)
tanto cuidado
tanta cautela
ao meu teatro...

Joguei a bolsa
os meus sapatos
as minhas jóias
meus aparatos...
Me aproximei
o desarmei
cheguei bem perto
olhos nos olhos
que bem abertos
nos tontearam...
os seus sobrolhos
se levantaram...
Tirei-lhe a máscara
e o beijei...
por um segundo
o sufoquei...
Pelo ladrão
me apaixonei

Tempo passou
com ele estou
e ainda não sei
quem roubou quem...
Se foi assalto
ou atentado
(não ao pudor)
Só sei que ele
enamorado
faz-me afagos
com muito amor!

(Carmen Lúcia)

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Faxina mental

Retiro da mente
pensamentos doentes,
com os quais divago
inutilmente...
deixando-os fluir
continuamente,
seguindo seus vincos
e rastros ...

Pensamentos vagos,
dormentes...
Lesando meu corpo...
Entorpecentes...
Pensamentos vazios
e contagiantes...
Refletidos na pele
agonizante,
marcada pelo comando da mente,
que devolve
tudo o que transborda
e transcende,
vomitando
o que permanece calado,
em estado latente...

Expurgo o que me faz mal
de minha mente, de meu ser...
pensamentos irracionais
obstruindo vasos arteriais...
Lixo mental,
letal...
E retomo a vida...
Renascida!

(Carmen Lúcia)

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Causa e Efeito

Se grossas lágrimas rolaram em minhas faces
É porque ainda sentia a dor do desalento
Mostro-me como sou, livre de disfarces,
Olhar perdido a esmo, tristonho e nada vendo.

Se já não sei sorrir, prá que fingir?
Se o riso é conseqüência de uma ação coerente
De um estado d'alma, que consequëntemente,
Transmite emoções que vibram, veementes...

Se já não sei amar, que culpa tenho?
Se amar eu conjuguei e vivenciei em qualquer tempo,
Mas o gerúndio...o tiraram de meu peito
E o futuro, como efeito, já não terá mais jeito.

Agora sou robô, criado e programado...
Liga-se um botão e faço o que foi traçado,
Objeto útil, usufruto, ser mal amado,
Causa e efeito, desrespeito do vil descaso.

(Carmen Lúcia)

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Não venha me falar...

Não venha me falar do amor...
Daquele amor acabado, desabado,
que me deixou vazia,
extremamente fria...
sombria...
Descrente, carente,
beijando a solidão...

Não venha me falar das flores
que semearam dores
a germinar pelos jardins...
Inférteis, inúteis, inertes,
refletindo, ao invés de cor,
o triste retrato da dor.

Não venha me falar do tempo
que me antecipou o fim...
Que se perdeu, morreu
e me deixou assim...
olhando pela janela
o mundo se afastar de mim.

(Carmen Lúcia)

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Hoje não...

Hoje não estou;
Acabou...
Hoje não irei;
Pirei...
Hoje tô derrotada;
Acabada...
Hoje encerrou;
A porta fechou...
Hoje estou calada;
Não digo nada...
Hoje não canto;
Só desencanto...
Hoje não poetizo;
Satirizo ...
Hoje não quero;
Nem espero...
Hoje não há estrelas;
Fechei a janela...
Hoje eu choro;
Mas não imploro...
Hoje a poesia
É ironia...
Hoje não vou sorrir;
Quero partir...
Hoje preciso esquecer;
E morrer...
Hoje não;
Perdão...
Tô qui tô...

(Carmen Lúcia)

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Momento de Reflexão

Olho pela janela da alma
e meu olhar percorre meu ser...
Olhar persuasivo que não desiste de ver...
Não um olhar apressado... Mas prolongado,
a sondar e investigar
profundamente meu viver.

Um olhar clínico, a diagnosticar
o que passou, o que ficou, o que será...
O que ainda brotará
das sementes que plantei...
Das que cuidei, das que deixei pra lá...

E ao olhar pra mim mesma
navego na introspecção...
O que me aguarda
ao final da última curva,
se a visão se turva
e não posso enxergar?
Doem meus pés descalços
Correndo ao encalço
da última trilha
que tento alcançar...

Terei erguido minha habitação
firmemente alicerçada
nos pilares da retidão?
Submeti-me à compaixão,
ao amor e ao perdão?
Onde guardei meu coração?
Ouço a voz da inquisição
a indagar, feito lamento...
Onde escondi o meu tesouro
nesse exato momento?

(Carmen Lúcia)

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Ah...poeta!

(A todos os poetas!)

Ah...poeta!

Que divagas pelo mundo
desbravando almas,
a afagar feridas,
resgatando a calma,
construindo pontes
sobre os abismos
que o bem escondem...
Almas em retalhos,
salvas por atalhos,
rastros que deixastes
por onde passastes...
Como um peregrino,
homem e menino,
marcas registradas,
Fé pré destinada.

Ah...poeta!

Que constróis guaritas...
És ancoradouro que o barco abriga,
alcanças o mais íntimo,
inatingível sentimento
drenando sofrimentos,
dispersando lamentos,
irrigando pensamentos
a florir em nosso eu,
regados pelo dom
de enxergar o lado bom
da vida, do desamor, da dor...

Ah...poeta!

É tua palavra
bálsamo que alivia,
a fala de quem cala
o que está a sufocar,
ao revelar o belo,
tudo o que é sincero...
Que todo tempo é o de amar!

Poeta que canta as dores,
encanta os amores...
És das cores, o matiz...
És o sábio e o aprendiz!
Tua alma imaculada
morre e nasce a cada dia,
permanecendo imortalizada
em tua poesia!

_Carmen Lúcia_

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