Blog de Carmen Lúcia

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"Vida sem vida"

“Vida sem vida”

Por onde se perdeu a minha vida?
Em qual esquina tropecei em minha sina?
Qual derrocada me deixou tão derrotada?
Que passo em falso me atirou ao cadafalso?
Sou um fantasma que trafega com o vento;
um leve sopro e me ancoro em qualquer tempo,
se vier mais forte, meu suporte se arrebenta
e a poeira do meu rastro se incendeia,
e me abrasa, levando-me à cegueira.

Por que de mim a vida se perdeu?
Pergunta infértil que não leva a nada,
visto que a resposta sou eu...
E o silêncio que me inunda se aprofunda
na essência congelada
retratada em meu ser, que sem saber,
sem se conter, quer responder...

Poderia ter sido feliz, mas não quis.
Sem qualquer explicação, de tudo me desfiz.
Sonhos que gerei e que não busquei
ou tardiamente procurei...
E já não tinham mais razão de ser.
Amor que imortalizei, mera ilusão...
Versos que materializei, inspiração,
espatifados no mais alto patamar,
onde a poesia conjuga o verbo amar;
que desprezei, não o soube conjugar...
E não me amei, nem me deixei amar.

Sou corpo sem abrigo,
espectro sem jazigo,
alma a perambular...
Que ainda ousa a chance
da luz de um novo dia,
virar a página e resgatar a vida,
ir ao encalço da esperança perdida,
sepultar a vã filosofia,
deixar de morrer a cada dia
e a cada amanhecer
dançar a dança do saber viver.
E sobreviver...
Louvando a graça recebida!

E na próxima esquina, ainda espero,
Esbarrar-me com o novo...
Recomeçar do zero!

Carmen Lúcia

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Feliz Natal!(Para todos!)

Feliz Natal!

Ele nasce outra vez!
Como nasce o novo dia...
Trazendo belezas infindas
do universo de onde se fez.

Ele nasce outra vez!
E tantas quantas precisas forem,
trazendo consigo o amor
que talvez houvesse adormecido
ou dele tivessem se esquecido
minimizando-lhe o valor!

Ele nasce outra vez!
Semeando o bem e afastando o mal;
fertilizando o bom, conscientizando o mau...
Preenchendo lacunas escuras
onde a luz não consegue entrar.
Nasce e renasce,
com seu brilho no olhar!

Carmen Lúcia

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Rua do Imprevisível

Na Rua do Imprevisível parei...
Não era larga, nem estreita,
sem esquerda ou direita,
só começo sem fim...
Para os sonhos, perfeita!
Traçada para ser assim.

Pela Rua do Imprevisível andei...
Pensei ser feita de nuvens...flutuei
e na imensidão azul cheguei.
Estrelas cintilavam ao redor da lua
que lançava o seu prata, feito açoite,
à luz do sol...
confundindo dia e noite.

Na Rua do Imprevisível
tudo é possível...
Da dor se faz melodia
tocada ao som de violino;
da harmonia compõe-se hino
e do insensível transborda amor...

Na Rua do Imprevisível busquei...
Um olhar singelo,
um amigo sincero,
um confronto com o belo,
o sonho que tanto quero.
E mais que isso, encontrei:
a paz que me fugia,
a vida que jazia
nas calçadas da imaginação,
onde poesia e solidão
se dão as mãos.

Na Rua do Imprevisível
nada se prevê,
tudo se vê...
nada se esmorece,
tudo acontece;
nada se espera,
tudo se revela...

Não é feia, nem bela...
A magia passeia nela;
basta fechar os olhos
e caminhar por ela.

Carmen Lúcia

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Rotina

Rotina

Acordo!
Começa o dia.
O mesmo refrão:
“Que horas são?”
Apresso-me.
Abro o portão,
afago meu cão.
De novo, no ponto;
atraso do ônibus.
Que situação!
Corro à avenida.
A carona da amiga...
Que satisfação!
Chego ao meu destino,
(total desatino)
sorrio pro cão do patrão!
E ao ler o aviso:
(o mesmo de sempre)
“Seja operário-padrão!”
Eu fico contente...
A mesma impressão!
De novo a pressão:
”... e a documentação?”
Papéis,falatórios,
listas e relatórios,
salas de escritórios,
a digitação.
Organização!
E o chefe?Sem hora!
Sem preocupação!
Trabalho sem pressa,
Faço hora-extra...
Cumpro a minha função.
Salário?Demora!
Que importa, agora?
Sou operária-padrão!

Carmen Lúcia

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De poema em poema...

De poema em poema vou rasgando o meu véu
feito stripper figurada, desnudando-me ao léu ...
Desvestindo a couraça enroscada a minha pele,
agarrando-me à coragem que a esse ato impele.

De poema em poema vou gritando os meus ais...
Revelando o meu eu sem pinturas tão banais;
sem disfarces, camuflagens, mas aquela que eu sou,
que chorou por tantas vezes e o pranto sufocou.

De poema em poema quero ser, amar, sentir...
Envolver-me com a vida, ser eu mesma, não fingir;
encarar qualquer problema, resgatar a autenticidade
que ficou por trás dos tempos, quando eu era verdade.

De poema em poema, eu deslizo pelos versos
e bendigo ou maldigo os reversos e inversos...
Sou essência, transparência,
corpo e alma em comunhão;
sou carência, sou querência
e sou pura emoção!

(Carmen Lúcia)

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Resta mais o quê?

Agora...
Que desmascaramos enganos
a revirar nossos planos,
reescrevemos histórias,
antes manchadas, inglórias;
desvendamos mistérios
cruéis e austeros...
Reconstruímos castelos,
abrindo janelas
pra luz transpassar por elas
e a brisa do mar balançar as cortinas,
reconstituindo o belo
que jazia em meio às ruínas
e renasce agora
com o romper da aurora.

Agora...
que arquitetamos a alma,
aquietando-a da calma
que surge de nossa paz...
Aplanamos a terra,
facilitando o andar sobre ela.
Bendizemos o bem,
o que já foi e o que ainda vem...
Seqüestramos um sol
para nosso arrebol;
jogamos ao vento
palavras de desalento;
desatamos os nós.
Ficamos sós...
Nós...
Você e eu,
Eu e você...

Agora...
Resta mais o quê?

(Carmen Lúcia)

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À minha mestra

Queridos poetas, nesse final de semana, nossa cidade perdeu uma pessoa extremamente querida, que iluminava a todos, tanto pela sua sabedoria, quanto pela sua simplicidade. Seu carinho pelos alunos era imensurável, desde seus primeiros passos, até onde alcançassem sua visão e seu dom de semear e cultivar.
Eu tive o privilégio de ser sua aluna e agradeço a Deus por isso.

Desculpem-me pelo desabafo. Precisei fazê-lo.

"A minha mestra"

A cidade está vazia...
Solidária aos corações.
Triste e irreparável partida...
Desafio às emoções!
Cumpriu-se a lei da vida.
Um dia ela iria,
mas que não fosse agora,
que não tivesse hora,
ou ficasse para sempre
a colher os frutos
que suas mãos afagaram...Sementes!
E hoje curvam-se, em reverência,
àquela que as plantou,
àquela que as amou,
fertilizando-lhes a essência,
fortalecendo-lhes as raízes,
enaltecendo-lhes a cor e o sabor,
mostrando-lhes o verdadeiro valor!
Com seu carinho de mãe,
sabedoria ímpar
abraçada à humildade
exclusividade dos sábios,
dos que plantam pra posteridade.
Se foi...assim como veio,
com galhardia, sem alarde,
silenciosa, repleta de anseios
que irão se concretizar...se perpetuar.
Com elegância, dignidade,
gigante na figura frágil...

Hoje as letras estão mudas,
tarjou-se de preto a poesia,
as rimas...sem arrimo,
a literatura sem onde ancorar.
Agora ela semeia
pelos campos do Senhor...
A cidade ficou triste,
mas o céu se iluminou!

(Carmen Lúcia)

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Entre espinhos e pétalas...

Várias foram as estradas por onde passei
pra chegar onde cheguei.
E não vou parar...
Tenho muito que andar.
Feri meus pés em espinhos
e os esfacelei nas pedras;
também os reguei de carinhos
caminhando sobre pétalas.

Caí e me levantei.

Em tempos escuros me desviei.
Percorri outros caminhos. Desnorteei!
Retrocedi. Parei. Olhei pro chão. Desanimei.
Ergui a cabeça e abri os olhos...
Consegui vê-las!
Mostraram-me o caminho, as estrelas.

E um brilho intenso livrou-me da cegueira.

A ponte podre me levou ao fundo;
senti que ia se acabar o mundo...
Usei todas as forças, até as que me impus,
as que recriei...
E vi no fim do túnel surgir aquela luz...

Segui-a firmemente, até que me repus.

Várias foram as lutas que me derrubaram;
muitas as vitórias que me levantaram.
Planos que não deram certo,
enganos descobertos,
afetos, desafetos,
amores encobertos,
oásis no meio dos desertos...

Enfim, hoje, estou aqui.

Parei pra descansar, mas não estacionar.
A vida é como um rio;
morre se não chega ao mar,
que o espera, submisso,
abaixo de seu nível
facilitando-lhe passar.

É crer sem ver, ou desacreditar.

Durante as caminhadas
encontram-se gravadas
as grandezas da vida,
que muitas vezes
passam despercebidas.
Só quem as percebe,
mesmo sorrindo ou sofrendo,
pode bater no peito, clamando:

-Estou vivendo!

Carmen Lúcia

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Em nome do amor

Em nome do amor,
luz pra mim tardia,
eu apostei nos sonhos,
perdidos n’alma vazia.
Deixei-me en(levar) por atitudes vãs,
pensei nas emoções que traz o amanhã.

Rompi com meu decoro,
com todos meus valores,
perdi a compostura,
desafiei as dores,
esvaziei recatos, sorvi os desacatos;
de afeto em desafeto
fiz horas de loucura.

De minha vida, uma roleta russa,
exposta à própria sorte.
Tentei ousar-me à morte...
Queria que me ouvisse,
ou simplesmente visse
minhas mudanças tantas,
meu jeito de te amar!

Foi tudo em vão, bem sei...
Não há como negar.
Teus beijos noutra boca,
calaram meu sonhar...
Meus planos, amarguro,
procuro não chorar...
Foi por amor, eu juro,
que eu tentei mudar!

Carmen Lúcia

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Sol e Lua

"O Sol se pôs atrás do monte

esperando que a Lua

no céu desponte...nua!"

Carmen Lúcia

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