Recolho meus versos...
Os que despejei aos teus pés
e me devolveste o reverso,
um versejar sem alma, perverso.
Transmuto-me ao meu inverso...
Deixo de ser eu.
Sou aquela que me perdeu,
que desfez seu pacto com a lua
e o encanto esmoreceu.
E agora, sem poesia, anda nua...
Sem ter porque se inspirar,
a quem amar, onde ancorar.
Anda a esmo...
nem por si mesmo
é capaz de se edificar.
Apago as estrelas...
Seu brilho já não me diz nada.
No céu, a luz apagada
transpassa pela madrugada
varando uma manhã nublada.
Me encolho feito caracol
sem ver o sol...
só há sombra
e eu...
só.
Carmen Lúcia
Transmutação
Data de publicação:
Segunda-feira, 4 Abril, 2011 - 21:48
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Comentários
Carmen Lúcia/Anderson Poeta
Lindo...
Um belo poema, expressante e muito perfeito
palavras reais de puro sentimento
simplesmente Lindo!!
Abraços Fraternais
Anderson,