Alheio

Foto de matheus_e.reis

Tépida Tarde Sem Ocaso

Páginas alvas vitimei num abandono sereno.
Hão de momentâneas, em atos e interesses,
Deitar-se como pena.
Desígnio enleado de seu chão, lama fresca e fortuna.
Sem antecipar o sentir da experiência,
Como nos é de costume.
Alcanço-as flutuantes; intocáveis onde as deixei;
Às vezes.
Ei de ater o nascituro alheio
Da pretensão catártica do arfar.
Nas vezes.

Melopeia de dias invisíveis, Plurais da graça,
Tem me cadavérica. Tijolos, assoalho, pés e passos,
O cheiro frio do orvalho que o reboco emite;
Em tal não me permito a muito.
Pesam as mãos que consolar meus ombros.
Atento aos meus braços,
Finas cicatrizes engordam-me os pulmões
Com o ar narcóticos do orgulho do ferido;
Mas será que acidentais todos os cortes?

Raramente lavo as mãos antes de segurar uma mentira.
Está garantido o inevitável poder de errar,
Esse pássaro desbotado plainando
Sobre o furioso soldado sem balas.
Ele escapou da guerra
— O pássaro, não o homem. Nunca o homem —;
Ele chegou a cidade;
Ele adentrou o beco dos malogrados
Quando somente a escuridão
Soube lhe prometer segurança

Macambúzio o velho mendigo único.
Dentre tantos, só seus escassos olhos crus
Defrontaram a natureza ofuscante da decepção.
As sombras vencidas sussurravam elogios,
Acompanhando a incerteza do bater das asas.
A esperança padecia,
Levada pela brisa mais desinteressada;
Ainda sim sorriu. Paulatino descolou os lábios,
Estendendo fios de baba
Na dimensão vertical de sua boca;
Ergueu os pináculos das bochechas,
Quebrando as crostas de esqualidez
Que cingiam seu nariz amarrotado.
Um raio azul dentro da fuligem.

Sou molhos de momentos lacrados
Mas sempre haverá o peixe não pescado,
O livro não escrito, o romance inaudito.
Toda pessoa será uma obra inacabada,
Uma porta aberta, tépida tarde sem ocaso.

Somos o velho mendigo,
Tolhidos do último sorriso.

Foto de RenataSchwengber

Desordem.

Não tenho mais a paixão, a faísca, a dor
aquela que me inspirava em sofrer de certa maneira.
saudade daquele amor virtual,
daqueles tormentos, daquela dor verdadeira.

Agora eu tenho o efetivo, o cru, o cruel
o que vem com toalha molhada em cima da cama
o que vem com roupas sujas e cheio de drama.

Não tenho mais aquele amor perfeitinho, maquiado,
arrumado para sair num encontro rápido e descompromissado.
Agora é amor de pé no chão, roupa rasgada e cabelo molhado.

Não tenho mais aquele amor escondido, às escuras,
tão discreto, misterioso, sempre prestes a se revelar.

Tenho o amor escancarado, desmaquilado
à vista de todos e em nenhum lugar.

Tenho amor estacionado, parado,
que não avança nem regressa.
Que não vai nem vem

Não mais aquele amor movimentado, tão aguardado,
com desconhecidos tão inexplorados,
no meio de tantos e com ninguém.

Cheguei num amor passivo, inativo, resguardado
de um amor ativo, ligado e não nomeado.

Não sei pronunciar teu nome,
sai estranho, sai alheio.
Supostamente não te chamei
e quem sabe por isso tu nunca veio.

Nunca vou ter certeza, pois não sei.
Já perguntei, mas não ouvi.
O amor que tu sentia era por mim ou só por ti?

Foto de Moisés Oliveira

Sorriso alheio

Cada sorriso alheio, cada tempo pedido e tempo
perdido, me fizeram aos poucos perceber.

Você não é o fruto que um dia sonhei colher. Caiu,
passou por minhas mãos sem doer.

A chuva de erros que a vida me fez cometer, me levou
aos poucos pra outro lado, onde não posso te ter.

Só preciso de um sinal que me faça entender, mas
as vezes não o temos, quanto à isso, nada a fazer.

Me despeço e te abraço agora em um curto refrão,
por fim acaba essa nossa historia, curta mas sem solução.

Foto de Ivone Boechat

Professor

Alguém um dia se propôs a trabalhar na construção de vidas, estudou psicologia, filosofia e as melhores técnicas de comunicação. Passou dias, horas e minutos, observando o comportamento de todas as faixas etárias do ser humano.

Alguém que se percebeu vocacionado e, atendendo aos apelos do coração, inscreveu-se na batalha de frente da luta milenar contra os analfabetismos.
Alguém se especializou nas oficinas mecânicas do ser humano e candidatou-se a reformar conceitos e valores da educação mal orientada.

Alguém se inscreveu no concurso da vida, não se importando de sacrificar o próprio corpo na concorrência desleal de convênios, convenções, tratados e dissídios.

Alguém se fez alheio às dificuldades, tendo plena certeza delas, e saiu disposto a questionar leis, portarias, resoluções e regimentos. Nos desmaios da sobrevivência, impôs-se.

Alguém foi nomeado, designado, empossado para o exercício do magistério, não se perdeu no labirinto do caminho nem se assustou com o fantasma da exigência impossível. Saiu a procurar o aluno perdido, nas balas perdidas da guerra civil.

Alguém convive com a distância, com a fome, com a injustiça, com a carência e a canseira, contudo, ensina gerações a acreditar no futuro, a ter fé e não se deter.

Para um ser assim tão especial, só um nome poderia identificá-lo: PROFESSOR.

Ivone Boechat

Foto de Ivone Boechat

Professor

Alguém um dia se propôs a trabalhar na construção de vidas, estudou psicologia, filosofia e as melhores técnicas de comunicação. Passou dias, horas e minutos, observando o comportamento de todas as faixas etárias do ser humano.

Alguém que se percebeu vocacionado e, atendendo aos apelos do coração, inscreveu-se na batalha de frente da luta milenar contra os analfabetismos.
Alguém se especializou nas oficinas mecânicas do ser humano e candidatou-se a reformar conceitos e valores da educação mal orientada.

Alguém se inscreveu no concurso da vida, não se importando de sacrificar o próprio corpo na concorrência desleal de convênios, convenções, tratados e dissídios.

Alguém se fez alheio às dificuldades, tendo plena certeza delas, e saiu disposto a questionar leis, portarias, resoluções e regimentos. Nos desmaios da sobrevivência, impôs-se.

Alguém foi nomeado, designado, empossado para o exercício do magistério, não se perdeu no labirinto do caminho nem se assustou com o fantasma da exigência impossível. Saiu a procurar o aluno perdido, nas balas perdidas da guerra civil.

Alguém convive com a distância, com a fome, com a injustiça, com a carência e a canseira, contudo, ensina gerações a acreditar no futuro, a ter fé e não se deter.

Para um ser assim tão especial, só um nome poderia identificá-lo: PROFESSOR.

Foto de Carmen Lúcia

O amor que amo

O amor que amo renasce a cada dia
e cada vez mais forte irrompe com as manhãs,
janelas escancaradas para novos tempos
em festa, onde o livre-arbítrio é anfitrião
e a liberdade pousa livre de mão em mão.

O amor que amo desconhece mágoa,
se doa, perdoa, alma despojada,
sorri a alegria do sorriso franco,
flutua na água tranquila do remanso,
me banha em sua doce indolência
amenizando, da lida, meu cansaço.

O amor que amo é território santo;
compilação da liturgia, do sagrado, da homilia,
onde o profano se abriga em seu manto
que agasalha gregos e troianos.

O amor que amo é descanso
e ao mesmo tempo avanço...
Leva-me a alcançar a paz,
resgata-a do longínquo,
a traz para bem perto,
aqui dentro de mim
pra não se perder jamais.

O amor que amo me aproxima do distante,
tanto bem cambaleante
disperso em sua resistência,
alheio a mudanças, relutante.
Soma que faria a diferença.

O amor que amo é assim;
de tudo, mais um pouco...
Amor que amo e não tem fim.

_Carmen Lúcia_

Foto de carlosmustang

PODER

Um beijo pela manhã, Um beijo
E a vida boa começa assim
Nunca vai acabar o amor de viver
Viagem eterna em existir

E o progresso segue, mas nada de evoluir
A vida é boa pra quem sabe viver
Cheiro de ignorantes mortos me da nauseas
A vida poderia ser mais breve

Moscas vivem pouco e não tiram sangue
Bichos esforçam mais e não se matam
Se amam mais em condições estremas

Ser feliz e se pegar sorriso alheio
É ser amado sem poder e dinheiro
Bondade amor Verdadeiro!

Foto de Carmen Lúcia

Pensamento navegante

Navega, pensamento,
cruza os mares,
enfrenta as marés,
acalma a turbulência,
germina os ares
da mais pura essência.
Desperta os sonhos
que geram resplandecência.

Junta-te a eles, percorre a luz
inebria-te da luminosidade.
Perde-te nesse clarão,
fecunda-te de significados,
percorre o infinito
alheio ao sol eclipsado,
ignora a escuridão.
Cresce seguindo sempre
a melhor direção.

Navega, pensamento,
não temas as calmarias.
Insiste em teu intento
mesmo que não haja vento,
ainda que na contramão do tempo.
Iça as velas do teu barco
vive esse momento
peregrino bardo.

És livre, podes seguir em frente,
alcança o teu desejo,
tu, que podes navegar,
busca o teu ensejo,
realiza os sonhos
que eu sempre quis realizar...

Vai, adentra as brumas do oceano,
desvenda-lhe os mistérios,
arranca-lhe os panos,
envereda-te em seus encantos
reais e surreais,
constrói os teus castelos,
povoa-os de ideais
e volta para me buscar.

_Carmen Lúcia_

Foto de carlosmustang

CONSTANTES

Bom demais olhar o próximo trem
Aquele que me há de transportar
Sem antigas e novas bagagens!
E eu levando só meus desaforo...

...Nessa porcaria não entra...

Meu amor já tá aqui
Eu, eu, eu....
Isso pode acontecer com todo mundo
Não é absurdo,é tão liso e instável

Nesse chão tá fácil deslizar
Em toda estrada, vulnerável amar
Torna-me achicado e dançante assim...

Eu faço meu desejo(sem incomodar meu alheio)
Se tiver algum coisa ruim que me desatine
Matem canalha! Sou á Evoluir...

Foto de carlosmustang

Constrição

Eu espero algum amigo
Que lute comigo
Pela liberdade, deixa eu falar filha da puta ladrao!...
Eu clamo por um amigo

Sou imbecil, ao ordenar
Amigo nao obedece, só rasteja
Ao sentimento do amigo, humilha
Amigo chora pelo amigo

Acorda velho torto
Sua dama ta em perigo
Levanta e anda,

Afasta o amigo do alheio
E deixa ele sem voz
Mudos em castelos, pior

Amigo é perfeito
Fundamentos estilhoes
Amigos ao sempre

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