Quando a minha vida terminar...
Quando meus olhos, cansados e embaciados se fecharem
Que sejas tu meu amor com tuas mãos, que os encerres
Não vertas alguma lágrima, mas sim te alegra, festeja
Pois minha hora é de chegada, de renascimento e libertação...
Daqui meu amor, eu levo as recordações e sensações
Levo o nosso amor, nossos momentos e partilhas
Tuas palavras, tuas promessas que quero cumpridas
Ficarei aguardando por ti na outra margem....
Aqui eu levo meus amigos que foram flores perfumadas
Que alegraram meu lindo caminhar, apoiando e dando força
Aqui eu largo aqueles que menos gostaram de mim, os inimigos
Que eu agradeço com alegria por terem feito superar meus caminhos...
Largo a luz que se extingue, para dar lugar a outra mais forte
Levo na minha mala, todos os pesos e medidas do meu merecimento
Deixo a escuridão da minha falta de coragem e julgamentos errados
Para aprofundar meu corpo na terra fria e deixar se transformar...
Deixo minhas filhas, meus descendentes, uma vida corrida
Uma vida preenchida, um estudo permanente e incansável
Daquilo que quero levar, desposo de todos os bens da terra
Que fazem sentir pesada, enjoada e perversa em sentimentos...
Faço um balanço da minha saída, embarco no trem das sete colinas
Olhando para cada momento vivido e cheio de historias e recordações
Na minha bagagem de mão nada levo a não ser o peso das aprendizagens
Não, eu não quero voltar a cometer novamente os erros e tornar a voltar...
O trem já apita, apressado, vejo uma nevoa, um brilho intenso
Quero embarcar, quero soltar amarras e poder somente sonhar
Que meu descanso, minha recompensa esta para breve e chegar
Vejo Deus me confortando e aquietando e então eu adormeço...