Escravidão!
Era livre como um pássaro
Voava pelo espaço e sonhava
Era virgem, era criança
Apenas! Um conto de fadas...
Alguém me acorrentou
Amordaçou, despiu-me
Tirou tudo de mim
Fiquei nua até na alma...
Minha alma já é mulher!
Meu ser pariu uma criança
A noite despertou no dia
Em mais um dia, acorrentada...
Eu ali, desnudada, confusa
Entregando-me aos desvarios
Do meu dono, da minha prisão
Com os meus lábios selados...
Descobri mundos, sentimentos
Viajei pelos céus, vi estrelas
Comi os melhores manjares
Cobriram-me de puro prazer...
Eu, ali escrava, amordaçada
Querendo ir de encontro
A minha alforria, libertação
Erro meu, minha alma foi selada...
Já não era nada sem o meu dono
Não sabia caminhar, nem viver
Apenas sabia o seu nome, Amor
O Amor! O meu senhor e dono...
Então juntos de mãos dadas
Segredando, conspirando, rindo
Fomos de encontro a ti, no silêncio
E delicadamente, eu te aprisionei...
E agora meu amor! Que fazemos?
Somos escravos, estamos presos
Não somos donos do nosso coração
Pois o amor o roubou e nos aprisionou!
Betimartins