Blog de Arnault L. D.

Foto de Arnault L. D.

Grito

Estou sendo massacrado
sem conseguir me reconhecer
todos os dias torturado
andejo a solidão do anoitecer
lá me escondo do enfado
dos que amo a me enlouquecer

Apenas criticas e reclamação
corrompem a cada hora
em que me cobram a exaustão
meu descanso é arrastar toras
nesta lama ardo em combustão
afogo e a obrigação me âncora

Não gosto mais do que gosto
não encontro mais minha paz
não quero nada ou aposto
não quero ganhar, nada apraz
não vivo, vegeto e desgosto
não há futuro só resta o atrás

Socorro! Piedade! Por dó...
Se de ninguém ao menos Deus.
Eu nem mais sou, resulto em pó
virei um resto, menos que adeus
minhas linhas são tortas em nó
escreva Ele os caprichos seus.

Preciso calar antes que erre
ou antes que a Deus blasfeme
antes que o verbo se encerre
por mais que não haja leme
mas o grito, grita: Berre!
Que esse urrar alivio de-me.

Foto de Arnault L. D.

Vênus

Não houve forma de evitar
o amor a tornar em perfeição
não pude blindar meu coração
de grafar indelével tatuar

Fôra mulher, agora é musa
não posso compara-la a nada
está além, como a fada
entender já nem se usa

Se longe seu nome é saudade
e o deserto é tudo que vejo
ao lembrar, seu nome é desejo
se aqui fosse, felicidade...

A vejo com os olhos d'amor
só a enxergo tal divindade
toda prazer, olhos de jade
pele de pétala, rosa é a cor

Nela sou embrigado, sinto
que será única na vida
e mesmo que ela se ida
persisto dopado, não minto.

Sei, a amarei até o fim
aquela feita deusa-mulher
para sempre e haja o que houver
serei seu, e serás em mim...

Foto de Arnault L. D.

Pelo que sempre teremos ( um poema de Natal )

Noite de Natal e lagrimas vem
pelos antigos Natais e lembranças
dos sabores e brilhos, nuanças
de saudade e nostalgia além

Meu coração se aperta e nem sei
por que chora, não distinguo o que sinto
se por canções de tempos extintos
das madrugadas que lembrei

Canções de Natal me fazem chorar
como as de amor, lagrimas de ternura
lagrimas do acabado que ainda perdura
da famiília reunida a festejar...

Pelos doces e presentes a correria
e dos corações de chama eterna
que habitavam a festa, e à externa
fogos a iluminar o noite que via

Mas, é Natal e de novo cantaremos
e rezaremos por amor e paz
e entre abraços direi ao futuro e ao atrás
feliz Natal pelo que sempre teremos

Foto de Arnault L. D.

O recado do morto

Quando uma vida se acaba
a quem fica faz-se pausa
como a esperar a resposta
E nossa mesquinhez desaba
na certeza que a morte causa:
Viva rápido o que gosta!

No amanhã nada prenda,
é ancorar um návio no ar
Faça-o, mas não se ancore
Quem sabe onde acaba a senda?
Ninguém sabe até onde irá andar
então ame, sonhe, chore...

O relógio o tempo não volta
só os ponteiros memória irreal
ele ignora e continua.
Não conte, do tic-tac solta,
seja humano e viva o real
é o que tem da verdade nua

Faça o melhor que puder
e não se deixe vampirizar
valores de um mundo torto,
no que os outros vão dizer.
Seja-se, para não precisar
do recado de algum morto

Foto de Arnault L. D.

E o amor perdeu

Eu sei, que nosso amor não mais é
Mas, o que sinto é todo teu
ele é Cupido e o racíocinio ateu
do nosso romance não criou fé

Ebenezer eu esteja errado
que nunca mais me queira
pois me empurraste da beira
de um limbo, triste como fado

E que num revés não reflita
a ponderar os talvez da vida
quando da certeza estiver despida
da opção presa a boca e nunca dita

Queimei a ponte e afundei o navio
me desfiz da bússola e harpa
és em meu peito uma farpa
cravada a sangrar-me ao vazio

E agora d'onde não sei voltar
só espera que Deus te proteja
que o que tens seja o que deseja
mas se for eu, só resta chorar.

Foto de Arnault L. D.

Lua escura

Volta à esta noite escura,
dá-me tua luz e brancura
Lua, da tua pele clara,
a caricia mais pura.

Torna a este véu, reflora,
dá fim a esta névoa triste,
que em mim a algum tempo mora.
Desde que partiste...

Volta à esta noite escura,
dura até o nascer da aurora.
Ouça, te suplica e chora
minha lágrima mais dura.

Vem com seu beijo frio
gelar ao sangue que estanca
nestas horas de estio.
a razão vem me arranca!

Se não vens, pois, me leva...
Me tome a sanidade,
leva-me a humanidade,
como um animal da treva.

Leve de mim, me rasgue,
rompe-me, como a nuvem
com o seu brilho, esmague
essa cegueira e vem...

Lua, ouve meu uivo,
longo e negro lamento
junto aos cães sarnentos.
Lua, quero ser teu noivo...

Vamos nos casar na aurora,
antes que o sol desponte
e ao raiar à prima hora
perder-se no horizonte.

E assim, distante:
Fim.

Foto de Arnault L. D.

Passarinha

Soltei as mãos e ela partiu,
abriu asas e subiu, sumiu.
Mesmo assim, pouco parei,
apostei, perdi, não hesitei.

Era um risco, mas, sou assim.
Não nasci para gaiola, ou selim,
correia, ou tranca, confim...

É. paguei o preço caro e mora,
ver a avezinha ir-se afora
e constatar que foi embora.

Assim ela se foi, liberta.
ela se pertence e a altura incerta,
não a mim, não a minh'alma aberta.

Sou de signo de ar...
Então, entendo do ser de voar.
Quiz sustentar as asas, leveza a pairar;

mas, ela voou para um azul alheio,
mais que abarco de horizonte e esteio,
um céu distante e sem freio.

Mas, quando suspeito... um gorjear,
ainda me pego olhando para cima,
a vasculhar, esperar, esperar,
ver a avezinha voltar.

Foto de Arnault L. D.

Para sempre

Vagando a dias perdido
sem água, mapa ou comida
Sol e areia escaldante
aos poucos a ser consumido
lentamente a perder a vida
deserto, o "Inferno de Dante"
O desista a sussurrar ao olvido

Se arrasta a buscar abrigo
enquanto o tempo se esgota
enquanto a pele se queima
o horizonte tremula qual trigo
aos poucos a mente lhe embota
descansar é por perigo

Foi quando ao longe avistou
ao seu socorro correndo
aquela que desejava encontrar
oasis, e seu coração chorou
e tanta água bebendo
escorrendo, a carne a esfriar
e para sempre ali ficou

Lua minguante, nova e cheia
se passaram a encontrar
um corpo esquecida à paisagem
seco, só, sem vida na veia
Mas, no rosto um sorriso a guardar
para sempre, enfim pela miragem
Feliz, sem fim, ali na areia

Foto de Arnault L. D.

Irmãos em poesia

O poema pode ser dito inédito,
mas, não se engane, ele não é novo.
Os temas são os mesmos a todo povo
e não há páginas para tanto crédito.

Tudo que falei, a muito foi dito,
do hieróglifo na pedra, ao computador.
Desde lá o amor rimou com flor e dor;
no salmo do santo, ao sabá do maldito...

A lágrima a muito tempo já molhou
e as juras, algumas foram cumpridas,
cartas chegaram e extraviaram não lidas,
qual aquele velho e-mail que enviou.

Penso onde estará o outro poeta,
que me emprestou aquele mesmo tema.
E que viveu a mesma cina e dilema
de tentar transpor o que a pele afeta.

Deve ter sido apaixonado e sonhador,
em seu tempo total contemporâneo.
Diferente de mim, de ar subterrâneo,
deslocado, antiquado, apaixonado sonhador...

Me pergunto, como igual ser diferente?
A mesma palavra noutra boca, um embuste.
Tantas milhas e cada luz em seu poste,
iguais em tudo e o todo é diferente.

Não compreendo onde está a poesia,
sei que se repete, mas não em palavras,
embora o peito saiba onde estão as lavras
não me revela, talvez n'alma seria...

Paralela parceria de futuro e nostalgia
dos poetas que não se sabem irmãos,
mas, que nas linhas sinuosas de suas mãos
“Escreveu” versos que o mútuo plagia.

Foto de Arnault L. D.

O perfume do bolo

Chego em casa e logo na porta, áh... que aroma
bolo quentinho, abro a porta e ... nada.
Cheguei tarde, alguém já o comera
só restou o aroma, constato: Quase..., por pouco.
Essa é uma história comum para quem procura
estar a quase..., um triz..., a um passo atrás
e aí vem a chateação: "Poxa! Logo comigo?"
Mas, o perfume ainda esta alí, implacável.

Será que você não sentiu o perfume do bolo
naquela perseguição as metas,
da prova, da rosa, do emprego, da hora, da verdade?
Naquela vontade de saborear o que já se previa,
mas, que deixou só a fome a salivar...
É certo. Mas não deixe apagar a lembrança
para que na proximas portas anteveja ao abrir
o perfume do bolo.

E sabe, deve ter quem inveja... reconhecer, foi por provar.
Tem gente que siquer lembra, esqueceu, ou nem sente
Creia, uma porta há de ser aberta na hora certa
e o que importa é sempre acreditar no perfume do bolo.

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