O amor escrito não tem pressa,
se desprende de sua fonte.
O seu sentir em nada cessa,
cristalizado à cada que conte.
Talvez, secas as flores e as vidas,
que as linhas suspendem ao presente.
O amor nelas todas contidas,
de um coração, talvez, já ausente...
Espera nas gavetas, cadernos,
na memória, mas diluindo na idade...
No escrever, talvez, o Deus eterno
sopra um pouco Sua eternidade...
A urgência da palavra dita,
da boca, que deseja e inflamo.
Sonha o perene da tinta escrita
que tal veia sangrando derramo.
Pois, além de mim ainda será,
amor, latente à cada novo olhar.
Por cada vez que outro a lerá,
junto ao novo amor, tornarei a amar.