Blog de Allan Dayvidson

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NOVAS AMARRAS

"Às vezes, tudo que precisamos não é acertar, mas cometer erros novos..."

NOVAS AMARRAS
Por Allan Dayvidson

Perto demais para enxergar,
tudo que vejo são borrões familiares.
Pareço voltar ao mesmo lugar
enquanto os anos passam aos milhares.

Não posso continuar preso aos mesmos círculos,
encarcerado em uma vida que não me pertence.

Estou sempre sob o mesmo céu,
aquele do qual a queda é inevitável,
aquele onde as estrelas não dizem nada,
e a disposição das nuvens é sempre estável.

Não posso continuar chorando as mesmas lágrimas,
implorando para ser nocauteado de vez.

Não quero passar por tudo isso novamente.
Não quero colocar meus pés sobre velhas pegadas.
Não irá acontecer como sempre aconteceu.
É o momento de quebrar os velhos padrões da estrada

Da próxima vez, serei surpreendido
por novas feridas para tratar
e novas amarras em minhas ataduras.

Da próxima vez, serei destemido
e não apenas indolente ao lutar.
Mas não usarei armaduras.

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IMPERFEIÇÕES

"Não era para ser um poema sobre algo do presente. Gosto de escrever sobre experiências passadas como uma tentativa de elaborá-las melhor, sobretudo, aquelas sobre as quai eu não tinha condições de formular um raciocínio qualquer no momento em que ocorriam. Esse poema era um desses... Não era para ser sobre o presente..."

IMPERFEIÇÕES
Por Allan Dayvidson

Você faz vigília em minha mente
enquanto sou despedaçado pelo dia-a-dia.
Perco-me deliberadamente
agarrado à lembrança da sua companhia.

Não sei aonde isso vai me levar,
mas sei bem o que me manteve de pé
e não tenho intenção de me resignar
a viver de joelhos novamente

Sei que isso é só medo dos acasos
como uma semente que veio à vida em vasos
e agora é uma árvore fincada em campo aberto.
Estou despreparado e destinado a um futuro incerto.

Ensine o mundo a me tratar
como você trata.
Faço-o acreditar
que valho todo o esforço
e que mereço todas as chances
para mostrar tudo o que posso.
Ensine o mundo a me amar
como você ama.

O que deve estar passando em sua mente?
Queria tanto que houvesse espaço para mim em sua vida
e não ver você se perder desesperadamente
pensando em como me proteger da próxima ferida.

Precisa ser assim.
Viver está intimamente ligado a estar exposto.
Mas, não se preocupe,
pois entre seus braços sempre encontrarei meu posto.

Sei que isso é só medo do lado de fora,
sou só eu sendo trazido de volta para o agora.
E o agora traz tantas novas lições.
A ignorância só abastece minhas limitações.

Ensine o mundo a me olhar
como você olha.
Faço-o acreditar
que sou um evento raro,
que sou o único de minha espécie,
um breve e reluzente disparo.
Ensine o mundo a me amar
como você ama.

(Se, ao menos, o mundo aprendesse...)

Não é nada fácil carregar meu coração de novo.
Não é nada fácil seguir sem me perder.
Mas preciso lidar com imperfeições
e aceitar incompletudes.
Não dá para esperar o mundo aprender.
Preciso amar a vida como amo você.

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MEUS POEMAS, SEUS POEMAS

"Por que começamos a escrever poemas? As pessoas que conheço começaram por escrever poemas sobre alguém em especial. Já escrevi um zilhão de poemas, escrevi tantos, das mais variadas formas e sobre diversos temas. Recentemente, olhei para trás numa tentativa de perceber de modo geral o que tenho escrito. Percebi diversas coisas que já sabia a respeito da forma (repetições propositais, vocabulário um tanto quanto simplório, nenhuma grande regra a respeito das rimas etc.), mas a coisa mais incrível que percebi é que de alguma forma o que me move, direta ou indiretamente, a escrever ainda é aquela mesma pessoa por quem escrevi o primeiro..."

MEUS POEMAS, SEUS POEMAS
Por Allan Dayvidson

Escrevi quase tudo.
Fiz o melhor que pude.
Escrevi como quem se despe
sem o mínimo de pudor

Pequenas confissões,
grandes constrangimentos.
Experimentei todas as palavras
para mantê-las sempre a meu dispor.

Desde poemas sobre gratidão
até os sobre rancores fúteis,
parece que, toda vez, os meus sentimentos
esbarram no amor.

Então, prepare-se...
Prepare-se para mais este.
Leia cada verso
e verá um nada brilhante escritor.
Mas fique com este poema
e com meu amor...

Já escrevi tanto sobre mim,
Mas, hoje, entendo que, seja o que for,
no fim das contas, é sempre sobre mim
e nisso sou realmente o melhor.

Mas existe um fim?
Um dia, não haverá mais o que dizer?
Ou sempre haverá poemas irradiando sobre papel
como se eu já os conhecesse de cor?

Então, tome este!
Leve-o embora com você
Enquanto ainda há alguns
guardados dentro deste pobre autor.
Apenas fique com este poema
e com meu amor.

Eu não o mudaria em nada, ainda que pudesse.
Não colocaria a precaução entre o “ser” e o “escrever”.
Eu só queria muito que você entendesse
que escrever sobre mim é falar de você.

Meus poemas são meus,
mas um pouco seus
porque são sempre por você...
ou para você.
Então, fique com este poema
e com meu amor...

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A CHANCE

"Eis o poema de um medroso... Começar (seja o que for) é sempre motivo de medos e expectativas. Mais ainda quando há um histórico de fracassos retumbantes. No entanto, este poema fala não só sobre medo, mas também sobre aceitação (sobretudo auto-aceitação), sobre uma relação mais plena e direta entre mim e qualquer outra pessoa, sem ideais como intermediários. Apenas eu fazendo o melhor que posso..."

CHANCE
Por Allan Dayvidson

Ele faz besteira o tempo todo;
vive perdido de tantos modos;
chama de lar um apertado cômodo;
costuma esquecer-se dos bons modos.

Perde o ônibus, perde chaves,
perde tempo com pequenos entraves;
está sempre atrasado.

Perde tantas coisas que está se acostumando
e quase acreditando
que nasceu para ser deixado.

Então, por favor, não desista antes
de descobrir que ele pode ser fascinante.
Não perca a chance de simplesmente amá-lo pelo que é.

Desmedido;
deslocado;
inseguro; impuro; inadequado.
Indeciso;
impreciso;
desajeitado; motivo de risos.

Tão complicado, demasiadamente preocupado
com cada fragmento;
tão longe de apenas viver o momento.

Exaustivo, mas assustadoramente criativo
enquanto vasculha por motivos
para temer seus legítimos sentimentos.

Mas, por favor, não desista antes
de perceber que ele é realmente brilhante.
Não perca a chance de simplesmente amá-lo...

Nada que for dito fará com que você tente.
Não há algo ali que possa servir de enfeite.
É só ele fazendo o melhor que pode,
nada de argumentos ou últimas considerações.

Revire todas as coisas procurando uma razão
e não achará algo, realmente, convincente...
Sempre tentando, tentando e tentando...
Mas não consegue...
Por que ele não consegue?
Por que nunca consegue?

(Por que não consigo?...)

Mas, por favor, não desista antes
que ele consiga provar que pode ser um diamante
Por favor, não desista!
Por favor...
não perca a chance de me amar pelo que sou.

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SEUS ÓCULOS SOBRE A MESA

"Muitas vezes, colocamos o rancor entre nós e uma lembrança e, de repente, esquecemos a importância que uma experiência teve em nossas vida. Esquecemos, mas basta tirarmos este rancor da frente e voltamos a lembrar e, de alguma forma, nos libertamos..."

SEUS ÓCULOS SOBRE A MESA
Por Allan Dayvidson

Lembrei...
que éramos genuinamente inacreditáveis
e que seus atos eram simples e sensíveis.
Lembrei que inventei você num pedaço de papel
como um desabafo sobre desejos impossíveis.

Lembrei de nossa amizade
e de nossas conversas, brainstorms.
Lembrei de nossa eqüidade.

Odeio pensar em como perdemos tudo isso.
Entre nós: meus medos infantis
e seus compromissos.
Quando convidamos o mundo a entrar e dizer
que simplesmente era o fim?

Lembrei de nossas pequenas vitórias,
da sua gaita,
das lições de física;
de sua boa memória e seu amor pela música.

Lembrei de seus óculos sobre a mesa,
e seus olhos permaneciam em mim.
Poderia até jurar que me enxergava com total clareza.

Odeio pensar em quando deixou de me olhar,
quando eu não soube o que fazer,
como lutar;
quando não soube como me agarrar às palavras e dizer
que, para mim, não era o fim.

Nada se compara ao que fomos.
A lembrança de você é o que, de fato, amo.
Mas portas foram abertas
e acho que não mais voltarão
a
se
fechar.

Que eu encontre alguém como você...
como a parte que você decidiu apenas esquecer.
Mas não se esqueça de mim, por favor,
porque cometo o atrevimento de dizer
que apesar da água em meus olhos,
de alguma forma, ainda enxergo você.

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PRETENDENTE

Pretendente,
você me faz rir só por diversão,
você é um evento sem precedentes
e eu sou um passado cheio de pontas soltas,
então, não se preocupe tanto se perco o fôlego enquanto falo, falo e falo demais.

Surpreendente,
um pedido, meu segredo.
Cruzo os dedos, mas tenho medo de que seja só uma fase,
porque...
você me leva a fazer as pazes com o mundo todo,
pois, aqui, não preciso perder tempo com nada mais.

E se eu disser...
que gosto mesmo de você?
Por que não gostaria?
E eu poderia simplesmente te ouvir por horas.
Cedo ou tarde, você pergunta sobre meu dia.

Inocente,
mas sabe tantas coisas
que não imaginei que existissem.
Mas, sim, elas existem
e estão bem aqui
ao alcance das mãos.
Tenho a sensação que é só o começo, uma pequena parte.

Não sei muita coisa sobre você.
Tudo o que posso dizer é simplesmente: "fique à vontade".

Atrevo-me a dizer...
que gosto mesmo de você.
Por que não gostaria?
Eu poderia simplesmente te ouvir por horas.
Não demora e você pergunta sobre meu dia.

Digamos que não poderia estar sendo melhor!

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DEMAIS

Quero ser abundante,
À beira do inesgotável;
Quero viver ofegante,
Mas sempre incansável;
Quero ser corajoso
E correr riscos de verdade;
Ser uma razão para encarar esse tráfego;
Quero ser tudo nessa cidade.

Quero que tentem me segurar com as duas mãos,
Mas nunca realmente consigam;
Quero ver olhos famintos por me conhecer;
Quero mesmo que digam...

...que eu sou um pedaço do horizonte,
Parte de um esquema maior,
Uma carta na manga da sorte,
Que sou quase o bastante,
Que sou a água que afoga meus olhos
E sou dono de minha própria fonte.

Sempre e sempre
Mais e mais

Quero ser imprevisível,
Impressionar o impossível,
Derrotar o improvável
E me tornar inevitável;
Quero chorar um oceano
E inundar um mundo inteiro com novos planos;
Quero ser exagero e desespero;
Quero meu coração sendo lançado para fora do peito!

Por que ainda me oferece tão pouco?
Quero valer seu grito rouco,
Eu sei que você consegue!
Prossiga!
Por favor, diga!

Que eu sou um pedaço do horizonte,
Parte de um plano maior,
Um legítimo golpe de sorte,
Diga que sou o bastante.
Diga que sou água em seus olhos
E que é amor, o que jorra desta fonte.

Sempre e sempre
Querendo sempre demais.
Sempre mais.

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INEQUAÇÃO

Mais ou menos três anos
dividindo em duas, uma bela história.
Um para refazer planos
e dois para construir memórias próprias.

Faz tanto tempo...

Dezenas de poemas,
uma carta não entregue,
dois e um problema,
uma ponta de frustração (embora eu negue).

Estou contando os dias para nosso reencontro,
para lembrar onde comecei.
Estive contabilizando cada ponto
e descobri o quanto ganhei.

Ah! Tanto tempo...

Um segredo de nós dois
construído na inequação que é viver.
Dois antes... um depois.
Sete, o número de vezes em que me apaixonei por você.

Eu + três corações,
um que só pulsava pela platéia,
o outro já tinha suas próprias canções,
mas o seu...
o seu era minha estréia.

Estou contando os segundos para te rever
e para te dizer que estou bem.
O que me vem à mente são coisas sobre você
e todos estes números também.

... e faz tanto tempo...

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MINHA MÚSICA

Confudi todos aqueles sons
com uma música que ouvi.
Parece que sou muito bom
em apreciar canções que não são para mim.

(Não peça desculpas por eu não ser feito para você...)

Sempre no lugar errado
e nunca a tempo de me defender.
Não tenho medo algum de errar...
só de nunca acertar.

(Já havia desculpado você muito antes de eu perceber,
só falta a perdoar a mim mesmo)

Se tenho algum medo, é de você.
Se tenho alguma esperança, devo sobreviver.
Então, não toque mais aquela música e me deixe esquecer.

Não há nada
além de mim, de você e da verdade.
Mas, no verso acima,
um de nós, com certeza, não cabe.

(Mas agora só tenho forças para lutas que posso ganhar...)

Mas já perdi antes do primeiro round
porque, aonde quer que eu ande,
essa canção parecerá minha até o sangue...

E você tocou o piano como se fosse sua maior apresentação,
eu poderia jurar que aquele som era meu.
Só que mal consigo me ouvir, quanto mais outro coração,
mas poderia jurar ter me ouvido no seu.

Se você silencia, eu também.
Se hesito, é para meu próprio bem.
Só queria que você não tocasse essa música para mais ninguém.

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EXTRA-OFICIAL

Sem palavras,
Você valeu cada lágrima.
Só doi, às vezes, quando não sorrio.
Sem corações partidos,
Só estrelas familiares para nos guiar
em nossos territórios desconhecidos.

Apenas eu,
andando distraído pelo centro da cidade.
Basta inspirar
e distingo seu cheiro em meio a poluição.
Enquanto você salva algum mundo,
seu coração ainda pulsa sobre o meu
num abraço tão conhecido.

Às vezes, foragido,
me sinto meio perdido
em meu próprio território,
dando uma volta, buscando meu lugar.
Você mal me mostra como e já estou lá!
Você é um insight à prova de medos
me levando através do desconhecido.

Mais um dia
e você deve estar fazendo agora
algo de grande relevância.
Não entendo como continua
dedicando a mim tanta importância.
Coloque meus óculos inocentes
e veja seu heroísmo extra-oficial.

Ninguém liga, ninguém está lá.
Mas as lembranças de você
me colocam em meu território.
Dando uma volta, buscando meu lugar,
eu mal pisco os olhos e já estou lá.
Você é a conexão à prova de escalas,
criando atalhos entre mim e o desconhecido.

Você não é meu pilar de sustentação,
É meu lembrete de que sou inteiro.
Não é meu corbertor,
É meu livro de cabeceira.
Não é a minha voz,
É o que canto sob o chuveiro.
Não é o trem na estação,
É um belo cartão postal especial:
"Eu vou sentir sua falta"

Olhei para onde estamos e aonde iremos.
Percebi que nunca estaremos longe.

Em meu próprio território,
dando uma volta, buscando meu lugar.
Por que não me contou que já estamos lá?
Você é o laço à prova de distância.
Uma ligação com o desconhecido.
O mais próximo do meu território é você.

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