"Por que começamos a escrever poemas? As pessoas que conheço começaram por escrever poemas sobre alguém em especial. Já escrevi um zilhão de poemas, escrevi tantos, das mais variadas formas e sobre diversos temas. Recentemente, olhei para trás numa tentativa de perceber de modo geral o que tenho escrito. Percebi diversas coisas que já sabia a respeito da forma (repetições propositais, vocabulário um tanto quanto simplório, nenhuma grande regra a respeito das rimas etc.), mas a coisa mais incrível que percebi é que de alguma forma o que me move, direta ou indiretamente, a escrever ainda é aquela mesma pessoa por quem escrevi o primeiro..."
MEUS POEMAS, SEUS POEMAS
Por Allan Dayvidson
Escrevi quase tudo.
Fiz o melhor que pude.
Escrevi como quem se despe
sem o mínimo de pudor
Pequenas confissões,
grandes constrangimentos.
Experimentei todas as palavras
para mantê-las sempre a meu dispor.
Desde poemas sobre gratidão
até os sobre rancores fúteis,
parece que, toda vez, os meus sentimentos
esbarram no amor.
Então, prepare-se...
Prepare-se para mais este.
Leia cada verso
e verá um nada brilhante escritor.
Mas fique com este poema
e com meu amor...
Já escrevi tanto sobre mim,
Mas, hoje, entendo que, seja o que for,
no fim das contas, é sempre sobre mim
e nisso sou realmente o melhor.
Mas existe um fim?
Um dia, não haverá mais o que dizer?
Ou sempre haverá poemas irradiando sobre papel
como se eu já os conhecesse de cor?
Então, tome este!
Leve-o embora com você
Enquanto ainda há alguns
guardados dentro deste pobre autor.
Apenas fique com este poema
e com meu amor.
Eu não o mudaria em nada, ainda que pudesse.
Não colocaria a precaução entre o “ser” e o “escrever”.
Eu só queria muito que você entendesse
que escrever sobre mim é falar de você.
Meus poemas são meus,
mas um pouco seus
porque são sempre por você...
ou para você.
Então, fique com este poema
e com meu amor...