"O último poema da coleção POEMAS EXPERIMENTAIS fala sobre minha trajetória errante e a expansão de minhas concepções..."
E as cores não parecem ser bem vindas,
porque cinza é o concreto.
Mesmo a cor de seus olhos sendo linda,
estamos em branco e preto.
Já não vemos mais nada
e o mundo permanece sob a máscara desbotada e confortável...
Mas dê uma boa olhada em mim...
porque hoje eu estou aqui.... de vermelho carmesim.
CARMESIM
=Allan Dayvidson=
Ainda insistindo em fazer tudo por conta própria,
mas a vida parece um enigma cheio de soluções provisórias.
O que teria sido de mim sem o descuido
de permanecer naquele abraço mais um segundo?
Sempre forasteiro e fora do molde, eu vim de outra história
onde aprendi que as mudanças do clima fundamentam as memórias.
O que teria sido de mim sem essa curiosidade
pelo desenrolar de mais uma tempestade?
O céu muda de cor agora, enquanto as nuvens o devoram
e o horizonte me apavora...mas não pretendo me abrigar
Vejo o azul desabar, sinto a chuva começar a cair
e tudo que me sobra é o que ganhei aqui...
... meu vermelho carmesim.
Eu tropeço e sorrio, porque...
não conhecer todo o caminho faz a viagem valer a pena.
Meus atos mais legítimos foram os erros
pois meus planos falidos deram melhores poemas...
De gota em gota eu transbordo pelas fronteiras,
e minha chuva faz terreno novo, uma nação inteira.
Talvez eu ainda seja o mesmo tapando o Sol com a peneira,
mas não posso dizer que a vida passou em branco para mim...
e se o céu nubla hoje é em vermelho carmesim...