Se os teus olhos não fossem tão belos
e a noite não se tornasse tão clara,
andaria confusa, sem sentido algum
pelas ruas desertas dos sem rumo.
Noutra altura, que não esta, pássaros voavam
graciosamente sobre o teu céu de pétalas
e os Zéfiros, incansáveis, belas melodias tocavam
nas clareiras esquecidas por entre as frestas,
de onde sorrateiramente fugiste.
Todo o império do Paraíso ruiu na escuridão,
pois de lá te esgueiraste para o meu coração
e desde então, toda a poética de viver Só
deixou de existir, porque a companhia de um Anjo
em mim se fez sentir…
(Aira, 02 de fevereiro de 2011)