medo

Foto de Jhessyca Lima

Me olha nos olhos

Me olha nos olhos enquanto fala comigo
mas quando te olho de longe, foges do meu olhar...
Me olha nos olhos, me sente menina
absorta neste mistério de amar...

Em teus olhos eu vejo ternura
mas tuas palavras me disseram "não"!
E pelos teus olhos invado teu mundo
e chego, ilesa, ao teu coração.

É lá que encontro a verdade,
aquela que insiste negar
mas que, mesmo que tentes
não consegue tirar do olhar...

Me olha nos olhos mas finges não ver
a minha triste realidade...
Foges, tens medo de ser feliz
ao lado de quem te quer de verdade!

Foto de Mitchell Pinheiro

TIMIDEZ

TIMIDEZ

Encontrando-se em meio a uma multidão
Sentindo-se num deserto
Preso numa teia
Como um inseto
Exposto ao sol
Sentindo frio
Morto de sede
Em meio a um rio
Estando perto e longe
No princípio e no fim
Consumido pela insegurança
Dizer não querendo dizer sim.

Foto de Carmen Lúcia

Medo do Amor!

Tenho medo do amor...
Tento fugir, ele se aproxima,
Nem se dá conta, nem se lastima
Da proporção do estrago que é causador.
Vem de mansinho, qual brisa leve...
Para não alertar, fácil de enganar...
Tentando se adentrar
Pelas janelas sem fechar...

Depois que se acomoda
E os espaços invade,
Se faz furacão, desconhece razão,
Destrói tudo o que existe...
Corpo, alma...coração!
Deixando a dor, que persiste...

Tenho medo do amor...
Tento fugir... Ele é tão rápido!
Consegue me alcançar, me cercar,
Está sempre a me esperar
No lugar que menos espero!

Foto de Carmen Lúcia

Eu, o poder!

Cala-te, poeta!
Teus sonhos altruístas e liberais,
Ameaçam os meus, consumistas e tridimencionais.
Tuas atitudes certas imbuem-se de gritos de alerta
Às minhas, duvidosas e incorretas...
Teus vôos inusitados e abrangentes
Podem estimular muita gente
A quebrar correntes...(Hoje,liberdade aparente!)
Vôos incoerentes a uma inverdade existente.
A luz que irradias, ameaça clarear caminhos,
Que quero manter em vão...na escuridão.
Tua essência põe em risco toda a abordagem da embalagem,
Roubando-me a prepotência, a persistência...
O teu lirismo contagiante carrega multidão adiante,
Mudando seu pensar...
E eu não quero vê-la dissipar.
Tua poesia é como um escudo salvador,
Livrando-te a alma do poder avassalador...
Tua sensibilidade me acovarda, me amedronta
Ao quebrar o gelo da sociedade que me afronta...
Teus anseios pelo fim das desigualdades
Ferem meu egocentrismo, minha vaidade...

Enfim, cala-te, poeta!
Não destruas meus castelos construídos
Pelo suor, sangue e dor
De um povo pacato e sonhador!

Foto de Paulo Gondim

Meus medos

MEUS MEDOS
Paulo Gondim
07/07/07

Todos os meus medos sempre foram assim
Grandes, imensos, trágicos, insuperáveis
Independente da idade.
Foi assim quando criança
Passei por toda a infância
Nessa dura crueldade

Tornei-me jovem, me fiz forte
Achei que tudo mudaria
Meu temor terminaria

Adulto estou, nada mudou
Meus medos continuam
Como sentinelas, postos
Um a um a me espreitarem
Não me deixam, não descansam
Prontos a me vigiarem

E continuam do mesmo tamanho
Medos simples, estranhos
Sempre os mesmos medos
A me enclausurar a alma
Que me faz perder a calma
Nessa angústia incontida
De estar sempre aflito
Medo de mim, medo da vida

E meus medos me seguem
Como parte de mim
Vejo-os sempre, como visagem
Como fantasmas, vultos
Como sombras em minha viagem

Foto de Carmen Lúcia

Noite sombria

Noite de breu, sem lua,
Estrelas não querem acordar,
Mistérios pairam no ar...
Fantasmas assombram
Esquinas vazias, sombrias...
Nos becos, sombras a vagar...
Vaga-lumes receiam piscar,
Corujas espreitam, não piam,
Lobos se escondem, não há luar...
O silêncio acentua a escuridão
E sugere, insinua à solidão.
E os poetas, onde estão?
Mais uma noite em vão!

Foto de Ricardo Barnabé

Os teus sonhos, são a razão do teu sofrer

Queres quebrar esse espaço
queres quebrar todos os teus medos que te prenderam ai
mas o tempo já passou e nada tu podes mudar
agora refugias-te nos teus dias
tristes e amargos por uma vida
marcada de sofrimento de um triste viver
A sorte não nasceu contigo
o sol não nunca brilhou para ti
pois sentes-te nascido numa lua escura sem fim
Todos os teus desejos não passam de sonhos
e todos os teus sonhos que ficaram por realizar
não passam de frustrações que te prendem nesse lugar
e os teus desejos e sonhos
hoje sao a razão do teu sofrer
e a toda a hora teu choro
tu não consegues conter

Ps: Por vezes os sonhos que ficaram por realizar
hoje são a infelicidade de muitos...
Para que não seja a minha também
tento lutar por eles..se bem que houve sempre
um que talvez ficou por se realizar, mas por isso mesmo
escrevi isto, nao nos podemos prender ao passado, aquilo que nao fizemos
mas sim ao futuro, aquilo que ainda podemos fazer...
e combater esses sonhos que nao se realizaram,com outros sonhos
que ainda estão por realizar;)
Força

Steve Clader

Foto de Ricardo Barnabé

A ponte

Os pássaros fugiram
nas cidades descobertas, perderam-se
os dias cinzentos sobre
a luz das estrelas caidas
sendo o dia, a noite escura
e a tua pele, o meu deserto
tuas pegadas, os meus passos
e o meu corpo, é o barco
que navega nas tuas lágrimas
rumo ao teu rosto,buscando
um beijo teu, lutando contra
o vento das tuas incertezas
que te seguem no segredo
por isso, vem sem receios
adormecer nos meus braços
e acordar no meu conforto
que amanhã, as nuvens
do céu azul abraçarão
o nosso corpo, e o sol
irá surgir através do teu brilho
que se esconde na sombra
do teu medo,por isso, deixa-me ser eu
a ponte que junta o teu mundo, ao meu.

Foto de Osmar Fernandes

Histórias que o povo conta (atenção! - se tiver medo não leia)

História que o povo conta

Cafezinho das três no cemitério

Três horas da tarde, sol ardente. Hora sagrada do cafezinho dos quatro coveiros, que, sentados em um túmulo, contavam histórias de arrepiar.
De repente, o sol se põe. O tempo obscureceu. Começou a trovejar. O céu anunciou chuva, vento forte, temporal. Amedrontados, perceberam que isso só estava acontecendo dentro das limitações geográficas do cemitério. Foi coveiro correndo pra todo lado.
Nesse momento tremularam catacumbas, túmulos, covas abertas, etc. As folhas das árvores choveram sobre o cemitério. Ninguém enxergava mais nada.
Um dos coveiros, espantado, notou que o portão grande do cemitério ora abria, ora fechava, e batia uma parte na outra assustadoramente. Parecia o badalo do sino de Deus anunciando o fim do mundo. De súbito, observou uma silhueta vultosa, esbranquiçada, tentando se esconder da tempestade. Não compreendendo o mistério e tremendo de medo, de sua boca ecoou um grito pavoroso, dizendo: É alma penada! É bicho feio! Valha meu Deus!
Começara a rezar para São Miguel Arcanjo (A Oração contra as ciladas do demônio...).
Dos outros coveiros, viam-se apenas seus olhos esbugalhados fitando aquela figura estranha que parecia bicho de outro mundo.
Um dos coveiros, tenso, pasmo, seguiu com os olhos aquela “coisa”, que flutuava perdidamente, em ziguezague, em busca de abrigo.
Outro, apesar do momento esquisito e do ser fantasmagórico, só pensava nos túmulos que já tinham sido saqueados. Imaginava que se tratava de mais um vândalo ou de um ladrão, tentando assustá-los. (Poucos dias atrás tinha pegado um idiota defecando em cima de um túmulo. Ao flagrá-lo, lhe dera uns safanões, pontapés – este nunca mais se atreveu a importunar o sono sagrado dos mortos.)
Outro dia, dera falta das inscrições douradas, prateadas, de muitos jazigos. (Os parentes das vítimas exigiram das autoridades, justiça.)
O instante era de apreensão, medo, nervosismo. A ventania não parava. Aquela “coisa” esvoaçava como assombração peregrina... E de repente, sumira.
Um coveiro que não a perdera de vista foi ao seu encontro. Por sorte... se viu diante de um vulto mágico dentro duma cova, levitando. (Aquela cova aberta estava pronta para receber seu ilustre morador, que já estava a caminho.)
Assustado, o coveiro chamou um dos colegas, que ao se aproximar, deparou-se com aquela “coisa” dentro da cova. Foi tomado por uma síncope descomunal... Ao sentir-se vivo novamente, tratou de abandonar seu companheiro, seus pertences e deitou o cabelo...
Outro coveiro vendo aquela cena, aproximou-se, e ao ver aquilo, gritou: Sangue de Cristo tem poder! Isso é alma penada mesmo! Minha Nossa Senhora da Boa Morte! Saiu em disparada com as mãos à cabeça, tropeçando, caindo, se levantando, e aos berros dizia: Deus me livre! É o fim dos tempos! Socorro!
O coveiro, o corajoso, que olhava – a “coisa” resolveu lhe perguntar de supetão: - Que faz aí dentro dessa cova que não lhe pertence?!
E “a coisa” com uma voz trêmula do além, lhe respondeu sem pestanejar: - Vocês não me deixam em paz. Sentam em cima de mim contando histórias cabeludas, mentirosas; e ainda por cima, sujam meu túmulo com farelo de pão, de bolacha, café.
O coveiro, o corajoso, então lhe disse: - Vou chamar o padre para lhe dar a estrema-unção. Você não diz coisa com coisa. Ta louca! Ta na ânsia da morte.
E aquela “coisa” ali, como uma alma penada, engoliu a língua por uns segundos, e lhe respondeu: - Não precisa! Já to morto há muito tempo. Não ta me conhecendo? Sou o Luiz. Você que me sepultou. Não se Lembra de mim, Roberval?
O coveiro perturbado pensou: Santo Deus, isso não ta acontecendo comigo!... Vou buscar água benta e vou jogar em cima desta “coisa esquisita.”
A “Coisa” lhe respondeu aborrecida: - Você e os seus colegas estão usando meu túmulo como cozinha de cemitério. Não façam mais isso. Deixem-me descansar em paz. Quero ter o sono eterno que mereço.
E, falando isso, a alma penada elevou seu espírito até seu túmulo – que se abriu sozinho; ao adentrá-lo, pôde enfim dormir em paz para sempre. Ao repousar em sua última morada, fechou-se o túmulo, e misteriosamente, o temporal cessou.
Os coveiros do cemitério ficaram extáticos ao ver aquela alma se refugiar.
Prometeram que nunca mais usariam túmulos para tomar o costumeiro cafezinho das três.

Autor: Osmar Fernandes,

Foto de Jhessyca Lima

Amor Escondido

Me escondo no tempo...
me escondo de você e dos seus encantos,
destes teus gestos loucos
e de tua maneira banal de me seduzir...
Mas é só por um momento,
é só porque teu olhar rouba minhas palavras,
que na sua ausência
voltam a dançar no papel...
É só porque eu te amo...

E mais uma vez eu estarei aqui
rabiscando minhas tristes folhas
deixando nelas a história de um solitário amor
que se perde nas entrelinhas
de um papel outora vazio
e que agora abriga palavras
de um grande sentimento
impedido de ser manifesto,
e que se esconde
diante da beleza desse teu olhar...

Páginas

Subscrever medo

anadolu yakası escort

bursa escort görükle escort bayan

bursa escort görükle escort

güvenilir bahis siteleri canlı bahis siteleri kaçak iddaa siteleri kaçak iddaa kaçak bahis siteleri perabet

görükle escort bursa eskort bayanlar bursa eskort bursa vip escort bursa elit escort escort vip escort alanya escort bayan antalya escort bayan bodrum escort

alanya transfer
alanya transfer
bursa kanalizasyon açma