medo

Foto de Moisés Oliveira

Medo

Preciso me esconder, eu tenho que fugir,
tem alguém me procurando, não posso ficar aqui.

Quero um abrigo, busco por proteção,
já fiz tudo que podia mas não vejo solução.

De dia ele me prende, de noite me semeia,
na estrada ele é luz forte que me encandeia.

Me impede de sonhar, me proíbe de ouvir,
transforma a fraqueza em algo normal de se sentir.

Eu já não fujo mais, eu brinco no jardim,
enfrentei o medo e vi que ele estava em mim.

Foto de Carmen Vervloet

Vendaval em Vitória

Maio bocejava pensativamente
O dia escureceu num segundo
Nem tempo de pensar teve a mente
E logo veio aquele medo profundo!

O vento levantou-se em vendaval
Na tristeza infinita da paisagem
O espaço virou um gigantesco areal
E a alegria fez uma forçada viagem!

E naquelas tantas casas sossegadas
Onde muitos fizeram os seus ninhos
A paz foi subitamente soterrada

Deixando tanta gente em desatino
A tranquilidade voou qual passarinho
Sem ninho, sem rumo, sem destino!

Foto de Carmen Lúcia

Insana

E ela renasce a cada fase da lua...
rouba-lhe o brilho e lhe ofusca o luar,
percorre as estrelas seu insano olhar
e penetra o negro véu, indo além do céu.
De seus lábios um balbucio visceral
profetiza um tempo que jamais haverá igual...

De repente dança em estranho ritual
e a cada passo avança, imaginando-se normal,
tomando para si cada pedaço do espaço
sem se importar com a plateia atônita,
que aos poucos se esvai,
se descompassa pelos cantos
a amaldiçoar a figura lacônica...

Gira em torno de si toda sensação
como em movimento de rotação...
Pensa trazer os dias e as noites,
transladando cada estação...
Sinistra, caminha com a lua
que some no céu e ela na rua,
e como miragem, perde-se a imagem.

Deixa o cenário de ilusões e desenganos;
leva consigo a magia e o encanto.

_Carmen Lúcia_

Foto de poetisando

Bateu-me à porta a morte

Bateu-me à porta a morte
A morte bateu-me á porta
Fui abrir a ver o que me queria
Quando me viu deu uma risada
É mesmo a ti que eu queria

Quando ouvi a sua voz
Nem podia acreditar
Como eu também a conhecia
Pelo seu gelado olhar

Sorriu-me na sua roupa escura
Com um sorriso de arrepiar
Porque ainda tão novo
Ela me queria mesmo levar

Ocupou a minha casa
Sem ter razão para tal
Que eu me despedisse
Que ia deixar de ser mortal

Ficou ali bem instalada
Sem mais uma palavra dizer
Não tirava os olhos de mim
Para me ver até eu morrer

Muita vez eu a chamei
Sem ela me atender
Agora que quero a vida
Ela me quer a morrer

Já te conheço muito bem
Mesmo que tragas outras vestes
Conheço-te até na escuridão
Companhia já me fizeste

Bateu á minha porta a morte
Entrou sentou-se e ali fez guarida
Estava mesmo disposta
A levar a minha vida

Com o seu olhar gelado
Sorria-me na escuridão
Vendo o meu sofrimento
Apontava-me o caixão

De: António Candeias

Foto de Carmen Lúcia

Sem palavras

Recolho palavras que me atropelam
no silêncio inquieto que me interpela,
preciso com elas entrar num consenso,
que venham sem eco integrar meu contexto.

Ou mesmo sem nexo, sem explicação
porque eu nem sei explicar a razão
de estar tão calada, tão introvertida,
desconheço quem sou ou me sou bem conhecida.

Procuro nos simples detalhes um recomeço,
um motivo maior para continuar,
pular as reticências, revirar aos avessos
e nas entrelinhas reescrever o meu texto.

Mas as lacunas se tornam pesadas,
devo preenchê-las de palavras sensatas,
esvaziar de minh’alma meus medos e traumas
que o silêncio estimula e a palavra engasga.

_Carmen Lúcia_

Foto de Miraene

Falling

Vejo as coisas caindo
Não posso recuperar
Aquilo que minha dor já levou

Sabia que as coisas
Não podiam ser como ontem
Nunca são conosco

Falling
As coisas estão se quebrando
E de dentro vejo minha alma
Pedaços imundos de mim

Meu coração está fora de vista
Nem sei mais se ainda existe
Depois que te vi partir

Eu sei que falei besteira
Quando devia ter ficado calada
Agora meus pensamentos me assombram

Amor você entenderia se eu dissesse
Que queria não ter te contado algumas coisas
Só pra não ter de pensar nelas de novo?

E agora que você sabe
Está tudo se partindo dentro de mim
Me queimando
Eu sei que fiz besteira
Ao te revelar coisas ocultas
Do fundo da minha alma imunda

Foto de Carmen Lúcia

Sinal de partida

Começa a largada...
A todos é dado o sinal de partida.
Partículas de vida se espalham na ida.
Viagem que não deve ser interrompida,
adiada ou antecipada.
Irreversível corrida.

Ao que persiste a estrada é curta,
tempo exato de cumprir a labuta.
Longa e árdua ao que desiste da luta,
na certeza da hora incerta...
Pelo medo que em seu âmago aperta.

Há o que fica parado...
acorrentado, alienado
a preconceitos e outros pecados.
Tempo precioso, desperdiçado
e jamais recuperado.

Qualquer que seja a estrada
ficarão nela cravados
as rosas plantadas, colhidas,
espinhos doridos, o sangue vertido
dos evoluídos, dos desprendidos,
dos atrevidos...

Só a caminhada faz crescer,
Não sendo em vão...
alimenta a alma, é o seu pão.
Sem pensar na chegada,
nem retroceder.
Parar é o mesmo que morrer...

Ande, caminhe, nunca desista,
mesmo pra lugar que não exista
ou que possa ser encontrado.
Até mesmo sonhado...
sem sequer saber se um dia
irá chegar.

(Carmen Lúcia)

Foto de fabricioadriel

Palavras

Quantos planos planejamos
quantas vezes são os momentos
que fracassamos.

Mas sempre tem aquelas pessoas
que nos dão forças pra levantar
que faz de um momento dificil
voce se motivar.

Parece que tem o poder
de te fazer enxergar
que o momento ruim
ja esta por passar.

Que tudo depende
como enxerga a vida
que superar os medos
é como curar uma ferida.

Que não será da noite pro dia
mas suas palavras
são como guia.

Fazem ver o que não via
e transformar aquela tristeza
se passar e transformar
em momentos de alegria.

Foto de Carmen Vervloet

Nosso Tempo

Eu vi o homem tomado por ganância,
eu vi a floresta tremendo
e árvores tombando ao chão.

Eu vi a água secando,
os pássaros tristonhos migrando,
sabiás externando a dor na canção.

Eu vi o verde se apagando,
a seiva escorrendo do cerne,
e o pranto do bom coração.

Eu vi palácios, luxos, faustos,
sustentados por crimes ambientais,
e a terra agonizando em profunda lesão.

Eu vi a formação do deserto
e presenciei incrédulo o início
deste futuro tenebroso e incerto.

Eu vi a tragédia, a fúria, a sanha,
a natureza revoltada
revidando à sua devastação...

Eu vi o corpo sem vida
do homem vestido de ouro
e a vida nua, sem opção.

Foto de nelson de paula

DITADO PELO DIABO(de "Vozes do Aquém")

Adoraria ter certeza
de que estas
palavras estão sendo
ditadas por Deus.

Mas,
infelizmente,
tenho
muito
medo
de
quem
o
esteja
fazendo
seja
o
diabo

Como
saber
a
diferença?

Para
não correr
o risco,
aborto
a
tentativa
de
incorporar.

E
me
contento
em
cumprir
zelosamente
o
meu
papel,
seja
qual
for
ele.

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