tristeza

Foto de José Manuel Brazão

Natal sem vós

Noite fria,
silenciosa,
eu aqui
de corpo gelado,
mas o coração quente!

Penso,
penso muito
em noites destas,
que passaram
e não ficaram!

Penso muito
nos que partiram,
e nos que ficaram!

Penso ainda
nos que estão longe,
que me apetecia beijar,
dizer-lhes
quanto os amo,
quanta saudade
que corre em mim!

Natal
após Natal
e não verei,
quem queria!

Olho fotos
os meus olhos
sempre postos
no sorriso
de crianças…

Uma lágrima corre,
molhando a angústia,
a tristeza
no vazio do meu coração!

José Manuel Brazão

Dedicado a crianças que estão no meu pensamento.

Foto de Carmen Lúcia

Relatos

Já morri tantas vezes...
E a cada vez que morria,
julgando ser para sempre,
em meu coração florescia
um jardim infestado de cores
mostrando-me uma nova vida.

Já renasci tantas vezes
depois de sangrar os reveses,
de sorver e estancar dissabores...
e a cada renascer
nascia diferente...
mais condescendente.

Hoje encaro naturalmente
os torpedos que de repente
arrancam-me o chão,
desnorteiam minha direção...
E não morro...Contorno a situação.

A intensidade da força que adquiri
surgiu dos momentos em que vivi
e sofri...
e enfrentei a luta
sem me acovardar ou fugir,
sangrar sem me deixar morrer...

Hoje vejo luz na escuridão,
alguém a segurar minha mão
sendo ponte pra que eu possa atravessar
admirando as belezas dos caminhos...
Fazendo da dor trampolim para chegar
onde quer que seja o lugar
que pra sempre irei ficar;
onde minha semente germinará.

Carmen Lúcia

Foto de Kira

PRINCÍPIO DO FIM

PRINCIPIO DO FIM

Insegurança
Insatisfação
Frustração
A privação de tudo
Do alimento devido
Da atenção
Do carinho
De amor...
Faz com que sinta-se
No coração, tristeza
Na Alma, incerteza
Na vida, o início do fim.

kira, Penha Gonçales

Foto de Carmen Lúcia

Natal de ontem e de hoje...

Natal...
Lembranças de criança
cheia de esperança...
Arrumar a casa, pendurar enfeites,
árvore montada, iguarias feitas,
coração em brasa, olhos bem atentos...

Bate meia-noite,
ir para a caminha.
Conseguir dormir?
É melhor fingir...
Som de pisadinhas...
Será o bom velhinho?
Nem sei como entrou...
A porta está fechada,
como ele passou?

Fico amedrontada
diante do mistério...
trouxe meu presente,
Ah!É o que mais quero.

Natal...
Como o tempo passa!
Olho ao meu redor,
o que vejo me arrasa...
Crianças atropelam carros,
se fazem de sinais,
farejam o que comer
feito animais...
Retratam a própria fome,
tentam esquecer
o que as consome;
entorpecem a dor
da vida sem amor.

Nessa data tão bonita,
quem não se sensibiliza?
Negar o que comer
a uma criança faminta?
Sabem que nesse dia
facilmente ganhariam
um brinquedinho quebrado
ou um prato de comida...

Natal...
Onde está Papai Noel?
Em que mundo se escondeu?
Foi embora para o céu
e dos pobres se esqueceu?
Para onde foram todos?
A cegueira os acometeu?
Onde está a humanidade,
espírito de caridade
que representa o Natal?

E foi por amor que Ele nasceu...
E por nos amar Ele morreu.

Carmen Lúcia

Foto de Arnault L. D.

Lua escura

Volta à esta noite escura,
dá-me tua luz e brancura
Lua, da tua pele clara,
a caricia mais pura.

Torna a este véu, reflora,
dá fim a esta névoa triste,
que em mim a algum tempo mora.
Desde que partiste...

Volta à esta noite escura,
dura até o nascer da aurora.
Ouça, te suplica e chora
minha lágrima mais dura.

Vem com seu beijo frio
gelar ao sangue que estanca
nestas horas de estio.
a razão vem me arranca!

Se não vens, pois, me leva...
Me tome a sanidade,
leva-me a humanidade,
como um animal da treva.

Leve de mim, me rasgue,
rompe-me, como a nuvem
com o seu brilho, esmague
essa cegueira e vem...

Lua, ouve meu uivo,
longo e negro lamento
junto aos cães sarnentos.
Lua, quero ser teu noivo...

Vamos nos casar na aurora,
antes que o sol desponte
e ao raiar à prima hora
perder-se no horizonte.

E assim, distante:
Fim.

Foto de Carmen Lúcia

Chuvas, lágrimas e suores

Chovi...

lágrimas represadas,
desilusões estagnadas,
suores suados em vão,
histórias marejadas.
Molhei o meu chão...

Soprei mágoas destoadas,
lambi o sal de meu pranto;
sequei ilusões desenfreadas,
lavei suores que ardiam tanto...
Enxuguei histórias que faziam mal,
preparei a noite,
afastei o mau.

Amanheci...

Céu azul depois do vendaval,
sol brilhante reacendendo a vida,
Paz em tonalidades coloridas...
Nuvem branca, deslizante,
Dia calmo, maré mansa,
Corpo leve, alma branda.

Carmen Lúcia

Foto de Carmen Lúcia

Nada mudaria...

Se eu registrasse
as dores que vivi,
espinhos que colhi
encobrindo as rosas do caminho...
As decepções ingeridas,
sorrisos falseando o pranto,
desencantos, desenganos,
seria apenas mais um clichê
e nada mudaria...

O mundo continuaria a girar
trazendo a noite e o dia;
as mesmas emoções sentidas
permeariam , sob medida,
nas imutáveis estações
elegantes ou mal vestidas.

As mesmas esperanças no amanhecer,
mesmos pedidos de novas chances;
recomeçar ou renascer...
Mesma nostalgia ao entardecer,
expectativa da noite para os amantes
que já não são como antes...
Não veem a lua;
perambulam pela rua crua.

Se poesia eu quisesse escrever
alguns realces poderiam surgir;
novas nuances a se expandir
pressionando o sorriso a marcar o papel...
Maquiagem irreal, trunfo ilegal .
No mais, tudo como antes...
Tema, argumentos, sentimentos,
atenuantes...

Se eu chorasse, se eu gritasse
ou implorasse...
Não faria diferença ao mundo.

Carmen Lúcia

Foto de Juhh Ribeiro

TRISTEZA

Assim de repente
Sinto uma melancolia
Me sinto mais vulnerável
As incertezas e frustrações

Fico em meu quarto
Pensando, tentando achar
Uma saída
Para isso tudo acabar

Os amigos tentam me alegrar
Mas por mais que eles tentem
Parece que isso
Não vai adiantar

Essa tristeza toda me consome
Eu fico sem saber o que fazer
Tento não chorar
Mas é impossível uma lágrima não derramar

Tento disfarçar com um sorriso
Mas não consigo
Pois quem me conhece de verdade
Sabe o que se passar por trás do meu sorriso

E com isso tudo
Eu fico feliz
Em saber que tem alguém
Que me conhece de verdade

Foto de Felipe Ricardo

Amoreto V - Caminhado na Necropole com Voce -

Então da noite faço nossa morada e assim
Te mostro meu lado mais intenso e denso
Pois em meus dominios voce esta e nada agora
Podes fazer, já que eu criatura escura escondi o
Brilho de tua mãe que agora choras pela sua filha
Que não esta mais com ela e assim agora comigo

"Em minha necropole tu esta e aqui tu és minha
E com minha voz te enveneno no mais suave prazer
De minhas poesias escritas em minha doce morte"

Mas não se espante menina apenas veja a beleza
Que Persefone viu e gostou, mas como ela agora
Te deixo parti já que nada de meu mundo provaste
E apenas com teu despresso assinou minha telas sobre
Alguem que apenas viveu e deseja volta para mim, pois

"Em minha necropole tu esta e aqui tu és minha
E com minha voz te enveneno no mais suave prazer
De minhas poesias escritas em minha doce morte"

Que assim vai de maneira sinuosa modelando tua essencia
E assim vou apenas com os velhos pensares de teus labios
Que assim vou desejando... Gostando... Sonhando... E agora
Assim vou morrendo e vagando só aqui, já que tu não me desejas
Mais e aqui fico te vendo parti e sumi com tudo aquilo que amo
Rumo a um mundo onde não posso mais andar, pois agora te amo [...]

Foto de Felipe Ricardo

Amoreto IV - Obscuridade -

Ah! como pode eu, criatura vulgar e trivial
Brincar nos olhos desta Ondina que assim
Destroi-me na singela e sublime escuridão
Vivente na mais sordida ilusão de uma noite
De Lua Cheia e nuvens pinseladas pelos antigos
Ventos que assim com eles modelo esta minha

"Desvairada insanidade que corrompe e lacera
Mi'alma e assim vejo meu corpo dividido em dois
E logo me pergunto onde esta meu coração?"

Eis que de ti vejo nasscer a ira mortal daquelas
Que sentem e assim brincam com nos, pois agora
Vejo-me preso aos caprichos de ti Ondina, menina
Esta que me destroi e reconstroi a cada louco olhar
Que assim me faz cai, morre, brincar, viver nesta

"Desvairada insanidade que corrompe e lacera
Mi'alma e assim vejo meu corpo dividido em dois
E logo me pergunto onde esta meu coração?"

Agora não sei mais onde estou... Não sei...
Mas em mim nasçe uma primordial inspiração de
Apenas mais uma vez de brincar de ser Deus e desta
Minha singular e dupla essencia tira tu desta condição
Mortal... Ah!... Menina me destrua novamente e de mim
Só fique com o que gosta, pois o resto é obscuro de mais.

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