Nesta noite fria surge entre lampejos, a chuva.
Não conseguimos chegar ao nosso trajeto final.
Molhada, encharcada, embebida da chuva;
Minha roupa marca as minhas curvas.
Você que nunca me viu despida,
Olha-me surpreso, como nunca me olhou.
Tenta visualizar o meu corpo através das roupas.
Devagar se aproxima, beija-me com desejo;
Pega-me em seus braços me aquecendo.
A chuva persiste, vem com mais violência,
Ventania, trovões... São Pedro está quebrando tudo.
Os trovões me inspiram insegurança, me amedronta.
De repente, um estrondo... Eu grito de êxtase!
Estamos juntos finalmente.
Despida, corpo nu ao seu domínio.
A sua mão atrevida percorre as curvas perigosas;
Sinto arrepios fantásticos e delirantes.
Este seu corpo é a minha perdição;
Suas carícias, suas mãos me tocando.
Sempre desejei ardentemente estar em seus braços,
Numa noite de loucuras, sendo amada por você.
Coração em total agitação, pura atração.
Seu desejo, meu desejo.
Descontrole pulsação.
Declarações são feitas perante este período.
Você atravessa as montanhas, as colinas.
Aproximando e me envolvendo,
Estou molhada e vou sendo aquecida pelo seu corpo.
Numa noite de sonhada fantasia de chuva,
Você me possui e eu te desejo.
Ouço murmúrios nos meus ouvidos...
“Sempre desejei fazer amor contigo”.
“Venha, não tenha medo, serei o seu amor”.
“Fica, fica comigo nesta noite”.
Aos poucos vou sendo submersa, me entregando.
Este exuberante corpo escultural que me promove alucinação.
Meu corpo fica descontrolado e tento manter a tranquilidade.
Abraço-te, me aconchego, te desejo, te amo!
06.02.2007.
Escrito por Graciele Gessner.
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