melancolia

Foto de Carmen Lúcia

Morada da poesia...

Ainda não sabia de poesia...
E seus olhinhos percorriam a fantasia.
Tudo podia...
Estar aqui ou alcançar estrelas...
e sem nenhum esforço, conseguir detê-las...

Ainda não sabia de poesia...
E de seus passos, a mais linda coreografia...
De sua alma, a expressão que traduzia
naquela dança, a vida que em si surgia...

Ainda não sabia de poesia...
Fixava seus olhos no desabrochar da flor.
E a via pequena, gigante, de toda cor...
Nenhuma outra magia a tiraria desse torpor...

Ainda não sabia de poesia...
Seus pés descalços na água do mar
transformavam sal em açúcar;
E as ondas brancas, golfadas de algodão-doce,
batizavam seu corpo de menina e moça.

Percebeu a poesia...
Ao descobrir o descompasso de seu coração;
Pulsações irreverentes, batidas diferentes,
e no papel
registrou o que sentia...

Sentiu a poesia...
Descobriu sua morada...
Por todos os cantos, recantos,
encantos e desencantos...
Viu-se cercada...

E a poesia mora
na lágrima que rola,
no sorriso que esconde a dor,
no riso anunciando amor...
No botão que se transforma em flor...

Ela está por toda a parte...
Basta apenas perceber
e do estado latente,
fazê-la acontecer.

Carmen Lúcia

Foto de Diego Paolo Santana Barroso

O que é?

O que é resta de humano quando quando quase tudo que nos cerca neste vil e cruel mundo é desumano. O que é bom neste real contexto quando o texto da vida em suma maioria não nos leva ao bem ou bom. O que nos agrada e nos deixa alegre após testemunharmos mais um dia de derrotas e obstaculos tão altos que sequer conseguimos visualizar seu ápice ao céu. Nada e ninguem aparece quando um mudo grito de agonia esvai pelo vento a procura de um porto seguro. Espero sem poder mais esperar, respiro sem mais conseguir, procuro sem mais achar, tudo se foi e já não há mas esperanças que um dia uma hora minuto ou segundo há uma melhora subita no clima ou melancolia que me cerca. Quem de vós que lerdes este artigo pode imaginar tão complexo sentimento que sinto por apenas existir em um mundo muito difícil de sobreviver. Não procuro nenhuma resposta ou ajuda de quem lê estas péssimas conjunturas, apenas queria que se alguem sentir algo assim como eu tenham a certeza que sentimentos confusos e complexos fazem parte do ser humano e que este artigo é apenas uma ferramenta para o desabafo de um primo poeta cego.

Foto de Carmen Lúcia

Pátria amada!

Quisera eu trancar a voz ...Silenciar!
Não ter no sangue o arrojo... e me calar...
Acovardar-me às injustiças que poluem o ar,
desencantando a vida, erradicando o verbo amar.
Mas me ficou de herança esse impulso que aflora
de rebelar, ter esperança, a toda hora...Agora!
Reativando o brado que um dia foi bradado
e no entanto jaz em terra que ainda chora.

Grito incontido, potente alarido,
lamúria triste de um povo sofrido...
Sem encontrar um eco e nada transformar...
E a lei do mais forte é a que se faz vingar...
Lágrima furtiva que rola condoída
como a pedir desculpa à pátria tão querida,
que em berço esplêndido privou de se deitar...
Tão linda e altaneira...injuriada e ultrajada,
onde o cantar do sabiá é um pátrio lamento
e as verdes palmeiras se curvam à voz do vento...

O que fazer senão extravasar o peito
e arrancar palavras que livres circulem
(já que o livre arbítrio é poder aceito...)
em versos e poemas, mágoas que se difundem
bradando a honestidade em gesto varonil,
país de liberdade de um povo servil!

(Carmen Lúcia)

Carmen Lúcia Carvalho de Souza
27/08/2008

Foto de Carmen Lúcia

Perdoa-me...

Perdoa-me, toda a beleza,
se por ti passo ilesa
sem me deixar envolver...
Incólume a tamanha grandeza,
incapaz de te perceber...

Perdoa-me, luz das manhãs,
a pedir-me que a ti me rendas
e me encontras inerte ao teu brilho,
indiferente a tuas oferendas...

Perdoa-me, amigo,
por me sentir tão sozinha;
por não dividir contigo
as mazelas que trago comigo...

Perdoa-me, vida,
que a mim se apresentou florida,
e que no dia a dia, despetalei,
deixando- te a dor mais ressentida.

Perdoa-me, poesia,
se te sinto pobre, vazia,
se te quero minha companhia
e te faço chorar lágrimas minhas.

Carmen Lúcia

Foto de Ayslan

A carta

Estou me preparando para uma viagem... Sabe esse já não é mais um bom lugar não vejo as definições das cores, tudo está preto e branco, não escuto os sons da vida... Irei aproveitar e contar um pouco de minha historia... Desconhecia a palavra amor ate encontrar a mulher de minha vida. Ela ainda não sabia o quanto já era tão importante para mim... Tão linda, tão carinhosa, tão sensível, tão especial... Começamos a namorar passaram-se meses, completaram-se anos. Lembro-me dos três primeiros anos no decorrer deles havia alguns desentendimentos, mas passageiros. Começaram as crises de ciúmes em excesso, qualquer ação, qualquer razão era motivo fútil para discussão. Eu não queria aquilo, “Eu amo ela” Isso mesmo amo ela, por que nunca deixarei de amá-la. Bom... Fui percebendo que não era bem vindo por todos na família dela, havia várias complicações, e agressões em palavras a minha pessoa. Aquilo tudo me deixava muito triste, não queria que houvesse problemas que pudesse impedisse nosso futuro juntos. Mesmo com algumas dificuldades nunca terminamos. Fico pensando agora se houvesse uma separação entre nós se isso faria com que sentíssemos que não podemos viver um longe do outro... Mas não foi isso que aconteceu... Eu parti sem dizer adeus, sem motivos aparente, sem razões, parti sem brigas, quando estava tudo tranqüilo sem haver discussões... Os dias longe do meu amor eram longos, as noites solitárias apertavam meu coração de saudade e com uma interrogação que me perguntava é isso realmente o que devo fazer?
O telefone tocava a todo instante... Queria o ouvir ele tocar por que sabia que seria ela, e o telefone tocava nunca parou de tocar durante meses... Completa-se um ano e nos últimos meses o telefone já não tocava frequentemente... Não conseguia conter as lagrimas... Comecei a pensar e imaginar uma vida sem ela... Aquilo me causou uma angustia e dor que palavras não podem descrever, digo que por sorte de todos por que não quero machucar ninguém com minha própria dor que eu mesmo busquei senti-la. Sabe quando fiz isso esqueci o amor que ela sentia por mim, aquela garota era a mulher de minha vida... Disse algumas vezes para ela que nada volta a ser como era antes, em erros alguém sempre perde... Hoje não sinto meu coração bater, não consigo ouvir minha própria voz, não vejo meu reflexo no espelho e não posso pegar o telefone para retorna suas ligações... Vejo que não passaram-se um dia se quer depois que comecei a escrever uma carta onde nela falava sobre meu adeus... Lembro que estava chorando muito, e acho que ainda não tinha escrito nada... Além de “Eu te amo e eternamente irei te amar”

Foto de Guz

Descrever você

Sinta a presença distante
E constante
Dos meus pensamentos
Ansiosamente procurando alcançar
Pra descrever você
Na busca do sentido
Para a vida
Ouvindo o coração sem entender
Que sua vontade é apenas
Aprender a amar
Não há tempo, não existe
Pois ultrapassa os limites
Dos sonhos
Semelhante ao vento
Quando a brisa avança a noite
E rapidamente transforma-se
Na luz do dia
Descrever-te eu me perco
E desapareço-me em você
Fecho os olhos
Posso sentir q está aqui
É ouvir ecos suaves de suas palavras
Olhar o infinito e ver teus olhos
Fixos em mim
É compreender q a conheço
Dos céus
Numa longínqua estrela
De uma época qualquer
E vc com seu brilho intenso
Envolveu-me e nos uniu
Mas por destino
Separados por essa realidade
Nos deixando apenas com a saudade
E essa imensa vontade
De um dia nos juntar novamente.
Foto de Carmen Lúcia

Momento único

Um doce enlevo me conduz à recordação,
trazida pelo vago entre a tarde que morre
e a noite que se anuncia...
Pela nostalgia que se espalha no ar
e pelo espaço vazio entre os dois momentos;
final da tarde e início de noite...
Pelo surgir, de qualquer canto, da saudade
que invade e toma forma,
pra se fazer notar...

Então a vejo...
A tez clara em oposição à contraluz do lugar;
brilho ao mesmo tempo fosco e esfuziante...
Cabelos discretamente dourados,
como folhas de outono, apagadas...
Olhos que me acariciam, me adornam...
E me deito em seu colo
tentando retroceder o tempo...
Queria esse tempo agora...

Utópico pensamento que me consola.
Suas mãos macias em meu corpo
me fazem renascer...
Adormeço com o seu cântico
a me embalar ... e de novo me gerar.

Minha mãe...Eterna morada...
Acordo... enquanto o doce enlevo se desfaz;
olho para o espaço vazio
entre a tarde que se vai
e a noite que ainda vem.
É o momento de a reencontrar...

Carmen Lúcia

Foto de Felipe Ricardo

Heresia

"Vamos me condene, ma destura, me mate
Faça desta ment infinita fonte de dor e
Sofrimento... Vamos!... Não tenhas pena!
Me mate, me destrua, me condene. Vamos!"

Use minhas insanas palavras contra mim
Use apenas para lembrar-me de meu ato que
Agora vem a tona e me corompe mais e mais
Sei que por minha boca fora proferia palavras
Sobre este sentir que sempre por mim era dado
O nome de gosta, paixão, saudade e talvez
Inspiração para escrever mais, agora te digo
Que heresia é, continuar a chamar isto disto

Pois agora chamo de amor, verdadeiro sentir
Imposto pela sublime presença daquilo que
Se gosta, mas ele transcende estas barreiras
Fazendo-me assim cativo ao teu amor Ondina [...]

Foto de Felipe Ricardo

A Catedral

Casa minha feita de tristeza e sangue
Onde em cada parede escrevo minhas
Antigas e futuras vidas que hoje nasço
Que amanha vivo e que ontem morro [...]

"Em fim tu destroi minhas correntes e cadeados
Abre minhas portas e traz novamante a luz
A mim deixando-me são e voto a
Pensar sobre a compreenção daqueles
Que me condenam por apenas ser
Triste e deixar aqueles partirem daqui
Mas agora tu estas aqui menina
E senhora é de minha morada e vida"

Agora daqui saio, mas não estou só
Estou contigo de mãos dadas, pois tu
Menina me libertar de minha prisão
Catedral esta que selava meu espirito e amor [...]

Foto de Lu Lena

POETA TRISTE

*
*
*

Contemplo o anoitecer
e a vejo sempre ali...
fulgente a lua minguante
naquele vaivém como uma
gangorra, as estrelas
cintilantes fazem algazarra
num torpor pueril e brincam
com ela no céu...
As demais, sorridentes e
esbaforidas dançam graciosas
com fadas e querubins feitos
num esboço colorido e vibrante
em pedacinhos de papel...
Sinto-me flagelado e entorpecido
Onde o vazio permeia meu espírito
num rebuliço de idéias...
ou será apenas a ribalta
de um cenário infante?
Ouço agora, o tic tac do relógio
do tempo que me desperta desse
instante...
Onde mais uma vez, o meu sonho
é lírico e eloqüente...
Onde estão as palavras? onde
está a poesia que emoldurava
a minha mente?
e o papel pergaminho? onde eu
fazia manuscritos soltos e os
soprava pelo caminho?
Onde andará a minha inspiração?
serei eu um poeta triste orbitando
dentro de mim mesmo nessa fugaz
divagação?

Lu Lena

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