erotismo

Foto de CarmenCecilia

TEU OLHAR

TEU OLHAR...

Na
força
Do teu
olhar
Palavras
Não
cabem...
Somente
O silêncio
Prenuncia
o abismo...

Carmen Cecilia

Foto de CarmenCecilia

ATRAÇÃO VÍDEO POEMA - NARRATIVA

POEMA: CARMEN CECILIA
EDIÇÃO E NARRATIVA: CARMEN CECILIA
FUNDO MUSICAL: TOM JOBIM

ATRAÇÃO VÍDEO POEMA DE AMOR PAIXÃO E SEDUÇÃO

ATRAÇÃO

Ai essa atração... Tentação!
Vem em ondas
Ronda-me...
E deixa-me sem ação...
Um vendaval de sensações.
Vem devagarzinho...
Com carinho...
Circunda-me
Inunda-me...
Incendeia-me...
Clareia
Como lua cheia
Destelha-me
Como um ciclone
Deixa-me afônica...
Insone...
Tateia curvas...
Olhos turvos
Todos os segredos
E medos...
Envereda
Enreda...
Diz sim e não
Quando diz não e sim...
Deixando-me assim...
Metade de mim...
Porção de ti...
Porção de mim...
Até o fim...

Carmen Cecilia

Foto de Carmen Lúcia

7º Concurso Literário- "Tango"

(As faces do Amor)

Da doce bailarina de ballet clássico, à sensual dançarina de tango.
Do botão de rosa angelical, à flor carmim desabrochada.
Da suave fragrância matinal, ao perfume embriagador da noite.
Já amara profundamente. Em seus passos de ballet clássico, ainda adolescente, refletiam a pureza de um amor incondicional. Nos “pás-des-deux” e nos “arabesques” pulsava um coração apaixonado e crédulo.
Em seus lábios, um sorriso inocente.Nas pontas das sapatilhas, a certeza de um porvir risonho.
De repente tudo se transformara. As decepções trouxeram a amargura, as lágrimas, o sorriso sarcástico, o desacreditar. O vermelho da paixão, do desejo.
Tornara-se mulher.Conhecera a noite.Os becos e esquinas.A fumaça do cigarro e da neblina.Os copos de bebidas fortes.Os encontros clandestinos.
Os cabarés.O tango. Os saltos dos sapatos.
Seus passos de dança tornaram-se insinuantes, provocantes.O vestido preto colado ao corpo, com fendas laterais, era um convite para uma noitada caliente.
Uma rosa vermelha em seus cabelos presos, denunciava rebeldia.
Na dança mostrava sua alma ferida e quanto mais ela doía, mais se entregava a passos magistrais, coreografia única, conduzida pelos tangos de Gardel.
As pernas bem torneadas cruzavam-se rapidamente com as do parceiro, numa sincronia perfeita e sensual. Os “ochos” realizados com muita arte e elegância, faziam o público delirar.
Acordava sempre na cama de um bordel.Disfarçava as lágrimas com um sorriso malicioso.
Então dava-se conta da realidade crua e nua.E contava os minutos para que a noite chegasse novamente e com ela vestir a máscara que a camuflava.

Carmen Lúcia

Foto de Metrílica

Janela do Tempo

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Fecho os olhos...
Atravesso a janela do tempo...
Revivo, momentos especiais...

Adoro, a maneira como me envolvem os teus braços,
Como me protegem, como me afagam...

Adoro como me ilumina o teu sorriso,
Como me pacifica...

Adoro afogarme nos teus olhos,
Como me entorpecem... como me pedem...

Adoro, perderme nestes lábios teus,
Como me comem, como me instigam...entre beijos e suspíros...

Adoro sentir teu aroma, teu perfume, o cheiro da tua pele,
Como impregnam minha memoria... me levando até ti...

Adoro, o toque das tuas mãos,
Como passeiam teus dedos, pelos lábios meus...

Adoro, o roce, o calor do teu corpo,
Como desenhas, num ritimo alucinante, na minha pele os desejos teus...

Amo... quando bailamos assim, eu em ti... e tu em mim...
Sintonia, quimica perfeita!
Mergulhados, perdidos em tamanha emoção...

by Metrílica para seu grande amor Anibal Minotaur

Foto de Glayson

Desejo

Amor,

Percorri caminhos que nunca pensei percorrer e o melhor foi em tua companhia,

Sei que não fui à melhor amante, mass

Saiba que meu silêncio te disse estas coisas:

Que delícia teus toques,

Estou a explodir de excitação,

Sensacionalmente senti-lo dentro de mim,

Mas também não lhe disse, é um cara muito gostoso,

Gostaria de ter sussurrado tudo isto ao teu ouvido,

Mas não sabia qual seria tua reação,

Então preferi morder os lábios e deixar acontecer,

E agora se lembrando do teu gosto,

Rabisco estas palavras não sei se terei coragem de te mostrar isto mass,

O dia que me sentir segura terá acesso a estas linhas rabiscadas,

Ainda cheia de paixão e ternura.

AUTORA: ARLETIN

Foto de Ozeias

Os lábios de pitangueira

Antes de tudo, quero deixar bem claro que não sou uma prostituta, nem uma mulher qualquer. Ora, se meu marido tinha uma amante, que era nada mais, nada menos do que sua secretária, por que eu não poderia ter um amante? Bem, eu o perdôo; isso são coisas de instinto de caça do homem. As mulheres também têm os seus instintos. Pelo menos eu.
Sempre que eu ia até a padaria, notava o olhar faminto daquele moleque robusto, tão moço e já com postura de homem. Era vigiada minuciosamente por aquele par de olhos felinos, astutos. Com o passar do tempo, minha ida à padaria deixou de ser apenas à procura de pães. Eu queria também aquele olhar voraz que me despia e comia por inteira. Comecei a ir sempre aos horários em que ele estaria lá depositando os pães frescos na vitrine, para que pudéssemos ter nossas trocas de olhares secretas.
Na cama, em vez de meu marido, fazia amor com o padeiro. Em mente, o chamava, mesmo sem saber seu nome. Já não agüentava mais de desejo, então decidi tomar providência.
Eram seis horas da tarde, quase hora do seu expediente encerrar. Tomei meu banho e saí para a varanda, à espera dele. Eram seis e vinte quando eu o avistei sair do estabelecimento.
- Ei, moleque!-Gritei.
Ele me olhou, curioso. Apontou o dedo para si, como se estivesse perguntando se eu o havia chamado. Respondi que sim. Desconsertado e sem jeito, ele veio em minha direção.
-Sim?
- Será que você poderia me dar uma ajudinha ali dentro?
Ele ficou hipnotizado pelo meu vestido azul claro, meio transparente, que o permitia ver os meus seios. Pigarreou antes de falar.
-Sim, claro...
- Então venha.
Deixei que ele entrasse primeiro. Assim que entrei, fechei a porta e deixei meu vestido cair. Seus olhos esbugalharam-se e ele ficou imóvel. Tentou dizer algo, mas nada saiu daquela boca. Olhava-me de cima a baixo.
- Qual... Qual é... O que posso fazer para ajudá-la?
- Quero que me devore. Sou todinha sua, moleque- Disse deslizando minha mão sobre o meu corpo, parando em minha boceta. Dei um sorriso malicioso para ele, que engoliu em seco. Caminhei em sua direção, que recuou alguns passos, até que suas costas encontraram a parede.
Peguei suas mãos, que estavam frias e trêmulas, e levei-as até os meus seios, dando lentas voltas. Seus olhos se fecharam. Desci com elas pelas minhas curvas, depois as levei diretamente à minha boceta, agora úmida. Levei seus dedos úmidos até a minha boca e comecei a lambê-los. Depois, novamente peguei suas mãos e as depositei sobre minhas nádegas.
Até então, as únicas poções de massa que aquele rapaz havia manejado eram apenas as dos pães. Acostumado apenas a eles, ele apertou minhas nádegas fortemente com suas másculas mãos e começou a remexê-las como um padeiro experiente.
- Tá gostando, moleque?-Perguntei.
Ele não tinha voz. Suas mãos pareciam tremer mais; eu podia ver o suor deslizando por sua testa e seu pomo de adão subir e descer a cada engolida em seco que ele dava. Seus olhos de devorador brilhavam.
-Beije- Ordenei manhosa, empinando minhas nádegas em direção ao seu rosto.
Os lábios daquele pivete eram experientes. Mas eu tinha certeza que não era graças às mulheres, mas sim às pitangas e mangas que eram cultivadas em seu quintal.
Ouvimos um barulho do lado de fora. Assustado, ele afastou-se rapidamente, tentando recompor-se. Ver sua expressão de espanto fez com que eu risse, deixando-o ainda mais sem graça.
- Fica calmo, molequinho, meu marido não volta hoje.
Eu estava mentindo, meu marido poderia chegar a qualquer hora, mas ainda estava muito cedo para ele retornar. Ele nunca havia chegado em casa naquele horário, não seria naquele dia que ele chegaria.
- Vem de novo- Disse empinando-me novamente, acariciando as nádegas úmidas pela saliva dele.
Hesitante, ele foi aproximando-se lentamente até que novamente aqueles lábios já estavam a me lambuzar.
Na cama, comprovei que ele era completamente inexperiente. Ainda assim, tinha uma pegada forte. Fez-me gozar duas vezes. Primeiro, com sua língua; depois, com seu protuberante pênis.
Antes de partir, perguntei-lhe seu nome.
- Ernesto- Respondeu-me ele já na porta.
- O meu é...
- Marta!- Completou sorrindo.
Fechou a porta. Alguns instantes depois, enquanto estava no meu banho, Jorge chegou.
Jorge era advogado e estava envolvido num caso muito complexo. Com isso, passava o dia todo trabalhando, sem direito a pausa para o almoço ou café. Naquela noite ele estava cansado demais para me procurar.
- Amor, cheguei.
- Jorginho, meu amor, eu tive que dar uma saída e cheguei agorinha há pouco. Nem deu tempo de aprontar a janta, ainda. – Gritei do chuveiro.
- Tudo bem, eu estou sem fome. Vou tomar um banho e dormir, porque o dia hoje foi longo!
Desliguei o chuveiro.
- Quer que eu te dê banho?
Ele riu.
- Não precisa, amor. Estou cansado, mas não morto.
-Sei essa sua canseira- resmunguei baixo enquanto eu me enxugava. Era óbvio que ele transou com a secretária dele.
Durante a noite, enquanto ouvia os roncos do meu marido, tentei reproduzir os gemidos do moleque. Olhei para Jorge e tive uma espécie de remorso que logo se foi ao pensar na secretária com jeitinho de ingênua que tantas vezes fora a aquela casa nos jantares e almoços. Sob os roncos no quarto e gemidas em mente, adormeci.
** *
Mal dormi naquele dia. Não conseguia acreditar que havia transado com a musa inspiradora de minhas masturbações. Meu coração pulava a cada momento em que as imagens daquela tarde me vinham em mente. Minhas mãos nos seios fartos, em sua boceta molhada... Meu amigo Alfredo tinha que saber de tudo.
- Seu mentiroso duma figa!-Disse-me Alfredo, após eu ter lhe contado toda a história.
- Eu juro pra você. Ela me chamou pra ajudá-la em sua casa. Quando entrei, ela tirou a roupa e transou comigo.
- E por que eu acreditaria? Ela é a mulher do advogado, você acha que, se ela fosse trair ele, ela trairia logo com você? Além do mais, ela deve ter uns quarenta anos, não seria louca de se deitar com alguém da nossa idade.
Quando abri minha boca para falar, vi aquela figura graciosa surgindo na esquina, vindo em nossa direção com um sorriso no rosto. Marta...
-Olá, meninos...
-Oi- Disse Alfredo surpreso.
- Será que alguém de vocês poderiam me ajudar a trocar a luz da cozinha?-Perguntou dirigindo um olhar sugestivo para mim. Era como se os olhos dissessem “se ofereça!”.
-Eu!-Respondi no mesmo instante.
Alfredo olhou para ela, depois para mim, desconfiado.
- Ótimo! Dá licença pro seu amigo me dar uma ajuda?
-Claro- Alfredo forçou um sorriso.
Quando nos afastamos, pude ver a expressão de incredulidade no rosto dele.
Naquela tarde, transamos duas vezes.
- Você fuma?-Perguntou-me ela, que havia acabado de acender seu cigarro.
- Não.
- Qual sua idade, mesmo?
-Dezesseis.
Ao ouvir minha idade, ela engasgou-se e apagou o cigarro.
-Quer dizer que estou transando com um pivete que nem idade de homem tem?-Tapou os seios com lençol, como se estivesse envergonhada.
- Me desculpa, pensei que você soubesse minha idade. – Ia me levantando da cama, quando ela segurou meu braço e sorriu.
- Seu bobo, você pode até não ter idade de homem, mas tem o necessário que muitos, mais velhos que você, não tem. -Me beijou, depois recostou sua cabeça no meu peito, arranhando levemente meu braço.
Permanecemos assim calados por um longo tempo. Ouvíamos nossa respiração e os passos das pessoas lá fora.
- Até quando?- Perguntei, quebrando o silêncio.
- Até quando o quê?-Parou de me arranhar olhando para mim.
- Até quando vamos nos encontrar?
- Para de pensar nisso, seu bobo. Até quando nós dois quisermos.
- E se eu ainda quiser e você não?
Apesar de eu ter falado sério, ela riu. Senti-me incomodado por ela não ter levado a conversa a sério. Ao ver minha expressão, ela perguntou o que havia.
- Nada.
- Vamos, diga, meu molequinho.
- Você não está me levando a sério.
- Ora essa, esqueça isso de até quando. Se depender de mim, vamos ficar assim até você se cansar de mim.
- Mas eu não vou me cansar.
- Está vendo? Pra que se preocupar, então? Agora vá que meu marido está pra chegar. –Levantou-se da cama e saiu do quarto. Logo ouvi o barulho do chuveiro. Despedi-me dela beijando sua calcinha que estava caída ao pé da cama.
Quando saí da casa, vi a figura de Alfredo sentado na calçada da esquina. Ao me ver, ele levantou-se rapidamente com um sorriso largo e veio em minha direção.
- Então é verdade mesmo?
- Agora acredita?
Ele balançou a cabeça euforicamente. Seus olhos vibravam.
- Bico calado entendeu? Nem pense em dizer isso pra ninguém.
- Eu não sou dedo duro!
Enquanto caminhávamos, Alfredo, curioso de tudo, queria saber todas as coisas sobre mulher e sexo, como se eu fosse experiente.
- Você é muito sortudo!-Repetia ele a todo instante.
- Não se preocupe, você também vai fazer isso.
Despedi-me dele com mais uma advertência de que ele não dissesse absolutamente nada sobre aquilo.
Certa vez, enquanto eu acendia meu cigarro-Sim, eu comecei a fumar- após uma intensa transa, Marta perguntou-me se eu havia falado algo sobre o nosso caso para meu amigo Alfredo.
- Não- Menti- Por quê?
- Já reparou como ele nos olha? É como se soubesse...
- Vai ver ele desconfia.
- Aquilo não é olhar de desconfiança, é de certeza. – Pegou o cigarro de minha boca, tragou- Ele passa aqui em frente olhando pra cá, como se estivesse procurando alguma coisa.
- Vai ver ele também gosta de você.
Ela riu, depois voltou ao seu tom sério.
- Você não disse nada mesmo, não é?
- Claro que não, medrosa. Por que eu falaria? –Disse acariciando seus cabelos negros.
- Não sei. Vocês moleques gostam de contar vantagem de garanhão.
Tomei o cigarro de suas mãos e o apaguei no piso de madeira do quarto.
- Vou te mostrar que não preciso tirar vantagem de garanhão!
Transamos mais uma vez, só que dessa vez, com uma força que jamais havia feito antes. Pensei que ela fosse reclamar, mas parecia estar gostando. Chamou-me de coisas que jamais imaginei ouvir de uma mulher.
Ao sair da casa, encontrei-me com Alfredo dobrando a esquina, como se estivesse vindo da mesma direção que eu.
- Alfredo!
Notei que ele assustou-se ao ouvir chamá-lo, mas virou-se para mim com uma expressão de surpreso.
- Ernesto, garanhão!- Cumprimentou-me.
- Marta está desconfiada de que você sabe sobre nós.
- Como?
- É culpa sua! Você olha pra ela como se soubesse de alguma coisa, passa pela casa, curioso como se já soubesse que eu estaria lá. Seja mais discreto, porra!
- Desculpe, Nesto.
- Tudo bem , mas fique na sua. Não posso nem imaginar se ela souber que eu te contei.
***
Foi inacreditável a rapidez com que o moleque foi ganhando experiência na cama. Em poucos dias, ele já sabia as manhas para me deixar completamente louca. O que é pior, ele soube como entrar em mim, impregnar-se em minhas entranhas, tatuar-se em minha alma. As coisas estavam tomando outro rumo. Já não era mais apenas um desejo, uma atração, era um fogo que queimava meu peito e carbonizava qualquer razão que me viesse à cabeça.
Seu rosto infantil, seu olhar devorador, seu corpo esbelto, suas palavras doces e engraçadas me prendiam a cada dia mais e mais. Estar ao lado dele me trazia uma sensação que eu jamais havia sentido antes. Era como se ele fosse meu protetor, como se aqueles tenros e torneados braços que me envolviam fossem uma fortaleza. Contava-me histórias engraçadas, chegava a até recitar poesias. Por vezes, me surpreendia com propostas absurdas.
- Você fugiria pra viver comigo?
- Aceitaria um filho meu?
Eu sempre achava graça o que fazia com que ele ficasse um pouco chateado. Depois, nas madrugadas em que ele me assombrava, ficava pensando em suas propostas. Eu me repreendia quando, ainda que em pensamento, dizia-lhe que sim.
Quando me deitava com Jorge, tinha uma estranha sensação, como se estivesse traindo meu moleque, não o contrário.
- Você está bem?-Perguntou-me meu marido assim que terminamos de transar.
- Sim, por quê?
- Faz dias, você quase não fala. Na cama está mais acanhada...
- Impressão sua, meu amor- Disse forçando um sorriso e beijando-lhe. Depois voltei aos meus pensamentos. Em poucos instantes, Jorge já roncava.
Como não conseguia dormir, decidi tomar um ar fresco na varanda. Recostei-me no balaustro e fechei meus olhos, sentindo o vento soprar meu rosto. Quando abri, assustei-me com a figura do amigo de Ernesto. Ele me olhava com malícia e um meio sorriso desabrochado. Ficou assim por alguns instantes, depois cumprimentou e saiu caminhando. “ Impossível ele não saber de nada. Ou o moleque mentiu, ou ele nos espiona”, pensei voltando nervosa para dentro. “Amanhã darei um jeito.”
No outro dia, decidi dar uma volta pelo bairro, a fim de encontrar o amigo do meu moleque. Não demorei muito a encontrá-lo sentado com outros garotos na praça jogando baralho. Caminhei em sua direção.
- Sua mãe pediu pra te dar um recado. Está te chamando. –Menti.
- Minha mãe?- Indagou confuso.
- Sim. – Respondi-lhe dando meia volta e caminhando lentamente. Em poucos segundos, podia ouvir seus passos apressados atrás de mim. Quando ele já ia passando por mim, disse-lhe que era mentira.
- Se minha mãe não está me chamando, o que é então?
Disse-lhe que precisava tratar de algo muito importante e que precisava ser já. Levei-o para minha casa e pedi para que ele se sentasse e me esperasse, enquanto fui à cozinha buscar suco e biscoitos. Quando voltei, o encontrei com um sorriso ansioso no rosto, que logo se desfez ao me ver com a jarra e a bandeja. Parecia esperar outra coisa.
- O que a senhora quer?- Indagou enquanto pegava um biscoito.
- O que você sabe sobre mim e o seu amigo?
Ele parou de mastigar por um momento, depois olhou para o pé do sofá e respondeu que nada.
- Nada? Ora, vamos, diga.
- Eu juro. O que há entre vocês dois que eu deveria saber?
- Bom, nada... Vamos, não minta que eu sei que você sabe!
- Eu não sei de nada, te juro!
- Que pena... Seria tão mais legal se brincássemos nós três...
Ele engasgou-se. Seus olhos se mostravam surpresos. Aproximei-me dele, sentei ao seu lado e sussurrei em seu ouvido.
- Tem certeza de que ele não falou nada?-Passei a mão por sobre o volume que já se mostrava em sua calça.
- Bom... Já que a senhora insiste... Ele me contou que vocês dois tem um caso, mas eu não acreditei... Ai!
Minha mão apertava com força o seu pênis.
- Escuta aqui, moleque, se você abrir esse bico pra alguém, eu juro que te capo, ouviu?
- Sim, ai!- Sua expressão era de dor.
- Agora vai!
Ele levantou-se mais do que depressa e saiu disparado pela sala.
Então meu moleque havia mentido para mim. Será que ele não pensou no que poderia acontecer se o seu amigo resolvesse abrir a boca? Minha cabeça já começava a doer, tamanha a raiva. Iria terminar tudo, acabar com aquela insanidade perigosa naquele dia. Decidi esperá-lo ali mesmo no sofá.
Quando ele chegou, veio sorridente em minha direção. Levantei-me rapidamente e, com toda a força que podia, esbofeteei-lhe.
- O que foi?-Perguntou massageando o rosto, com os olhos d´água.
- Seu moleque irresponsável! Você disse tudo praquele seu amigo, não é? Você não tem ideia do risco que você colocou a gente? Se ele resolve abrir a boca por aí, estamos mortos!
- Eu não disse nada.
- Seu mentiroso, cínico, ele confirmou!- Disse tão alto que parecia um grito.
Ele fitou o chão, silencioso.
- Me desculpe, amor...
- Não vou te desculpar, seu imbecil. Vocês homens, quero dizer, crianças! Agora saia já daqui que não quero ver você!- Minha cabeça parecia explodir. Lágrimas escorriam pelo meu rosto.
Ele abriu a boca para dizer algo, mas antes que saísse alguma palavra, eu ordenei que ele saísse tão braviamente que minha garganta chegou a doer. Cabisbaixo e ainda massageando o rosto, ele saiu pela sala. Assim que porta se fechou, caí aos prantos no sofá. Por que é que ele tinha que ter feito aquilo? Não estava bom aquele segredo só nosso? Tomei um remédio e fui para uma ducha fria.
***
A dor da bofetada que Marta me deu não foi nada comparada a da idéia de não tê-la em meus braços naquela tarde, nem nas que viriam. Eu estava furioso comigo e com Alfredo. Por que é que eu não guardei segredo? Eu não sabia o que fazer. Chorava copiosamente enquanto caminhava de volta pra casa. Decidi dar uma volta até que eu me acalmasse, antes de retornar para casa.
Enquanto caminhava, vários pensamentos me vieram. Entre eles, o de esganar Alfredo com minhas próprias mãos. Ou então de amarrá-lo num tronco e chicoteá-lo até a morte. Tantas foram as formas de sua morte que me viera a cabeça, que logo decidi como ia fazê-lo. A porradas! Sim, ia socá-lo tanto no rosto que iria desfigurá-lo! Minhas mãos cerravam, meus dentes apertavam os lábios a cada acesso de raiva que me viam junto com essas idéias.
Quando virei a esquina da praça, notei a figura de Alfredo no meio do grupo de sempre. Com as têmporas aos pulos e dentes e mãos cerradas, corri em sua direção. Ao me ver, ele levantou-se rapidamente assustado, como se soubesse o que iria acontecer a seguir. Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, desferi-lhe um soco na boca. Ele cambaleou de lado e logo caiu. Levantou-se e veio em minha direção tentando revidar, mas antes de o fazer, chutei-o fortemente na barriga, derrubando-o no chão, sem fôlego. Antes de eu investir pra cima dele, os meninos me separaram. Furioso, eu tentava me soltar aos gritos.
- Me larguem que eu vou quebrar a cara desse fofoqueiro filho da puta!
- Pelo amor de Deus, Ernesto, o que deu em você?-Perguntou-me Pablo, espantado com minha fúria.
Não conseguia dizer mais nada a não ser “me larguem”. Enquanto eu tentava me soltar, olhava furiosamente Alfredo, que se contorcia de dor no chão.
- Tirem o Alfredo daqui!-Disse Pablo afastando-me de perto dele.
Em poucos segundos, levaram Alfredo dali. Tentei me desprender de Pablo para que pudesse socar o fofoqueiro novamente, mas eu não conseguia. Demorou bastante tempo para que eu pudesse me controlar. Sentei-me no banco ofegante, abaixei minha cabeça e voltei a chorar novamente.
À noite, não consegui dormir. A imagem de Marta me vinha toda vez que eu fechava meus olhos. Seus seios rijos, sua pele alva com algumas pintas que ornavam seu ventre e pescoço, suas nádegas volumosas, seu quadril largo, carnudo, seus lindos lábios avermelhados pelo batom, sua boceta úmida, o perfume das colônias em sua pele, dos cabelos negros... Mordi o travesseiro de raiva.
O cheiro de manga no quintal fez com que eu me recordasse do dia em que, nus no chão da sala, enquanto eu levava a manga em minha boca, ela tomou-a de mim, descascou-a e começou a lambuzar-se.
- Vem chupar. –Disse enquanto deslizava a fruta por entre seus seios. Depois apertou a manga em cima de sua boceta, de modo que o caldo se concentrasse nela. Enquanto eu a chupava, sentia-a tremer, diante do enorme prazer. Logo, o doce da fruta perdeu sabor diante do gozo dela. Depois fomos nos banhar, onde lhe ensaboei a boceta e as nádegas.
Levantei-me da cama e segui para o quintal à procura da manga que eu havia acabado de ouvir cair sobre as folhas. Assim que encontrei, segui para o banheiro me despindo rapidamente. Comecei a chupar a fruta, deixando o caldo derramar sobre o meu corpo. Enquanto eu me lambuzava, masturbava-me relembrando do corpo melado de Marta. Quando gozei, entreguei-me à dor da realidade de não tê-la mais.
***
Eu não estava odiando meu moleque, mas não conseguia perdoá-lo por ter colocado nós dois em risco. Decidi nos separar para protegê-lo, mais do que a mim. Só Deus sabe o que aconteceria com ele se meu marido soubesse de alguma coisa.
Por três vezes ele veio aqui em casa se desculpar, mas eu não o quis ouvir. Dispensei-o dizendo-lhe coisas grosseiras. Da última vez, quase não resisti àqueles olhos vorazes que me fitavam com tristeza. Por alguns segundos, pensei em convidá-lo para entrar e matar toda aquela vontade de tê-lo novamente, mas aí me veio a imagem dele caído no chão com uma bala no peito. Estremeci.
-Saia daqui, agora!-Enxotei-lhe do portão.
Jorge teve que fazer uma viagem de repente, pois ele precisava acertar alguns detalhes para o adiantamento de um tal processo.
- Quantos dias?
- Quatro.
Decidida a não ficar sozinha, liguei para minha prima convidando-a para passar alguns dias comigo. “Eu bem que gostaria, mas a tia Adelaide está aqui”, desculpou-se ela. Eu sabia que se eu ficasse aqueles dias sem meu marido, eu não resistira à tentação de perdoar o meu moleque.
Antes de meu marido sair, tomamos um drinque. Quando ele saiu, continuei a beber. Eu já havia esvaziado quase meia garrafa de uísque. Consultei o relógio, estava quase na hora da padaria fechar, então fui para a varanda. Não demorou muito para que eu o visse saindo do estabelecimento, a passos lentos, meio cabisbaixo.
- Ei, moleque!-Ele parou, olhou para mim e sorriu. Depois veio caminhando apressadamente em minha direção.
- Você está me desculpando?
- Não seja bobo e entre aqui.
Apressadamente, ele abriu o portão e veio de encontro a mim. Nós nos abraçamos ali mesmo, na varanda.
- Eu te amo tanto- Disse-me ele, apertando-me em seus braços ainda mais.
- Eu também, moleque. – Disse beijando-lhe ali mesmo. Peguei sua mãe e o levei para a sala. Antes de fechar a porta, vi que a vizinha nos olhava da janela, curiosa. Forcei um sorriso para ela, que me olhava com desaprovação.
Naquela tarde, fizemos amor como nunca. Ele me apertava como se quisesse nos unir, me penetrava como se quisesse estar dentro de mim, dizia-me coisas bonitas que me excitavam ainda mais.
- Te quero muito, meu moleque. Eu te quero até morrer. –Repetia-lhe essas palavras em meio às gemidas.
Transamos na sala, no quarto e no banheiro, quando fomos nos banhar.
- Volta amanhã?-Perguntei.
- Sempre!-Disse-me ele com seu sorriso.
Naquela noite, pela paz de tê-lo novamente e pela meia garrafa de uísque, adormeci logo.
Em todos os dias em que meu marido esteve de viagem, transei com meu moleque. Esses dias foram longos e curtos, ao mesmo tempo.
Quando Jorge chegou, foi como se tivesse acabado de sair. Mesmo assim, fingi empolgação e exclamei “amor”, assim que a porta se abriu. O abracei e disse que estava morrendo de saudade e louca para fazer amor com ele.
- Dá pra ser depois? Agora estou cansado da viagem. –Disse deixando sua mala no chão, indo em direção ao banheiro.
Enquanto ele se banhava, comecei a retirar seus pertences da mala. Enquanto retirava as peças, cheirava-as a fim de detectar algum outro perfume; e detectei. Quase todas as peças tinham o mesmo perfume estranho- que, na verdade não era tão estranho assim, pois eu o conhecia, e muito bem!-, que eu sabia quem pertencia: sua secretária. Estava na cara que ele não viajou a negócios, mas sim por diversão.
***
Eu estava tomando meu café da manhã antes de ir para a escola, quando meu pai sentou-se à mesa com um olhar que eu jamais havia visto antes.
- É verdade isso o que estão falando por aí?
Parei meu copo de café na metade do caminho.
- O que estão falando, pai?
- Que você anda de caso com a mulher do advogado.
- O quê?! Quem disse isso?
- O povo!
-Mas é mentira, pai.
- Eles não iam inventar uma cosia dessas. Tantas moças da sua idade, bonitas, e você cria caso com a mulher do advogado? Aquela desavergonhada!- Meu pai estava nervoso.
- Ela não é desavergonhada!- Disse socando a mesa, mas logo me arrependi. Ele me olhava, incrédulo.
- Então é verdade, não é?-Acusou-me meu pai. – Você tem ideia do que vai te acontecer se ele souber que mulher dele anda traindo ele com um moleque? É morte na certa!
A essa altura, minha mãe já havia aparecido na cozinha e me olhava preocupada.
- Eu liguei pra tia Joana. Você vai pra casa dela.
- O quê?- Levantei-me de um salto- Quando?
- Na semana que vem. Sem discussão- Disse-me meu pai.
- Eu não vou a lugar nenhum!- Saí apressado da cozinha com minha mochila, fechando a porta com violência. “Só pode ser Alfredo!”, pensei.
***
Desde o dia em que Ernesto me fez passar aquela vergonha em meio aos meus amigos em plena praça, jurei a mim que eu não sairia na pior. Pensei em contar ao advogado que sua esposa estava ficando com outro homem, mas vi que Ernesto e ela não estavam mais juntos, o que faria com que o que eu dissesse parecesse mentira. Eu sabia que a volta dos dois seria só uma questão de tempo; era só a tempestade se acalmar.
Assim, passei a vigiar cada passo de Ernesto.
Uma vez, quando o vi se aproximar da casa da esposa do advogado, logo me animei: Eu poderia me vingar! Mas logo vi que não ia ser tão fácil assim, pois a forma como ela falava com ele e o olhava era dura, como se ainda as coisas não estivessem bem. As outras duas vezes também foram a mesma coisa. Na última, por um momento, pensei que ela fosse arrastá-lo para dentro e transar com ele, mas logo ela o enxotou.
Assim os dias foram se passando até que no fim de um de seus expedientes, o vi caminhar em direção à casa do advogado. Lá estava ela da varanda, chamando-o. Rapidamente, ele correu para dentro da casa. Os dois se abraçaram e, para minha surpresa, se beijaram ali mesmo. Depois sumiram de vista. Bingo!
Novamente, eles voltaram a se encontrar como antes e aquele fato não pareceu ser uma descoberta só minha, mas como das outras pessoas, também. Logo as mexeriqueiras da cidade começaram a falar sobre a mulher do advogado e um rapaz padeiro. Já era hora do advogado saber, mas por mim.
Escrevi uma carta anonimamente explicando-lhe tudo e a deslizei por baixo da porta, de madrugada. No outro dia, ele saberia de tudo.
***
Quando meu moleque chegou, não trazia aquele sorriso costumeiro, nem aquele olhar vivo, mas sim uma expressão de tristeza.
- O que houve?-Perguntei.
- As pessoas sabem sobre nós- Disse-me ele, sério e cabisbaixo.
- Como assim?- Perguntei. Mas logo me veio a resposta: a vizinha. Estava claro! No dia em que eu, bêbada, beijei-o na varanda ela viu. Eu não conseguia falar.
- E meus pais vão me tirar da cidade.
O quê? Não podia ser! Eu não queria ficar longe do meu moleque, meu amor... Comecei a chorar.
Ele veio em minha direção e me abraçou, também chorando.
- Eu não quero me afastar de você. Prefiro morrer a sair daqui. Eu te amo!
- Eu também, meu amor. Também não vou agüentar ficar longe de você.
- Isso foi coisa do Alfredo!- Ele levantou-se bravo, com as mãos em punhos. – Eu vou matá-lo!
- Não, não foi ele, foram os vizinhos. Eu sei que eles nos viram na varanda, naquele dia. – Abracei-o- Venha, por favor, sou sua, meu moleque.
Fizemos amor ali no sofá, sem nos preocuparmos com a chegada do Jorge. Ficamos deitados ali, nus, em silêncio.
Embora não estivéssemos dizendo uma só palavra, podíamos nos ouvir. Nossos corações batiam descompassados. Nossos olhares se encontravam, sorriam para si, diziam coisas que jamais compreenderíamos, se fossem ditas em palavras.
Mas o que estava acontecendo comigo? Por mais que aquele lado racional me dissesse para mandá-lo embora, meu coração e minha boca não o faziam. Era tarde demais, eu simplesmente sabia que não mais ficaria sem ele.
Eu não queria ficar sem ele, preferia a morte.
-Eu também- Disse-me ele. Fechando seus olhos, dando um longo suspiro antes de adormecer em meu peito.
***
"Na noite de ontem, uma tragédia se abateu sobre a cidade de Baixo Guandu. Uma mulher de quarenta e três anos e um jovem de dezesseis morreram a tiros e depois foram carbonizados durante o incêndio na casa em que os dois se encontravam. Segundo as testemunhas, as duas vítimas mantinham relações sexuais.
As testemunhas dizem que o marido da vítima teria chegado em casa alterado por volta das dezenove horas e encontrado a esposa com o jovem. Seguiu-se uma longa discussão, depois se eles ouviram quatro disparos, depois sentiram um forte cheiro de fumaça. O marido da vítima está sendo procurado pela polícia.
Os pais do jovem estão abalados. Amigos e vizinhos também não se conformam com a tragédia."
Jornal O Estado, 22 de Novembro de 1973.

Foto de Ozeias

Gozo eterno

E quando despertou do que os humanos chamam de morte, viu que o que o esperava para além da vida era algo extraordinariamente fantástico.
Um infinito campo de corpos misturados, sem preferência de beleza ou físico se mostrava diante dele. O som ambiente eram gemidos de prazer, sons maravilhosos das bocas masculinas e femininas.
-Seja bem vindo!-Disse uma majestosa mulher nua indo ao seu encontro com um belo sorriso.
-Que lugar é este?-Perguntou confuso, olhando para aquela enorme suruba.
-Aqui é onde todos vão depois do que vocês chamam de morte. O que imaginou que fosse, o inferno?
-É que me ensinaram que quando se peca demais, vai para o inferno...
-O inferno é a abstinência sexual, querido.
- Quer dizer então que estou no paraíso? Cadê Deus?
-Bom, apenas está com Deus quem tem o grau de experiência sexual avançado. Você ainda não chegou lá.
- E quando é que ocorre isso?
- Quando você tiver o orgasmo infindável, quando não se cansar do sexo. Aqui estão todos no aprendizado. Como você pode ver, não há orientação sexual: Todos transam sem nenhum pudor, entregando-se ao prazer. Não se sinta envergonhado caso sentir-se atraído por um homem.
-Então quer dizer que aqui não existe homossexualidade?
-Exato! Há só o prazer!
Ele ficou um longo período observando aquele monte de corpos entregues ao prazer. Reparou que o prazer dali parecia ser muito melhor do que os que se sentia em vida na Terra.
- Deve ter reparado que aqui o prazer é muito maior. Algo que em vida essas pessoas nunca sentiram,não é?
-Foi o que reparei agora.
A mulher sorriu.
-Venha, vamos que há mais coisas a ser mostrada.
Enquanto caminhava por entre os montes de corpos, ele reparou na natureza. Ela parecia de alguma forma proporcionar prazer. O brilho do sol acariciava-o calorosamente, a fragilidade da grama produzia uma sensação leve de cócegas. Depois, ele passou a ouvir gritos e barulhos de objetos, como chicotes.
-Aqui há também o sadismo e o masoquismo. –Disse apontando para um enorme grupo com diferentes espécies de objetos sado masoquista.
- Meu Deus... – Disse ao ver uma mulher sendo lambuzada por uma substância que parecia ser parafina.
-Vejo que você aceitou facilmente esta idéia a respeito do paraíso.
-É que... Isso tudo ainda me parece um sonho, embora eu tenha certeza que não seja.
-Tudo bem... Sei perfeitamente como é.
Continuaram a prosseguir e ele pôde ver coisas que enchiam seus olhos. Coisas que ele jamais poderia imaginar ser possível na Terra.
- O que você vê aqui não é nada comparado às que há no plano de Deus.
- É mais extraordinário ainda?
- Não há palavras para descreverem.
Ele, atordoado, tentou imaginar como seria o plano sexual de Deus. Não conseguia imaginar algo mais extraordinário que aquilo. Depois de muito refletir, voltou a si com algumas questões.
- Escuta, e as crianças?
A mulher riu, como se já esperasse essa pergunta.
-As crianças que morrem antes mesmo de aprimorarem suas experiências sexuais, voltam imediatamente para o planeta de onde vieram.
Ele assentiu com a cabeça, pensativo. Mas logo voltou a falar.
- E por que essa verdade além da vida não é exposta aos seres de uma vez? Por que nós humanos não fazemos sexo a vida inteira ao invés de trabalho, comida e outras coisas que julgamos necessárias?
- Assim quiseram vocês viver. Os primatas passavam a maior parte do tempo transando, o único trabalho era para o alimento. Mas com o tempo,vocês foram se adestrando, criando o pudor e tudo que você vê. Mas há planetas que são voltados apenas para o sexo. São os planetas evoluídos.
- E aqui vocês não comem?
- Nos alimentamos com a troca de energia, entende?
-Perfeitamente.
- Mas não pense você que só transamos o tempo todo. Conversamos, fazemos nossas artes,também.
-Arte?
-Sim, criamos coisas...
-Coisas?
-Sim, mas isso você verá com o tempo. Vamos caminhar que há muito mais coisas a ser mostrada.
Enquanto caminhava, ele viu diferentes espécies de animais em meio aos montes humanos.
-Zoofilia?
-Sim, por que não? Os animais também sentem e produzem prazer!
Continuaram a caminhada até o anoitecer. A noite tinha uma atmosfera prazerosa, o brilho da lua tornava as coisas mais desejáveis. As estrelas eram mais brilhantes e ajudavam na iluminação do infinito campo. Uma música sensual vinha de algum lugar que ele não sabia onde. Só depois foi ver que era de um enorme palco onde se encontravam pessoas que tocavam instrumentos de diferentes sons e formas que parecia provocar sensações de prazer em quem os manejassem.
- A cada segundo aqui me surpreendo!
-É assim, mesmo.
- Mas por que não me lembro de ter vindo pra cá antes?
- Porque esta é sua primeira vez neste plano. Logo entrarás no lago das recordações.
-Lago das recordações?
- É onde lhe é devolvido todas as lembranças de cada vida sua no seu planeta e em seus planos.
-Fabuloso!
Mais coisas lhe foram sendo revelado, e a cada revelação, mais maravilhado e excitado ele se sentia.
- E ao amanhecer, já podes começar sua prática sexual aqui no campo. Começarás comigo.
-Mal posso esperar-Respondeu ele sentado, ereto, olhando sorridente para ela.
- E posso sentir que tens uma boa experiência- Ela pegou em seu pênis. Pegada esta que fez com que ele tivesse uma maravilhosa sensação.
- E bem cedo, logo que o sol nascer, você vai ao Lago das Recordações.
Ele adormeceu ali, sobre os gemidos e sons decorrentes dos prazeres, ao lado de sua primeira parceria sexual.
Até o sono e o repouso ali era mais fantástico. Algo que ele não soubera descrever a si mesmo após acordar.
- Então, como se sente?-Perguntou sua orientadora.
- Estou ótimo!
- Agora vamos ao lago das recordações.
Quando aproximou-se do lago, encantou-se com a visão. A água do lago era colorida e tinha um aroma Fechou os olhos e aspirou, vendo alguns flashes de suas vidas. Espantou-se.
- Não se preocupe, essa visão é natural. Agora entre.
Todas as recordações das vidas e estadias em planos anteriores lhe vieram.
- Pode ver suas vidas anteriores?
-Sim. Tenho consciência de tudo! Absolutamente tudo!-Disse admirado, fazendo com que ela sorrisse.
Naquela manhã, os dois eram os únicos a estarem acordados. Até o silêncio ali era mais prazeroso.
E após novas contemplações, os corpos dos dois se juntaram na beira do lago. E ali começou o início de um prazer longo, onde cada segundo são eternos, onde o prazer não cessa.

Foto de Enise

Tua Boca

Link do vídeo no YouTube:

http://www.youtube.com/watch?v=oxTvOSHJRfw

Enise
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Foto de Diario de uma bruxa

Não tem solução

Nem sempre tudo é com desejamos
A vida às vezes nos da às costas
Quando achamos que esta tudo bem
A cadeira se vira e fica com as pernas pro ar.

Não é fácil encarar as dificuldades
No amor é ainda mais complicado
Pois tem o coração envolvido
E quem consegue resolver os problemas do coração
Sem se machucar

Ninguém
Sempre um sai machucado
E a ferida é profunda
Não cicatriza fácil

O coração sofre intensamente
E numa insistência aterrorizante
A mente não para de funcionar
Pensa, pensa e pensa
Mas fica sempre no mesmo lugar

Empacada
Sem saber como lidar com a situação
É aterrorizante a dor que se aprofunda no peito
Vai corroendo por dentro
Você já não sente mais nada
E quando tudo acabar
É que percebe que nada teve razão

E a solução evaporou.

Poema as Bruxas

Foto de THOMASOBNETO

Amantes.

Quando nossos corpos se encontram...
Exalando desejos de loucas paixões!
Na união de nossos lábios molhados,
Pelos nossos devaneios incontroláveis...

Suspiro fantasias, beijos loucos apaixonados.
Minhas mãos percorrem o nu de teu corpo...
Embriagando-se em eflúvios sentimentos,
Buscando em cada curva o apogeu do amor!

E tu entregues aos delírios sem pudor...
Arranca a mascara de tímida mulher,
Libertando-se como pétalas do mal-me-quer!

E assim nosso amor se vai por noites adentro...
Respirando o perfume da total e louca entrega.
Selando com um beijo, o gozo dos amantes!

Baroneto.

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