alegria

Foto de Carmen Vervloet

A MINHA RUA JOÃO DA CRUZ

A MINHA RUA

Meu pedacinho de chão
Que tão bem eu conheço
Mapeado no meu coração.

De dia, linda, limpa, ajardinada,
Árvores nas calçadas,
Acácias, flamboyants, oitis,
Sombreando a lida,
Palmeira balançando ao vento
Acalmando o ardor do momento!

À noite, outro cenário.
Entra em ebulição...
Palco de muita agitação.
Cadeiras tomando as calçadas
Jovens com mãos entrelaçadas,
Música, cerveja e alegria...
Mocinhas bem arrumadas,
Lábios carmins
Buscando seus afins!
Carregando sonhos no coração,
Hormônios em ebulição.
Palco de tantos encontros
E desencontros também.
Camelôs ocupando espaço
Dos transeuntes que passam
Em outro ritmo!
Em descompasso com a energia local
Outro espaço sideral!
O burburinho impera
Cada vida uma novela
Refletida no telão da paisagem!
Cada par de olhos buscando o seu sonho,
Transbordando emoção!
Música, cerveja e alegria
Propagando-se em ondas
Da mais pura energia
Nesta magia
Onde as portas se abrem
Sem fechadura, sem chave,
Sem resistência
Deixando entrar a esperança
De ser feliz!

A minha rua, meu pedacinho de chão
Bordado por mim em matiz
No meu coração!

Carmen Vervloet

Foto de Gideon

Frio, chocolate e saudade

A saudade esfria o meu coração
triste como é o sabor da solidão.
Como é amarga a saudade de você
que faz o meu coração gelado tremer.

Meus pés congelaram ontem,
zero grau subiu ao coração já frio,
meus olhos tinham preguiça de chorar.

As luvas pretas de algodão
tentavam barrar, em vão, as correntes geladas
que irrompiam nas minhas mãos.

Graças ao bom Deus congelar não permitiu
pois, para aquecer, eu esfregava
os meus pensamentos aos seus.

Logo estarei no fim da barra de chocolate
aí quero deixar o gostinho amargo bem guardado
prá beijar os seus doces lábios melados
e esquentar de vêz o meu coração gelado.

Quisera poder mexer no tempo
e fazer uma máquina de nuvens quentes
prá levar-me até você.
Tentarei hoje à noite
quando os meus olhos em sono profundo cerrarem-se.

Ah, mas não é assim, os devaneios da madrugada
não seguem as ordens de nosso coração
por mais vontade e saudades
que tenhamos de nosso amor.

Mas eu descobri um jeito de ficar perto de ti
por mais longe que estejas, farei poesias brancas,
coloridas, altas, baixas, cheias, vazias, alegres e tristes...

Os versos da poesia acariciam a minh'alma
como se as suas suaves mãos
cá estivessem ninando o meu coração.

Foto de Gideon

O Trem da minha sina

O sentido da vida
jamais poderemos saber,
os dias corridos e apressados
jamais poderemos reter.

Observo os outros, próximos,
que ao meu lado movem-se
pelo instinto do viver.
Vão e vêm sem perceberem
que uma sina oculta
cumprem sem merecerem.

Eu também da minha sina
não consigo fugir,
de tudo fiz, de tudo aprendi.
Faculdade de gente rica,
como diziam lá na vila,
profissão de família boa,
que não se consegue à toa.

Pois bem, por mais que tentasse
e tudo fizesse ao meu alcance,
cá estou em pé no trem parador
seguindo obediente pro meu labor.

A trilha do ruído dos trilhos
remete-me às histórias de meu pai,
que cumprindo por si também a sua sina
nos mesmos trens paradores e diretos
apertado e inconformado subia e descia.

Não, não entrego os pontos assim facilmente,
da bolsa de couro macio
saco a caneta e o caderno, paciente.
Anoto as expressões dos pobres coitados
e transformo-os em atores,
essa gente de recursos tão parcos.

Pelo vagão procuro feições tristes
prá rechear os meus tristes escritos,
mas sorrisos ingênuos e olhares candentes
surpreende a minh’alma de poeta reticente.

Volto-me para a minha própria condição,
passageiro desta tão pobre e nobre condução.
Na chupeta pendente agarro a minha mão,
pro balanço do trem não jogar-me na solidão.

Por de trás de meus óculos, disfarçado,
observo Maria de cabelos ondulados
e tosca roupa na moda dos rebolados.
Mastiga um chiclete já meio deformado.

Ela serve, quem sabe,
prá ser a minha heroína dum conto qualquer,
que insisto escondido ali existir,
e naquele cenário tão pobre
tento ainda alguma arte produzir.

Com uma das mãos sustento o caderno
com a outra a caneta retiro do terno.
Próximo à porta apoio as minhas costas.
As histórias de Maria
vou tentando dar forma
com letras tortas.

A sina da vida sofrida de Maria
insisto incluir no meu conto,
mas ela é bonita demais
e distraio-me com o seu encanto.

Um lugar prá Maria, enfim,
não encontro no meu conto.
Contudo logo percebo,
que o personagem que descrevo
sou eu mesmo,
que do trem da Central do Brasil
ainda é prisioneiro.

A sina da vida, insisto,
ainda quero incluir no meu conto.
Mas não é a realidade que de fato vivo?
Pergunto-me com desencanto.

O sofrimento do enredo
que sobrepõe a minha inspiração
vai desfazendo daquele conto
que não consigo continuação.

A minha sina parece que segue
no trem da minha vida
e cá estou de caderno fechado,
caneta no bolso borrado,
observando Maria que com charme
o chiclete ainda mastiga.

O balanço desse sofrimento
atormenta o meu coração
que é solitário de paixão,
Maria, quem me dera,
que prá ter o seu olhar tudo faria
mesmo que fosse por compaixão!

Na estação da Central
o meu sofrimento fita o chão.
O olhar de Maria se foi na multidão.
Meu caderno de escritos agora
descansa triste na minha mão.
Ainda ouço, ao longe, com emoção
o clamor da última pregação.

Anúncios saindo dos alto-falantes da estação
ecoam agora inundando o saguão.
Eu caminho apressado
esbarrando nos braços
de tantas marias
e em tantas mãos.

O poeta desce pro Metrô, frustrado,
e na escada rolante, agarrado.
desvia-se dos braços de esmola, esticados,
pendendo o seu corpo pro lado.

O conto sobre Maria
e o trem dos amontoados
ficarão prá outra viagem.
Quem sabe um dia sem esperar
a inspiração virá
e outras marias com outros penteados
serão heroínas do poeta,
que segue a sua sina
no trem dos desafortunados.

Foto de Gideon

Saudades do meu saxofone

Há dias não sinto o sabor de sua língua
Não sinto o atrito de seus dedos
Não sinto o peso de seu corpo.
Deixei-te quieto no canto de meu quarto.
Estojo meio empoeirado, pendente pro lado.

Partituras largadas e desarrumadas
Na estante recostada na parede
O som ainda ligado querendo recomeçar
Um play-back que deixei por terminar.

Sinto falta das escalas tossidas prá te desengasgar
Antes dos desafios das lições de sábado pela manhã.
Preso ao minúsculo quarto desse triste hotel
Sinto-me triste por não te tocar.

Não sei por quanto tempo vou suportar
A solidão dos meus sons, devaneios e elucubrações.
O semblante do Tom Jobim no song-book anotado
Pertuba-me, vez outra, em sonhos tumultuados
Da alma perdida sem saber pro meu Rio voltar.

Dias desses tentei solfejar uma bossa
Prá tentar quebrar o jejum musical.
Não fui longe, pois logo uma lágrima atrevida
Veio pingar justamente no dorso da mão
Que eu usava para marcar o compasso da canção.

Desisti meio sem jeito
e sem rumo fui-me deitar-me.

Foto de Graciele Gessner

Só Uma Noite Com Você. (Graciele_Gessner)

Você tornou-se persistente,
Me chama para uma noite de amor.
Recuso, mas volto atrás na minha decisão.
Então, nos encontramos, apenas eu e você.

Lembro do meu amor, enquanto estou contigo.
Sei que não devo estar aqui com você meu amigo,
Mas você me deseja, me ama e me beija... Só delírio!
Momentos de loucura misturada com intenso perigo.

Não estou fazendo nada de errado,
Apenas uma vida mais alegre com certa restrição.
Aventurando-me em outros braços.
Saudades? Não afirmo e não garanto esta situação.

Meu amor me perdoe, mas foi necessário.
Era preciso sentir outras sensações de amor.
Amigo que apareceu na minha vida como uma estrela,
Retribuição do que passei com meu querido amor.

Sinto-me realizada, está tudo certo!
Amor distante, saudades dele, carência...
Amigo disponível, me querendo, me desejando.
Ele apareceu na sua falta, na minha deficiência.

Só uma noite especial com você.
Uma noite com meu querido amigo.
A intensidade da ocasião me intriga,
Circunstância que criou certo apego.

04.05.2007

Escrito por Graciele Gessner.

* Se copiar, favor divulgar a autoria. Obrigada!

Foto de Sonia Delsin

A MAIS BELA

A MAIS BELA

Quero de ti...
A rosa amarela.
A mais bela.
A mais bela.
A que olho daqui da janela.
Colha esta rosa orvalhada.
Como um perfeito cavalheiro venha me oferecer.
É o melhor presente que posso receber.
Ah, daqui eu sinto seu olor!
É uma rosa tão linda, meu amor!

Foto de Graciele Gessner

Distante Amizade. (Graciele_Gessner)

A vida é uma constante modificação, tudo muda, o destino muda os caminhos, as pessoas chegam e outras se vão, mas uma amizade verdadeira jamais termina.

Como uma amizade que se distanciou, na verdade continua eterna. Aquele amigo apenas está seguindo o seu rumo em busca da felicidade.

A vida não é feita só de amizade, também surge o Amor que acaba fazendo o coração pulsar descontroladamente.

A felicidade não nos procura, nós vamos cultivando aos poucos e, assim, cria uma nova perspectiva de vida. Aquela amizade que parecia distante apenas deu lugar ao seu amor, uma nova oportunidade de viver e ser feliz!

21.04.2007

Escrito por Graciele Gessner.

* Se copiar, favor divulgar a autoria. Obrigada!

Foto de Graciele Gessner

Você e Eu. (Graciele_Gessner)

Você ali do outro lado desejando estar comigo e a escritora aqui tão solitária, querendo estar entre seus braços, me aquecendo do frio desta noite. É bem verdade que não estamos suportando essa distância que a cada dia se transforma numa nova muralha.

A cada nova viagem, um novo episódio emocional acontece. Desta vez, não foi possível nos despedir e a tristeza veio bater rapidamente no meu coração. Foi complicado não pensar em você e tive que me manter centrada, pois eu tinha uma semana de trabalho pela frente.

O engraçado disto tudo, era que ambos queriam se despedir, mas aconteceram uns contratempos e não foi possível. Era preciso estar de bom humor, porque a vida continuava e não havia sido pedido uma parada estratégica.

Como queria tê-lo neste instante pertinho de mim e sentir seus lábios tocando os meus; sussurrando a nossa expressão de amor tão original e expressiva de nossos sentimentos. Receber aquele abraço que dei num trovejar de relâmpagos: “não te solto por nada deste mundo”. Infelizmente veio uma trovoada do outro lado do continente e me vi obrigada a te libertar.

Lembra deste abraço? Aquele abraço que te abracei tão intensamente, aquele de nossa reconciliação, de nosso entendimento, de esquecer as mágoas e viver das recordações amáveis? Realmente aquele abraço ficou registrado no nosso inconsciente eternamente.

Os abraços têm disto, aliviar as dores, as angústias, as saudades; também tem a dimensão de pedir perdão, de demonstrar o nosso carinho, nosso respeito, nosso amor.

Fico a analisar cada foto de nossos momentos e me pergunto, por que a nossa história não pode começar antes? Sinceramente, talvez não fosse o período certo. E reavaliando tudo, muitas vezes por insegurança e sem saber o seu real sentimento por mim decidia-me afastar de você.

A cada nova situação uma nova insegurança, a cada nova ansiedade gerada, eu estava sendo consumida e tentava-me libertar desta angústia através dos meus escritos. Meus escritos foram meus fiéis parceiros desta prisão que por várias vezes me senti encarcerada.

Hoje, escrevo como forma de inspiração, mas quando necessário escrevo para aliviar essa alma de mulher sensível que precisa ser forte.

Finalizando, quero relatar que tudo valeu à pena! Quero olhar para trás e confirmar que foi maravilhoso ter caminhado com você este percurso. Quero-me arrepender apenas de coisas que não tenha tido a ousadia de arriscar. Por tudo isso, você me completou, me ensinou, me respeitou!

Nesta recordação memorável do tempo, sou franca em declarar que somos almas que se completam. Pense nisto!

Uma eterna apaixonada pelo seu amor.

14.04.2007

Escrito por Graciele Gessner.

* Se copiar, favor divulgar a autoria. Obrigada!

Foto de ANACAROLINALOIRAMAR

O VENTO...E BOAS NOTÍCIAS!

Cabelos soltos ao vento,
Notícias ao lento,
Estou feliz neste momento.
Belo o surgimento.

O vento me traz você.
Coração quer te ver.
Estou louca pra te abraçar.
Em teu corpo me enroscar.

O Vento é forte vindo norte,
Estou com sorte,
Tua chegada esta perto.
Não tem mais amor incerto.

Vento das boas vindas,
Traz meu amor, sem dor.
Ao leito desta flor.
Que exala amor.

Tua chegada, é um presente.
Como um dia quente,
Com os raios de sol, a nos aquecer.
Eu e você.

Vento como agradecer,
A tua ventania, só me trouxe alegria.
De trazer a minha alma,
Quem sumiu de mim, um dia.

Vento, vá avisar a todos, que estou feliz!
Traga-me, mas noticias, do meu amor.
Diga que estou repleta de amor.
Aqui á esperar a sua chegada.
Coração apaixonado.
Minha tristeza o vento levou.
E trouxe meu amor!

Anna *-* A FLOR DE LIS. (A.C.M.S.MARTINS)

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